31 março, 2020

"Nasceste? Pois vais a Itália!" - José Saramago

“A Itália devia ser (perdoe-se-me o exagero, se não tenho companheiros nele) o prémio de termos vindo a este mundo. Uma divindade qualquer, realmente encarregada de distribuir justiça, e não as penas, sabedora de artes, deveria murmurar ao ouvido de cada um de nós, ao menos uma vez na vida: «Nasceste? Pois vais a Itália!»

Florença é o coração do mundo, mas fechado e duro.”


“… Siena, a bem amada, a cidade onde o meu coração verdadeiramente se compraz. Terra de gente amável, lugar onde todos beberam do leite da bondade humana…”

Roma, a gigantesca, a cidade cujas portas e janelas foram feitas para homens de três metros, a cidade que não consente que a percorram a pé, a cidade que fatiga os músculos, os ossos e (seja perdoada a heresia) o espírito. Aqui deixo esta confissão humilhada: não compreendo Roma”.

“Não têm fim os museus do Vaticano. Avança-se por dezenas de enormes salas e galerias, de rotundas, de stanze, e sempre com o remorso de estar deixando para trás, talvez para sempre, o quadro, o fresco, a escultura, o livro iluminado que provavelmente nos ajudariam, à boa paz, a compreender melhor este mundo e a vida que fazemos nele.”


“De quantas cidades conheço, Veneza é a única que manifestamente morre, que o sabe, e, fatalista, não se importa muito.”

“De tão de passagem, Nápoles deixou-me a impressão de um gigantesco engarrafamento de automóveis, de gincana de doidos mansos …”

“Por minha parte, declaro que sempre entrarei em Itália em estado de submissão total, de joelhos…"

José Saramago, in "Manual de pintura e caligrafia", aqui no Rol.

27 março, 2020

"C" - Tom McCarthy

Ao respirar, vivemos; ao falar, comungamos do sublime. Nas nossas conversas uns com os outros – quando ouvimos e respondemos – criamos as nossas ligações: amizades, inimizades e amores.
Ao longo de 395 páginas, repartidas por quatro capítulos, Cde Carbon: o elemento básico da vida - dá a conhecer, de forma engenhosa, a fantástica vida de Serge Carrefax (1898-1922), uma vida curta, marcada pelos mistérios da comunicação, num período em que o mundo passa por grandes mudanças e tragédias.
1º Coifa – descreve a infância de Serge em Versoie, na província inglesa, num ambiente familiar único: o pai é um homem fascinado pelas experiências com as comunicações sem fio, que ao mesmo tempo dirige uma escola para surdos-mudos; a mãe é responsável pela produção de seda; Sophie - a irmã com quem ele tem uma relação que o marcará para toda a vida - domina a química, a botânica e a criptografia.
Após a morte estranha da irmã, Serge deixa a casa da família e busca numa estância termal remédio para os seus problemas de saúde.
2º Chuto – o eclodir da I Guerra Mundial leva Serge a ingressar na Academia da Força Aérea. Vai pilotar um avião que ao sobrevoar o lado alemão emite sinais codificados que guiarão as bombas inglesas para os alvos inimigos. Descobre a cocaína e começa a andar permanentemente dopado.
3º Colisão – a guerra acaba e Serge viaja compulsivamente entre Versoie e Londres, como se ”ao andar bastante de um lado para o outro o mundo se arrumasse à sua volta”. Em Londres estuda arquitectura, trabalha no Ministério das Comunicações e “perde-se” em sessões de espiritismo e nos prazeres do sexo e das drogas.
4º Chamada – Serge parte para a derradeira aventura no Egipto. Sempre ligado às comunicações é convidado para colaborar na montagem da rede de comunicações sem fios do Império Britânico. Morre em 1922, o ano da fundação da BBC.
A música também transmite sinais (...) Quando Serge fecha os olhos, os sinais transformam-se em imagens: palavras e formas desenhadas a luz contra um vazio negro, apagadas, escritas de novo, mundos que se criam e desfazem...
E mais não desvendo!

