31 dezembro, 2013

2013 está a terminar... viva 2014!

 UM EXCELENTE 2014 PARA TODOS

Os dias são longos, mas os anos são curtos... diz Gretchen Rubin, em "Projecto felicidade".
Eu, infelizmente (ou felizmente?!), tenho de concordar.
Teresa, isso assusta-te?
NÃO! SIM!
Bem, o melhor é brindares à chegada de mais um ano, e pedir que traga, paz, saúde, amor e… muitos livros.
 
A vida foge-nos... diz Saul Bellow, em “Ravelstein”.
Eu, infelizmente (ou felizmente?!), tenho de concordar.
Teresa, continuas assustada?
NÃO! SIM!
Bem, tem calma. Agora que já brindáste e fizeste o teu pedido para 2014, vamos ambos...
 
Pendurar um poema e atravessar com ele a noite inteira sem sequer nos darmos conta de que se fez noite... como diz Valter Hugo Mãe, em "A Desumanização".
Hum! Parece-me bem. 
Gostei de falar contigo, senso comum.
(Será que ando a ler demasiadas histórias de Saramago?!)

22 dezembro, 2013

NATAL é sempre que "eu" quiser...

FELIZ NATAL PARA TODOS 

NATAL
Hoje é dia de Natal.
O jornal fala dos pobres
em letras grandes e pretas,
traz versos e historietas
e desenhos bonitinhos,
e traz retratos também
dos bodos, bodos e bodos,
em casa de gente bem.

Hoje é dia de Natal.

- Mas quando será de todos?

Poema de Sidónio Muralha (Lisboa, 1920)
Foto net.

20 dezembro, 2013

"Gratidão" - Louise L. Hay

Estou grata pelo hoje e pelos amanhãs que hão-de vir.
Estou grata pela Vida agora e sempre.
 
Louise L. Hay (uma das primeiras difusoras do conceito de autoajuda) reúne neste livro cinquenta reflexões inspiradoras, sobre a capacidade que a gratidão tem de transformar a nossa vida.
Seleccionei algumas:
 
“… quando derem por vós presos ao terror das coisas que parecem estar mal, lembrem-se de fazer uma oração de gratidão por todas as coisas que estão bem.” – Joan Borysenko
 
“Com o passar dos anos, apercebi-me de que quanto mais gratidão sinto em relação ao passado, mais feliz sou no presente.” – Lee Coit
 
“A gratidão espalha um brilho de optimismo em toda a minha vida. Quanto mais grata estou por tudo na vida, mais razões encontro para estar grata.” – Terah Kathryn Collins
 
“A gratidão é uma força milagrosa, como um íman mágico, que gera e depois atrai muito mais do que já recebemos.” – Nicholas Eliopoulos
 
"A força interior advém do facto de nos agarrarmos à única pessoa que nos pode ajudar – nós!" (Sylvia Friedman)
 
“A gratidão altera a forma como vemos a vida e como nos vemos a nós próprios.” – Sharon Huffman
 
“Um coração grato recarrega a alma e revitaliza o corpo.” – Christian Sorenson
 
Decidi criar o meu "Livro de Gratidão".
Nele, vou dar graças pela dádiva da vida, pelo amor e ... por poder ler todos os géneros literários.
Valeu!
 
Gratidão, de Louise L. Hay
Ed. Pergaminho, 2006
230 págs.

13 dezembro, 2013

"A Desumanização" - Valter Hugo Mãe

… o planeta é feminino e apenas por ser assim se mantém em ordem.
Esta é a história de Halla, uma menina diferente, que cresceu demasiado depressa, e transporta dentro dela toda a dor do mundo.
Uma história assombrosa, dura e perturbadora, sobre o amor, a família, o sofrimento, a solidão, a morte. Uma história também sobre livros – as pessoas que não leem apagam-se do mapa de deus, sobre poesia, sobre a cultura islandesa.
Halla vive numa aldeia nos fiordes islandeses, um lugar desumanizado, onde se queimam páginas arrancadas a livros para sobreviver ao frio.
Aos onze anos, apareceram-lhe as flores de sangue e passou a ser mulher.
Aos doze anos, tudo em seu redor se dividiu por metade, com a morte de Sigridur, a irmã gémea.
Halldora, a menos morta, tem de lidar com tamanha dor e, ainda, com a doença da mãe, que antes tocava piano e agora despedaça animais e corta os braços com lâminas por não ter sabido salvar uma filha, e com a tristeza do pai, pescador, pensador e fantasioso, que escreve poemas para descobrir aquilo que não sabe.
É deitada sobre a campa da irmã que encontra conforto. É nos braços de Einar, o tolo da aldeia, que encontra carinho.
Halla fica grávida sem maldade, numa idade criminosa para a maternidade, mas.. um dia cai da cama, a barriga “estala” e o filho morto é atirado para a boca de deus.
Aos treze anos, sai de casa dos pais e vai viver com Einar para a igreja da aldeia. Ele, tolo e apaixonado, diz que juntos encontrarão a felicidade. Ela, sente apenas compaixão e tristeza. Aprenderá a amá-lo.
 
