20 dezembro, 2017

BOM NATAL e um MAGNÍFICO 2018!


"Chega de velhas desculpas e velhas atitudes!
Que o ano novo traga vida nova, como o rio que sai lavando e levando tudo por onde passa."
Clarice Lispector, escritora e jornalista nascida na Ucrânia e naturalizada brasileira (1920-77)


BOM NATALque seja muito mais do que uma reunião de pessoas à volta de uma mesa cheia de gulodices, com troca de beijos, abraços, sorrisos e prendas… muito mais!
MAGNÍFICO 2018 com saúde, amor, paz, felicidade e... leituras, muitas e boas leituras!

2017 foi para mim um ano complicado.
Valeu-me a companhia e a ternura da família.
Valeu-me o carinho dos amigos que o roldeleituras trouxe para a minha vida – fez toda a diferença.

GRANDE abraço, para todos.
Vivam intensamente, corram atrás dos vossos sonhos, sejam felizes.
Só temos uma vida, esta e mais nenhuma. Não esqueçam!

(Foto da net.)

19 dezembro, 2017

"A sociedade dos sonhadores involuntários" - José Eduardo Agualusa


Todos os sonhos são assustadores, porque são íntimos. São o que temos de mais íntimo. A intimidade é assustadora.
Peguei neste romance porque o misterioso título despertou em mim extrema curiosidade: sonhadores involuntários, o que é isto?
Então, folheei-o, espreitei a sinopse na contracapa, comprei-o e li-o em poucas horas, completamente cativa da história surpreendente e da escrita limpa e fluente de José Eduardo Agualusa.
"O jornalista angolano Daniel Benchimol sonha com pessoas que não conhece. Moira Fernandes, artista plástica moçambicana, radicadas em Cape Town, encena e fotografa os próprios sonhos. Hélio de Castro, neurocientista brasileiro, filma-os. Hossi Kaley, hoteleiro, antigo guerrilheiro, com um passado obscuro e violento, tem com os sonhos uma relação ainda mais estranha e misteriosa. Os sonhos juntam estas quatro personagens num país dominado por um regime totalitário à beira da completa desagregação."
- Os sonhos, ah, os sonhos! Uma amiga disse-me uma vez que sonhar é o mesmo que viver, mas sem a grande mentira que é a vida. Talvez seja isso. Talvez seja o contrário disso. Nem sei. Acontece-me, por vezes acreditar numa determinada ideia e no oposto dela com idêntica paixão, ou sem paixão nenhuma. Nos últimos anos, aliás, venho perdendo cabelos e paixão. Também venho perdendo ideias e ideais. Talvez seja a velhice, talvez seja o nirvana. O que você acha?
Hum! Hum!

Como por norma não desvendo sonhos meus, também não vou desvendar os sonhos do Daniel, da Moira, do Hélio, do Hossi. Saiba tudo sobre os sonhos deles lendo “A sociedade dos sonhadores involuntários” - "uma fábula política, satírica e divertida, que desafia e questiona a natureza da realidade, ao mesmo tempo que defende a reabilitação do sonho enquanto instrumento da consciência e da transformação".
Ainda vai a tempo de pedi-lo ao Pai Natal (a razão porque o divulgo hoje no meu roldeleituras). Acredite, vai adorá-lo. É um sonho de romance! Como disse o escritor moçambicano Mia Couto «um romance tecido com os mais delicados materiais da poesia.»
Tenha ao seu lado um lápis bem afiado para sublinhar, sublinhar, sublinhar...
As frases que mais me tocaram, e que sublinhei, aparecerão em Janeiro no meu blogue pétalas de sabedoria. Leia e deslumbre-se!

Sonhos são sempre ecos de alguma coisa.
Sonhar é ensaiar a realidade no conforto da nossa cama.
Os sonhos têm a ver com a experiência emocional de cada um.
Lutar contra um sonho é como lutar contra a correnteza de um rio.

