CHOVE. É DIA DE NATAL
Chove. É dia de Natal
Lá para o Norte é melhor:
Há neve que faz mal.
E o frio que ainda é pior.
E toda a gente é contente
Porque é dia de o ficar.
Chove no Natal presente.
Antes isso que nevar.
Pois apesar de ser esse
O Natal da convenção,
Quando o corpo me arrefece
Tenho o frio e Natal não.
Deixo sentir a quem quadra
E o Natal a quem o fez,
Pois se escrevo ainda outra quadra
Fico gelado dos pés.
Poema de Fernando Pessoa, Portugal (1888-1935)
Pintura de Carlos Reis, Portugal (1037-)
Fernando Pessoa tem quadras de uma ingenuidade terrível, a gente fica com vontade de abraçá-lo ao ler. Acho que às vezes ele depunha os heterónimos e o ortónimo, despojava-se e quedava criança e comum.
ResponderEliminarBoas Festas!E obrigada pelo tempo que nos (me) deu... Gostei do poema que reconheço de qualquer lado
Boas Festas também para si, Bea. Obrigada por passar por aqui. E pelos comentários estimulantes.
EliminarFui buscar este poema à Antologia de Vasco Graça Moura: "Natal... Natais". Reúne oito séculos de Poesia (em língua portuguesa) sobre o Natal. É muito interessante!
Desconhecia que Fernando Pessoa tivesse escrito algo, na sua extensa obra deixada, sobre o Natal.
ResponderEliminarBom ano Teresa, e que o seu rol de leituras aumente muito em 2017.
Aproveitando a embalagem de boas festas... desejo-te um grande 2017 e bons livros para ler.
ResponderEliminarUm beijinho e bom ano :)
N.
Bom dia Teresa! Fernando Pessoa... é o meu preferido, amiga! Encanta, emociona, faz a gente pensar.
ResponderEliminarUm beijo, muito obrigada pelo carinho. Um ótimo ano pra você.