na lembrança perfeita dos teus braços;
cheiro depois as flores
e converso contigo
sobre a nuvem que pesa no teu rosto;
dizes sinceramente
que é um desgosto.
não sei porquê nem por que não,
essa recordação desfaz-se em fumo;
muito ao de leve foge a tua mão,
e a melodia já mudou de rumo.
Na maior noite,
na maior solidão,
vem a tua presença verdadeira,
e eu vejo no teu rosto o teu desgosto,
e um ramo de flores, que não existe, cheira!
Poema de Miguel Torga, pseudónimo de Adolfo Correia da Rocha, nascido a 12 de Agosto de 1907, em São Martinho de Anta, Portugal.
Poema de Miguel Torga, pseudónimo de Adolfo Correia da Rocha, nascido a 12 de Agosto de 1907, em São Martinho de Anta, Portugal.
Formou-se em Medicina na Universidade de Coimbra, cidade onde faleceu a 17 de Janeiro de 1995.
Considerado um dos grandes escritores portugueses contemporâneos, foi distinguido com vários prémios, nomeadamente com o Prémio Camões, em 1989.
"Lembrança"(1939) consta do livro que reúne todos os poemas do poeta: "Poesia Completa", editado em 2000 pelas Publicações Dom Quixote.
Detalhes das obras "The rose girl", "Summer", "Spring" e "Under the Cherry Tree", do pintor francês Émile Vernon (1872-1920).
Poema e pinturas muito lindos,enchem olhos e coração! bjs, tudo de bom,chica
ResponderEliminarÉ assim a " lembrança " , vem na " maior noite, na maior solidão e lá ficamos nós, no escuro, de olhos bem abertos, afastado que foi o sono, procurando distinguir aquele rosto, os seus contornos, os seus olhos, o seu sorriso, mas.... em vão..." tudo se desfaz em fumo ", fugindo lentamente apertando o nosso peito de saudade; dói muito uma " lembrança " de alguém que se foi e que não
ResponderEliminarsai do nosso coração, apesar de se ir esbatendo a imagem ainda há pouco tão perfeita na nossa
mente. Mas...ao nosso lado há um candeeiro que podemos acender e, olhando o rosto sorridente na foto que fazemos questão de manter junto a nós, uma lágrima pode cair, mas o sossego volta e o sono chega reparador. Nova lembrança virá com certeza e cada vez mais esbatida pelo tempo. Um beijinho, querida Amiga e um abraço bem apertadinho, de amizade carregadinho
Emilia
Prefiro a prosa à poesia de Miguel Torga. Mas os enfeites realçam a beleza do poema.
ResponderEliminarQuerida amiga, adorei, 'Lembranças', que lindo poema de Miguel Torga e as obras de Émile Vernon são belíssimas, uma doçura de postagem, dei uma levantada ao entrar nessa página!
ResponderEliminarBeijos, um ótimo fim de semana!
Boa tarde de Oitava de Pascoa, querida amiga Teresa!
ResponderEliminarUm belo poema adornado com lindas e românticas imagens.
Seu bom gosto se faz sentir de longe, amiga.
Tenha dias felizes!
Bjm carinhoso, fraterno e pascal
Sempre um prazer para ler a obra do Miguel Torga
ResponderEliminarAdoro Miguel Torga.
ResponderEliminarAbraço e bom fim-de-semana.
Miguel Torga, um dos meus poetas favoritos. O poema é maravilhoso. "Coisa esquisita é esta da lembrança!
ResponderEliminar"Na maior noite,
na maior solidão,
vem a tua presença verdadeira,
e eu vejo no teu rosto o teu desgosto,
e um ramo de flores, que não existe, cheira!"
Posso sentir estas palavras como se fossem minhas…
Um grande beijo.
Querida amiga Teresa, vejo pelo poema aqui postado que Miguel Torga é um poeta de muita importância (seus poemas falam por ele). As pinturas de Émile Vernon são magníficas. Transcrevo a primeira estrofe desse poema de Torga:
ResponderEliminarPonho um ramo de flores
na lembrança perfeita dos teus braços;
cheiro depois as flores
e converso contigo
sobre a nuvem que pesa no teu rosto;
dizes sinceramente
que é um desgosto.
Uma excelente semana, Teresa.
Beijo.
Pedro
(Teresa, deixei uma resposta no teu comentário)
Uma linda postagem, Tereza!
ResponderEliminarGostei de conhecer Miguel Torga, e as pinturas que ilustram o poema são belas e românticas. Adorei!
Beijos e uma semana bem tranquila.
Quantas vezes o encontrei ali na Baixa, junto à Brasileira e ao Arcádia!!!
ResponderEliminarBeijo, boa semana
Confesso que não conheço muito da obra dele.
ResponderEliminarIsabel Sá
Brilhos da Moda