24 setembro, 2019

À terça: imagens e palavras: "perda"



"Os livros sobre a perda são monumentos funerários, jazigos públicos de dores privadas. São também viagens pessoais a lugares inóspitos de onde se regressa, sim, mas com o quê? Com os mortos? Com uma ilusão consoladora mas fugaz? (...)  a literatura não traz ninguém de volta, mas ajuda os vivos a sobreviver num presente partido, mais que imperfeito."


Bruno Vieira Amaral, escritor português (1978-), in “Manobras de guerrilha”, Ed. Quetzal, 2018
(Foto da net.)

17 setembro, 2019

À terça - imagens e palavras: "claridade"



“... por vezes é necessário atravessar as trevas para vislumbrar de novo a claridade do dia que nasce."


Philippe Claudel, escritor francês (1962), in “O arquipélago do cão”, Sextante (Porto Editora), 2019
(Foto da net.)


Voltei... cheia de saudades!
Voltei de onde? Dos Açores, o paraíso ali no meio do oceano Atlântico, onde a beleza natural é tamanha e as vacas tantas e felizes e curiosas, que chegam a fugir das pastagens verdes para o empedrado negro das calçadas. Verdade!
Amei, claro! E fotografei, muito!
Aguardem, que eu mostrarei tudo!


10 setembro, 2019

À terça - imagens e palavras: "alegria" e "felicidade"


“Há quem confunda a alegria com a felicidade. A alegria não se parece com a felicidade, a não ser na medida em que um mar agitado se parece com um mar plácido. A água é a mesma, apenas isso. A alegria resulta de um entorpecimento do espírito, a felicidade de uma iluminação momentânea. O álcool pode levar-nos à alegria – ou um cigarro de liamba, ou um novo amor – porque nos obscurece temporariamente a inteligência. A alegria, pois, tende a ser burra. A felicidade é outra coisa. Não ri às gargalhadas. Não se anuncia com fogo-de-artifício. Não faz estremecer estádios. Raras são as vezes em que nos apercebemos da felicidade no instante em que somos felizes.”


JOSÉ EDUARDO AGUALUSA, escritor angolano (1960), in “Barroco Tropical”, Ed. Quetzal, 2018
(Foto da net.)

03 setembro, 2019

Agora sim, vou de férias!

Agora sim, vou de férias. Merecidas, acreditem!
Será apenas uma rapidinha cá dentro... lá fora.
Confuso?
Prometo desvendar por onde andei, logo após o meu regresso.
Hum, será que escolhi o lugar certo para uma avó "amada, babada e amassada" descansar?
Não tenho a resposta, juro. Nunca lá estive antes!
Desde que tenha à minha espera uma cama, uma cadeira à beira-mar e outra junto da piscina... basta!
Não posso esquecer a máquina fotográfica. (Calma, Teresa, já está dentro da mochila!) Mochila?! Mas não era para levar apenas um saco de praia, biquinis e cremes bronzeadores?
Esquisito! Pelo sim pelo não vou meter na mochila uma parka impermeável e botas para caminhadas longas.
Virei de lá ainda mais cansada? Espero que não. Socorro!!!

Porque hoje é terça-feira não podia fugir para o bem-bom sem partilhar convosco algumas palavras retiradas do belíssimo romance "A mulher certa", de um dos meus escritores favoritos: Sándor Márai.
A foto é da net. (Não queriam que eu fotografasse a minha cama, pois não?!)
Na próxima terça-feira aparecerão aqui no Rol (regressado de férias) mais palavras. De quem? Depois verão!
Entretanto, fiquem bem!

 

“Depois de uma certa idade, exige-se toda a verdade, logo, também na cama, na dimensão mais física e obscura do amor. Não é importante que a pessoa amada seja bela - após um certo tempo, já nem reparas na sua beleza – nem importa que seja mais ou menos extraordinária, excitante, inteligente, bem informada, curiosa, cúpida e que te responda com o mesmo ardor. O que é importante? A verdade. Tal como na literatura e em todas as coisas de âmbito humano: a espontaneidade, surpreendermo-nos a nós mesmos com o dom maravilhoso do prazer, e, simultaneamente, apesar do nosso egoísmo e da nossa avidez, sermos capazes de dar alegria com a mesma generosidade, sem calculismos e segundas intenções, com leveza e quase distraidamente… É esta a verdade, na cama.”

ESTOU DE VOLTA, DEVAGAR, MUITO DEVAGAR, 
DEVAGARINHO.

AS SAUDADES QUE EU JÁ TINHA...