A sociedade dos sonhadores involuntários, de José Eduardo Agualusa
Ed. Quetzal, 2017
277 págs.

(Foto da net)

15 dezembro, 2017

“O hábito da leitura” - Pedro Luso


“Não raro recebo mensagens de jovens e de adultos que dizem que gostariam de ter o hábito da leitura, pois não se sentem com o ânimo necessário para se aventurarem em leituras que exigem deles o dispêndio de muito tempo.
Dizem alguns, que se sentem frustrados quando fecham o livro iniciado sem chegarem ao final da história ou do poema. Dizem, ainda, que gostariam de continuar com a leitura iniciada, mas desistem.
Então, pedem que lhes indique qual o método que poderá levá-los a aprendizagem da leitura. (Isso, em se tratando de ficção, já que muitos estão interessados em outras leituras, que não ficção ou poesia.)

A resposta para essa pergunta, que pode parecer fácil é, ao contrário, bastante difícil. Para cada pessoa deve-se aplicar um método que se adapte com sua idade, escolaridade, sensibilidade, aspirações.
Daí podemos concluir que as pessoas mais indicadas para dar esse tipo de orientação são os professores, já que no dia a dia da vida escolar podem observar quais são as tendências e aspirações de seus alunos.
Quanto aos adultos, que não mais frequentam bancos escolares, deverão eles escolher o que mais se aproxima de seu gosto, que pode ser romance, conto, crônica ou poesia. Isso não quer dizer que não possam aderir a todos esses gêneros.
Depois que esse adulto estabelecer uma hora adequada para a prática da leitura, em lugar igualmente adequado, estará iniciada a rotina para as suas leituras, desde que não desista dessa importante empreitada.
Portanto, para as pessoas adultas, que não mais frequentam os bancos escolares, a aquisição do hábito da leitura dependerá unicamente deles próprios. Portanto, vontade e determinação é a receita para atingirem esse objetivo.”


Pensava eu que Pedro Luso só escrevia poesia, poesia realmente boa, mas estava enganada.
Ao bisbilhotar o seu "Blog Veredas" descobri crónicas encantadoras. Esta, sobre o hábito (saudável) da leitura, agradou-me tanto que decidi - sem autorização do poeta/cronista - trazê-la para o meu roldeleituras. Desculpa, Pedro!