Achei a escrita de Tom McCarthy inspirada e inteligente, mas demasiado descritiva e repetitiva. Exigência narrativa? Talvez!
Uma coisa é certa, este é um romance original, brilhante e colorido. Apercebi-me, logo na primeira página, que o autor usava e abusava das cores: pássaros negros, mala castanha, aparelho… preto, papel amarelo, frutos brancos entre folhagem verde e vermelha... Então, fui lendo e anotando as cores por capítulo. O resultado é este:

Cor
1º Capítulo
2º Capítulo
3º Capítulo
4º Capítulo
Total
negro
22
14
2
22
60
preto
7
3
3
3
16
amarelo
5
10
2
1
18
laranja
4
5

1
10
cinzento
7
2
1
1
11
branco
18
16
4
10
48
encarnado
1


1
2
verde
8
7
3
3
21
azul
14
7
4
4
29
vermelho
17
15
5
3
40
dourado
3
1

1
5
roxo
2


1
3
prateado
2


1
3
castanho
9
10

1
20
carmesim
3


2
5
lilás

1


1
violeta

1


1
púrpura



1
1
rosa



1
1

Certamente deixei escapar algumas, mas estas bastam para eu dizer que cor é coisa que não falta neste romance.
Confira, lendo ou descodificando, como queira!

(Para mim, leitura é também diversão!) 

C, de Tom McCarthy
Editorial Presença, 2011
Tradução de Maria João da Rocha Afonso
395 págs.

24 março, 2020

"todos estamos nas mãos uns dos outros" - José Tolentino Mendonça

"Confinados a um isolamento compreendemos talvez melhor o que significa ser - e ser de forma radical - uma comunidade. A nossa vida não depende apenas de nós e das nossas escolhas: todos estamos nas mãos uns dos outros (...)"


"Uma das esculturas mais conhecidas de Rodin revela, numa primeira abordagem, uma impressionante simplicidade. Trata-se de uma composição em pedra constituída por um par de mãos. Na verdade, duas mãos direitas, de duas pessoas diferentes cujos braços se entrecruzam e alongam para que os dedos, no ponto mais alto, se toquem, desenhando a forma de um arco. (...) Primeiramente, Rodin pensou denominá-la "A Arca da Aliança", mas optou depois por chamá-la "A Catedral". O que é um catedral? A escultura de Rodin pode socorrer-nos na necessidade de obter uma resposta. Uma catedral não é apenas um território sagrado exterior onde os nosso pés nos levam. Nem é apenas um templo fixado num determinado espaço. Nem apenas um porto de abrigo que os mapas assinalam. Uma catedral também se alcança com as nossas mãos abertas, disponíveis e suplicantes, onde quer que nos encontremos. Porque onde está um ser humano, ferido de finitude e de infinito, está o eixo de uma catedral. Onde possamos realizar essa experiência vital de busca e de escuta para a qual a imanência não é resposta. Onde as nossas mãos se possam erguer para o alto em desejo, urgência e sede. Esse será sempre um dos eixos da catedral. O outro eixo é o mistério de Deus que o desenha, avizinhando-se de nós e segurando-nos, mesmo quando não nos apercebemos logo, mesmo quando o silêncio, o duro e espesso silêncio, parece a verdade mais tangível. Foi Pascal que escreveu "as mãos sustêm a alma". Hoje precisamos de mãos - mãos religiosas e laicas - que sustenham a alma do mundo. E que mostrem que a redescoberta do poder da esperança é a primeira oração global do século XXI."


Excertos da crónica "O poder da esperança", de José Tolentino Mendonça, publicada na revista "E" do jornal Expresso, de 21 Março 2020.
Vale a pena ler na íntegra.

(foto da escultura de Rodin, tirada da net)

20 março, 2020

Rol de Afectos e sabores: bacalhau em tomatada e...



"Cozinhar é um modo de amar os outros."
(Mia Couto)

Assim sendo, «bora» lá demolhar o bacalhau para o almoço de domingo.
(Confesso, eu desde que experimentei o bacalhau demolhado e congelado não utilizo outro nas minhas receitas. Atenção, há marcas e marcas. Riberalves - passe a publicidade - é a minha preferida.)

