Subversivamente
o instinto me descomenda.
E a magia inconsciente
do meu corpo
é um jogo clandestino
de gestos sem eco.
Há um ritual divino
nas carícias sensuais
em que me invento.
Nada me torna inocente
dos meus próprios sentidos
quando solto
as linhas marginais
do pensamento
e me seduzo
com gostos proibidos.
Sempre são excessivos os desejos de quem sonha
a vida toda num momento.
A solidão é como o vento.
É nos olhos do mendigo
que a noite se prolonga por mais tempo.
Poema "MARGINALIDADE" (1990) de Graça Pires (blogue "Ortografia do olhar"), publicado no livro "Poemas Escolhidos -1990-2011".
Retratos pintados por Amedeo Modigliani (1884-1920):
1º Auto-retrato, 1919
2º Paul Alexandre, 1909
3º Moïse Kisling, 1915
4º Leopold Zborovski, 1918
5º Paul Guillaume, 1916
6º Chaim Soutine, 1915
7º Jean Cocteau, 1916
8º Pablo Picasso, 1915
(fotos da net)
Amiga Graça, não te zangues comigo!
Eu continuo a preferir as tuas "mulheres de Modigliani"!