Pintura “The Garden Window”,  de Daniel F. Gerhartz, EUA 1965

12 dezembro, 2017

"Em viagem pela Europa de Leste" - Gabriel García Márquez

…é pelo menos desconcertante que no mundo novo, em pleno centro da revolução, todas as coisas pareçam antiquadas, bafientas, decrépitas.
Em Viagem pela Europa de Leste“ é a crónica testemunhal da viagem que Gabriel García Márquez realizou pelos países do enclave comunista, nos anos 50, acompanhado da francesa Jacqueline, paginadora numa revista de Paris, e do italiano Franco, correspondente ocasional de revistas milanesas.
Frankfurt, 18 de Junho, dez da manhã - Franco tinha comprado para o verão um automóvel francês e não sabia o que fazer com ele, de maneira que nos propôs «ir ver o que há atrás da “cortina de ferro”». Ao entardecer do mesmo dia, um garboso militar alemão examina os três passaportes e de imediato autoriza que atravessem a zona de ninguém, os 800 metros em branco que separam os dois mundos. Já na fronteira as coisas complicam-se. Um jovem soldado russo, armado de pistola-metralhadora, enfiado num uniforme pobre e sujo e grande demais, faz-lhes sinal para pararem antes da barreira e esperarem pelo pessoal da alfandega, que jantava. Era noite escura quando a barreira foi levantada, eles passaram, mas logo voltaram a ser parados. Só depois da uma da manhã recebem autorização de entrada na Alemanha Oriental. Estavam exasperados, esfomeados e no limite da fadiga.
Primeiro mito a cair: a «Cortina de Ferro» não é uma cortina nem é de ferro. É uma barreira de pau pintada de vermelho e branco…
Primeiro contacto com o proletariado do mundo oriental: às oito da manhã, no restaurante de uma bomba de gasolina à beira da autoestrada, uma centena de homens e mulheres de rostos atormentados, maltrapilhos, a comer em abundância batatas e carne e ovos estrelados no meio de um surdo rumor humano e num salão cheio de fumo; era gente estragada, amargurada.
A viagem prossegue pela Checoslováquia "o único país socialista onde as pessoas não parecem sofrer de tensão nervosa e onde não se tem a impressão – falsa ou verdadeira – de se ser controlado pela polícia secreta"; pela Polónia "os polacos tentam continuar vivos com uma certa nobreza. Andam remendados, mas não rotos (…) conservam uma dignidade que infunde respeito. Varsóvia está cheia de livros (…) os polacos enchem com a leitura todos os vazios da vida); pela Hungria (esta gente está morta" e pela União Soviética,  "os soviéticos são um pouco histéricos quando expressam os seus sentimentos. Alegram-se com saltos de cossacos, despem a camisa para a oferecerem e lavam-se em lágrimas para se despedirem de um amigo. Em contrapartida, porém, são extraordinariamente cautelosos e discretos quando falam de política. Nesse terreno é inútil conversar com eles para encontrar algo de novo: as respostas estão publicadas. Não fazem outra coisa senão repetir os argumentos do Pravda".
Consegue Gabriel García Márquez "desvendar a verdadeira face do comunismo idealizado por Lenine: um regime kafkiano que quase não é questionado por um povo assustado que parece resignar-se ao seu destino"?
A resposta a esta pergunta e a muitas outras, encontram-se nas páginas desta crónica, que à época foi publicada em fascículos. Uma rigorosa análise de acontecimentos políticos e sociais irrepetíveis, aclarada pelo olhar desassombrado do escritor/jornalista perante a pobreza extrema, a resignação, a desmotivação, a tristeza, a simplicidade, a bondade, a franqueza das pessoas que andavam pela rua de sapatos rotos…
Leia!

(Em 1990 visitei Praga e Budapeste. Eram cidades tranquilas, ricas em beleza natural e arquitectónica, mas esvaziadas de luz e impreparadas para receber turistas. A pobreza era visível e chocante principalmente na população triste, amargurada e silenciosa que ignorava/desprezava os estrangeiros. Eram poucos os carros que circulavam nas largas avenidas. Eram menos as pessoas que calcorreavam as ruas. As lojas estavam abertas, mas vazias de artigos. Os turistas eram instalados em enormes hotéis de 5 estrelas, de visual antiquado. Como estarão agora estas cidades encantadoras? Gostava de lá voltar!
Em Agosto de 2017 visitei a Alemanha. Que país fascinante! Em breve postarei fotos no meu blogue "fugas reveladas".)


Em viagem pela Europa de Leste, de Gabriel García Márquez
Tradução de J. Teixeira de Aguilar
Ed. D. Quixote, 2017
190 págs.

09 dezembro, 2017

"Olá, tapete!"


“(… ) as folhas todas juntas são um grandioso espetáculo.
São uma imensa população que se despede em festa, riscando ao acaso, com lápis de cor, o uniforme do chão. Não fazem ruído quando tombam, quando se sobrepõem em camadas, quando se apresentam solitárias, quando os nossos pés as condenam, quando se estilhaçam por si e se dispersam, quando se fundem com a terra a ponto de não as distinguirmos. Nestas semanas de outono são um cinema que não encerra: exibem em contínuo o amarelo, o ocre, o verde-barro, o verde mate, o azeitona vítreo, o avermelhado, o laranja, o pontilhado negro. E estão sempre a chegar. Basta um sopro de vento e, imediatamente, centenas delas se soltam no ar, numa dança inventiva, rodopiada e lenta; numa incrível chuva de ouro; numa música silenciosa que desce. Se calha atravessarmos um jardim, esta visão ganha a magistral precisão de uma coreografia. Contudo, ela também é bela de seguir no imprevisto de uma rua que se dobra ou surpreendida de uma janela, numa daqueles momentos em que coincide erguermos os olhos e esse presente nos é oferecido.