BACALHAU EM TOMATADA, NO FORNO
Eis mais uma prova de que o bacalhau permite múltiplas preparações.
Nesta receita, a companhia da cebolada é magnífica.
Ingredientes: lombos de bacalhau, tomate, pimento verde, cebola, alho, louro, salsa, azeite, vinho branco, sal, pimenta, água, farinha.
Preparação: Num tacho, refogue ligeiramente em azeite cebola cortada em rodelas, alho picado e  louro. Junte depois tomate picado, pimento às tiras e salsa.
Regue com um pouco de vinho branco e tempere a seu gosto. Deixe ferver em lume brando.
Quando a tomatada estiver quase pronta deite metade num tabuleiro, coloque por cima os lombos de bacalhau e cubra com a restante tomatada.
Regue com um cálice de água (à qual juntou um pozinho de farinha), e um fio de azeite e leve ao forno quente durante cerca de 30 minutos.
Sirva com batatas cozidas.

E agora a sobremesa!


FRAMBOESAS COM IOGURTE, NATAS E PÃO-DE-LÓ
Se gosta de frutos vermelhos, esta mistura de sabores é perfeita.
Ingredientes: 250 g framboesas, 2 embalagens de iogurte grego natural, 1 pacote de natas, 4 fatias de pão-de-ló (pode ser de compra), vinho do Porto q.b.
Preparação:
Bata as natas e depois junte-lhe os iogurtes. Reserve.
Esfarele, grosseiramente, as fatias de bolo e borrife com Porto. Reserve.
Numa taça de vidro faça camadas alternadas de bolo, natas, framboesas. Termine com natas e enfeite com framboesas.
Sirva fresco, depois de deixar que os sabores se misturem na taça.
Pode fazer-se com outros frutos vermelhos, ou com qualquer fruta em calda, cortada em pedaços.

Está pronto o almoço!
Experimente! É fácil, rápido e delicioso!
Logo, logo, trarei  outras sugestões da minha "cozinhadeafectos".
(Hoje, troquei os livros pelos tachos...)

Queridos amigos, resguardem-se!

17 março, 2020

Retratos esvaziados de vida...



O jardim vazio.
O café encerrado.
O parque infantil em silêncio.
O medo atrás de cortinas fechadas.
O meu país em quarentena voluntária, devido ao Coronavírus COVID-19.
Uma tristeza tamanha!
Protejam-se, meus amigos!


"A força interior advém do facto de nos agarrarmos à única pessoa que nos pode ajudar - nós!"
(Sylvia Friedman) 


(Fotos tiradas da minha varanda, domingo de manhã.)

13 março, 2020

"Um copo de cólera" - Raduan Nassar

Debaixo do chuveiro eu deixava suas mãos escorregarem pelo meu corpo, e suas mãos eram inesgotáveis, e corriam perscrutadoras com muita espuma, e elas iam e vinham incansavelmente, e nossos corpos molhados vez e outra se colavam …
Um copo de cólera”, escrito em 1970 e publicado em 1978 (em plena ditadura militar brasileira, momento de privação de liberdade de expressão e política), o segundo dos três livros do escritor de «obra curta» reconhecido pela crítica brasileira e internacional, é uma coreografia erótica e feroz, um combate verbal e carnal, um fogo violento e dulcíssimo, uma tremenda novela protagonizada - entre arranhões e lambidinhas - por um casal de amantes que se resguarda no anonimato: um homem de meia-idade, uma jovem jornalista.
Amam-se e odeiam-se, em igual medida; une-os a inteligência e a fúria; separa-os fortes convicções políticas e sociológicas. As diferenças etárias e sociais são o excitante da relação.
(Ora vamos lá desvendar o mínimo dos mínimos duma história de amor que não é para ser contada mas antes devorada... sofregamente!)
... eu já estava bem enxaguado quando ela, resvalando dos limites da tarefa, deslizou a boca molhada pela minha pele d'água..
Numa manhã depois de uma noite deleitosa, um pretexto insignificante – um «rombo» na cerca da fazenda onde o homem vivia isolado - lança os amantes numa discussão violenta e cruel, uma desordem cheia de sexo, política e filosofia, um duelo verbal com insultos vitriólicos, um copo de cólera em ebulição, um jogo de poder em que o objectivo derradeiro parece ser a aniquilação do outro. Ele chama-lhe «pilantra, naninca, trepadeirinha, femeazinha emancipada, jornalistinha de merda, filha-do-cacete, titica de tico-tico…»; Ela chama-lhe «fascistão, biscateiro graduado, reacionário, arrogante, monstro, sacana…»
TUDO é relatado pelos amantes em sete capítulos curtos, que enchem pouco mais de uma centena de páginas de prosa arrebatadora, quase sem pontos finais.
A chegada (“E quando cheguei à tarde na minha casa lá no 27, ela já me aguardava andando no gramado, veio me abrir o portão (…) subimos juntos a escada pro terraço…”;
Na cama 
O levantar 
O banho 
O café da manhã
O esporro (o bate-boca, a tempestade de insultos que leva à agressão, ocupa dois terços da novela);
A Chegada ("E quando cheguei na casa dele lá no 27, estranhei que o portão estivesse ainda aberto (…) a porta do terraço se encontrava escancarada, o que poderia parecer mais um sinal, redundante, quase ostensivo, de que ele estava à minha espera…”)
Ele é o narrador dos primeiros seis capítulos. Ela do sétimo, ao voltar (sim, porque ela volta!) no dia seguinte, bem cedo, tomada por uma «virulenta, súbita e insuspeitada vertigem de ternura».
Personagens secundárias: o casal de caseiros (dona Mariana e seu Antônio) e Bingo (o irado vira-latas).
... eu só sei que me entregava inteiramente em suas mãos para que fosse completo o uso que ela fizesse do meu corpo.
Diz ele: «vá pôr a boca lá na tua imprensa, vá lá pregar tuas lições, denunciar a repressão, ensinar o que é justo e o que é injusto, vá lá derramar a tua gota na enxurrada de palavras, desperdice o papel do teu jornal, mas não meta a fuça nas folhas do meu ligustro»
Diz ela: «compreende-se, senhor, sou bem capaz de avaliar os teus temores… tanto recato, tanta segurança reclamada (…) ergue logo um muro, constrói uma fortaleza (…) isso me leva a pensar que dogmatismo, caricatura e deboche são coisas que muitas vezes andam juntas, e que os privilegiados como você, fantasiados de povo, me parecem em geral como travesti de carnaval»

No início estranhei (o que é isto?!), depois devorei (numa avidez inusitada) uma história irónica, erótica e feroz (repito-me, eu sei), vivida numa sociedade «rasgada» -  muitíssimo bem contada… escrita... imaginada... sentida... Eu sei lá!
Leia também!

Um como de cólera, de Raduan Nassar
Companhia das Letras, 2016
116 págs.

10 março, 2020

Fechada, nunca! - Nem em frasco de perfume!



"A amizade é um milagre
mantendo, serenamente, a aparência 
de que não há ali milagre algum: trata-se apenas da naturalidade da vida a funcionar." 
(José Tolentino Mendonça)



OBRIGADA, meu amigo ausente!

(Amei o miminho, mas... meus amigos e amigas, não me fechem em frasquinhos, caixinhas, malinhas, salinhas, e tudo o mais terminado em «inhos» e «inhas», que  eu tenho medo de espaços pequenos fechados. Um medo aterrador!)

Foto(minha) publicada em 7 Fevereiro 2020.

06 março, 2020

Espaço dos amigos (2): um Céu sem limites, um Rio de poemas!