As crianças, neste assunto de folhas, sabem mais do que nós. Lembro-me de ter perguntado a uma miúda dos seus quatro anos se já tinha reparado no tapete maravilhoso que as folhas nos oferecem. Ela ouviu-me interessada. Eu expliquei-lhe como aquele era um tapete fofo, como as corresse divertiam a espalhar-se numa evidente brincadeira, como era bonito e precioso. Ela então largou a minha mão, deu um salto para o meio das folhas e disse alto, com aquela solenidade que se tem aos quatro anos de idade: “Olá, tapete!” Saudava assim com entusiasmo não só aquele fragmento do mundo que identificava, mas o inteiro outono ou mesmo a inteira vida. (...)"


Excerto da crónica “As folhas”, de José Tolentino Mendonça (presbítero e poeta português, n. 1965), publicada na “E”, revista do jornal Expresso de 8 Dezembro 2017
Vale a pena ler na íntegra.

(Foto da net)

05 dezembro, 2017

"As palavras pesam" - poema de Graça Pires


As palavras pesam
Um texto nunca diz a dor das pequenas coisas,
Do quotidiano entrincheirado entre compromissos,
Das tramas afectivas, do exílio anunciado
No andar inquieto das mulheres.
De rosto em rosto, a caligrafia do amor
implorou a memória das palavras encantadas
e, como se houvesse uma linguagem
de atravessar o tempo, acenderam,
sobre os dias, constelações sonoras.
Mas eu, que não adiro aos calendários
nem acredito em vogais prometidas,
eu parti, de punhos febris,
enlaçando nos braços
um futuro marginal, a qualquer lógica.
A posse da noite, onde me quero lua em todas as fases,
leva-me a glosar os medos num novelo de rimas imperfeitas.
A cidade tem pombas que me perseguem sem eu dar por isso.
Tenho um aqueduto modelado nos olhos
e um dilúvio vermelho no desenho do peito.

Poema do livro “Poemas Escolhidos (1990-2011), da poetisa portuguesa Graça Pires (n.1946-), autora do blogue “Ortografia do olhar”, que recomendo aos amantes da verdadeira poesia.

Pintura “Transformative chapter”, acrílico em madeira, do artista vietnamita Duy Huynh.

02 dezembro, 2017

"O ruído do tempo" - Julian Barnes

A arte pertence a toda a gente e a ninguém. A arte pertence a todo o tempo e a nenhum tempo. A arte pertence àqueles que a criam e àqueles que a usufruem. (…) A arte é o murmúrio da História, ouvido sobre o ruído do tempo.
O ruído do tempo", que ficciona a vida e obra do compositor e pianista russo Dmitri Chostakovich (1906-1975), foca-se particularmente na complexa relação do poder Estalinista com o atormentado e perseguido compositor.
Julian Barnes divide a narrativa, carregada de ironia, em três partes e chama ao protagonista: Dmitri Dmitrievich.
Um: No Patamar
Um homem, como centenas de outros pela cidade, à espera, noite após noite, de ser preso.
Dmitri Dmitrievich, ainda há três dias um compositor e pianista de sucesso, sem temperamento nem vocação para a política, um homem convencional, tímido e ansioso, espera pela polícia política no patamar e assim evita que a mulher e o filho de um ano o vejam ser arrastado para fora de casa. Espera junto ao elevador, de pé, com uma pequena mala que contém cigarros, roupa interior e pó dentífrico. Espera, vazio de memórias e cheio de medo.
Dmitri vê pela primeira um teclado aos nove anos. O encantamento é imediato. Na sua primeira apresentação pública, ainda estudante de música, conhece aquele que virá a ser o seu amigo e patrono: o Marechal Tukkachevski.
Aos trinta anos, Dmitri é o maior compositor da União Soviética. Aclamado pelo Poder e pelo povo, é o orgulho da Pátria.
Cai em desgraça em Janeiro de 1936, quando Estaline abandona a meio do terceiro acto, visivelmente desagradado, uma apresentação da aclamada ópera Lady Macbeth de Mtsenk, no Teatro Bolshoi e dois dias depois o jornal Pravda arrasa o espectáculo com um texto anónimo intitulado “Chinfrim em vez de Música”, provavelmente escrito pelo próprio Estaline; o Poder passa a dar atenção à sua música e a ele próprio.
Seguem-se perseguições, ameaças, censura e conversas com o Poder. Na Primeira das três Conversas, na primavera de 1937, Dmitri é acusado de conspiração contra o camarada Estaline. Incrédulo e assustado pede ajuda ao amigo Marechal mas este não lhe pode valer pois é acusado de cabecinha da conspiração. Mas tarde acaba detido e fuzilado e Dmitri percebe que também a sua hora está perto.
Dois: No Avião
Medo: o que sabiam aqueles que o infligiam?
Em 1949 o compositor integra a delegação russa que nos Estados Unidos participa num congresso para a Paz Mundial. O seu nome é a estrela da delegação. Dmitri lê um discurso preparado pelo  Poder; critica e chama traidor ao amigo Stravinsky; responde com medo a perguntas; posa para fotografias. O êxito foi público e a humilhação... a maior da sua vida.
No voo de regresso, sente nojo e desprezo por si próprio.
Três: No carro
Em vez de o matarem, permitiram-lhe viver e, permitindo-lhe viver, mataram-no. Era a derradeira, irrefutável ironia da sua vida: permitindo-lhe viver, mataram-no.
Estaline morre, mas o compositor perseguido, dominado pelo medo, atormentado e derrotado, continua a afundar-se no desespero. Em 1960, durante a presidência de Krushchev e depois de aderir ao partido, sentado no carro conduzido por um motorista, interroga-se:
Lenine achava a música deprimente.
Estaline pensava que entendia e apreciava a música.
Krushchev desprezava a música.
O que é pior para um compositor?

Tudo ficou por dizer. Acredite!
Não é fácil ler (nem escrever sobre) este romance de Julian Barnes, uma reflexão inteligente sobre  a relação da arte com o poder. Mas é perfeito e eu recomendo-o.
Leia com tempo, sem ruído... vá lá, com um som musical muito suave...

O ruído do tempo, de Julian Barnes
Tradução de Helena Cardoso
Ed. Quetzal, 2016
197 págs.

01 dezembro, 2017

7º aniversário do "rol de leituras"


Perde-se a vida, a desejá-la tanto.
Verso de Miguel Torga, Portugal (1907-95)

Mais um ano que passou, mais um aniversário do meu rol de leituras.
Sem querer repetir-me, 2017 foi mais um ano complicado. Demasiado complicado, com coisas ruins a acontecerem ao mesmo tempo, ao longo de todo o ano.
De qualquer modo, deu para fazer o que mais gosto: ler e escrever.
Ler, li muito; já escrever, foi assim-assim. 
Pela primeira vez a pilha de livros lidos a aguardar espaço no meu rol é maior do que a pilha de livros novos à espera de serem folheados. Não foi por preguiça, foi sim por falta de motivação.
À porta está um novo ano. Que traga com ele ondas de mudança que me permitam entender as causas dessa falta de motivação. Que traga com ele mais entusiasmo, mais alegria, mais amor, mais vontade de entender, fazer, crer, viver.
Obrigada pelo carinho de todos os que passaram por aqui.
Por favor leiam, leiam, leiam!
Abraços.

Com mais sossego amemos
A nossa incerta vida.
Versos de Fernando Pessoa, Portugal (1888-1935)

Foto da net.