Chica e Jaime,  dois amigos que encontrei na  blogosfera.
A Chica é aquela amiga que todos os dias, bem cedo, nos manda palavras perfumadas, carinhosas e motivadoras, escolhidas como flores frescas. A amiga generosa, que recorda datas importantes, participa em todos os desafios, manda mimos quando percebe que algo nos preocupa. A amiga que fotografa céus, mares, raízes, plantas... (e até férias praianas...), e escreve frases e versos encantadores. A amiga que gosta de dar destaque ao que publicam os amigos (eu já  por lá vi céus e mares meus).  Muitas vezes me interrogo: como consegue a Chica publicar tanto e dar-se tanto, a tantas amigas e amigos?
(Diz-me só a mim, querida amiga, qual é o teu segredo. Já deves ter percebido que eu a «gerir» comentários sou um zero, um zerinho!)
O amigo Jaime é mais recatado, um avô babado (é tudo o que eu sei dele), um criador poético inspirado e inspirador. Semanalmente, brinda-nos com versos ricos em ritmo e emoção, que exigem a nossa atenção e instigam a nossa imaginação. Poetiza sobre vários temas, mas é o amor o seu «amor de perdição». (Hoje, aqui, eu confesso que por mais que investigue lendo e relendo verso a verso dum mesmo poema, ainda não descobri se naquele tanto amor o poeta a si se revela...)
Uma coisa não me sai da cabeça: porque não publica ele os seus poemas em livro?
(Se preferires, oh meu amigo diz agora, só para mim, aqui que ninguém nos ouve!)


                                                            ( Chica,  blogue "Céus da Chica", 12 Fevereiro 2020)

"Brilhos que nos chegam  aos pedacinhos..." (Chica)
"Nada melhor para os olhos e coração do que o lindo mar de perto ou longe admirar!" (Chica)
"Por mais tortos e enroscados que seja nossos "galhos", sempre poderemos com eles conviver!!!" (Chica)

                                                                   (Chica,  blogue "Mares da Chica", 26 Setembro 2019 )

VERSOS NA AREIA
A noite
é uma lua diurna sem chama.
O meu rio
é um mar de estrelas sem praia.
O silêncio
é um remanso sem rua de palavras.
A nova que se renova,
mas não mostra a outra face.
No chão,
vejo-a nua na distância
do seu véu de luz usual.
A noite ofega
e a lua nega-se cheia, sem ânsia.
O mar, com tanto isco,
mareia sem moliços no papel.
As estrelas, já orvalhadas,
dançam na rua feia sem nada.
Corro o risco, mas arrisco,
risco estes versos na areia
(Jaime, 19 Julho 2018)
                                                                         (Chica,  blogue "Fincando raízes...", 12 Agosto 2019)

UMA PLANTA, FRÁGIL QUE SEJA
Uma planta, frágil que seja,
move-se,
agita-se,
retorce-se e pode até perder folhas e ramos,
mas aproveita acção do vento
para afundar as raízes no solo
e ganhar mais equilíbrio,
enfrentando-o sempre mais forte.

Cambaleias e dobras-te
no vendaval dos lençóis escuros da insónia,
com o sabor adormecido na boca em desejo,
e maldizes os cardos que o teu corpo
teima em abrir na solidão do teu peito.
Magoas-te desgrenhada no sonho
à procura do equilíbrio,
mas cresces.

Enquanto isso acontece,
nada mais devo fazer que fabricar prateleiras
para que organizes
a tua lucidez e os teus gestos.
(Jaime, 14 Junho 2018)

Se não os conhece (duvido!), espreite os blogues:

Agora, peço que atentem no magnífico poema meu (!) feito com títulos de nove poemas do Jaime, publicados em 2015 e 2016.

Os poemas podem ser
O eco do silêncio
A seiva que nos percorre
O oposto do sol-posto
Madrugadas de pétalas marinhas
Um beijo sonante
Dança de pássaros
Cravos vermelhos
(Um) Rio sem margens

Hum, talvez lhe falte um bom título! 
(Não te zangues, poeta!)

Obrigada, amigos!

03 março, 2020

Palavras sublinhadas: Rosa Montero


"Não há  mudez mais absoluta que a dos corpos nus que não são capazes de comunicar. (...) Ah, o triste silêncio dos corpos fartos de se verem. Dos corpos que se ignoram por completo."



Rosa Montero, in “Instruções para salvar o mundo”, aqui no Rol.


(fotos da net)