Esta é a primeira parte da história. Propositadamente não “falei” de outras personagens da trama.
Propositadamente, também, não vou “falar” sobre a segunda parte da história. Há por lá segredos, e segredos não são para desvendar.
Estive para abandonar a leitura deste romance, logo nas primeiras páginas. Disso dei conta no meu rol.
Ainda bem que não o fiz, pois acabei por gostar de ouvir a voz desta menina, parecida com uma mulher, que “encontrei” nos fiordes islandeses, para onde me levou VHM e o seu grande amor pela Islândia.
Quando for grande, quero ser de outra maneira. Quero ser longe.
Maravilha!
 
A desumanização, de Valter Hugo Mãe
Porto Editora, 2013
238 págs.

10 dezembro, 2013

"Olhos de cão azul" - Gabriel García Márquez

Sonho sempre com um homem que me diz: olhos de cão azul… preciso de encontrar o homem que em sonhos me diz isso mesmo.
Eu não sonhei com estes contos, mas gostava de encontrar quem os escreveu. Oh! Se gostava.
Como seria estar ao lado de um dos meus escritores preferidos? Um enorme prazer... e um susto!
Um susto, mas um grande susto mesmo,  senti ao ler estas onze histórias mórbidas, melancólicas, pessimistas, amargas. Ou não fosse a MORTE o tema central de todas elas.
Tudo o que me assusta e entristece está nestas  histórias, escritas entre 1947-1945. (“Cem anos de solidão” foi publicado em 1967), críveis pela escrita mágica de GGM.
Eu acreditei logo na primeira, sobre um rapaz que passou a infância morto - “A terceira resignação” (1947)  
- Minha senhora, o seu filho tem uma doença grave: está morto.
… a mãe mandou-lhe fazer um caixão pequeno, de madeira nova; um caixão de criança, mas o médico mandou que lhe fizessem uma caixa maior, uma caixa para um adulto normal, pois aquela, pequena, poderia atrofiar o crescimento e viria a ser um morto disforme ou um vivo anormal.
… a mãe mandou fazer um caixão grande, para um cadáver adulto… depressa começou a crescer dentro da caixa.
Acreditei mesmo?!
Que importância tem... os meus olhos são castanhos… e leais (a GGM).
Olhos de cão azul, de Gabriel García Márquez
Ed. Quetzal, 1993
Tradução de Maria da Piedade Ferreira
158 págs.Oh! Se gostava.

06 dezembro, 2013

"O homem duplicado" - José Saramago

… achou-se a perguntar a si mesmo, de súbito intrigado, de súbito perplexo, que estranhos motivos, que particulares razões teriam sido as que levaram o colega de Matemática… a aconselhar-lhe com tanta insistência o filme… Quem Porfia Mata Caça… quando a verdade é que nunca a chamada sétima arte havia sido assunto de conversa entre ambos.
Então, depois das aulas, Tertuliano aluga o filme, vai para casa, janta, lava a loiça, senta-se na sala para ver a comédia “Quem Porfia Mata Caça”, não gosta e diz em voz alta: amanhã vou devolver esta merda.
Ainda intrigado, vai para o quarto, deita-se na companhia do livro sobre as “antigas civilizações mesopotâmicas”, lê quatro páginas, adormece, acorda uma hora depois com um barulho estranho em casa, percebe que vem da sala, levanta-se da cama, pega num sapato à falta de arma mais contundente, vai à procura do intruso. Sim, porque Tertuliano Máximo Afonso, não é nenhum cagarolas.
Com o coração a galope, avança pelo corredor, casa de banho, cozinha, de novo corredor e aproxima-se da sala. Não tem dúvidas, o intruso está na sala. Tertuliano entra, olha em redor, não vê ninguém, mas repara que o aparelho de televisão está ligado, que o leitor de vídeo continua a passar o filme “Quem Porfia Mata Caça”. Era, então, aquilo.
Decide voltar a ver a fita, todo ele olhos, já sem risos nem sorrisos. De repente…
… de joelhos diante do televisor, com a cara tão perto do ecrã quanto lho permitia a visão, tem uma revelação tremebunda: o actor do filme é igualzinho a ele, é uma cópia perfeita, um duplicado seu.
O que vai Tertuliano fazer, agora que descobriu que na cidade há um homem que, a avaliar pela cara e pela figura em geral, é o seu vivo retrato?
Investigar, investigar e conhecê-lo!
Conseguirá? Como?
Eu já sei. Você, para saber vai ter de ler... sem esquecer as entrelinhas.
A seu tempo saberá porquê.
Mas, quem é Tertuliano Máximo Afonso?
Tertuliano é professor de História numa escola do ensino secundário e está ciente de que a História que ensina, tem uma enorme quantidade de rabos de fora.
Já foi casado e não se lembra do que o levou ao matrimónio. Divorciou-se e não quer lembrar-se dos motivos por que se separou. Tem uma namorada, Maria da Paz, mas ele não se deixa prender demasiado.Vive só, ou melhor, com o seu senso comum, com quem tem longas e interessantes conversas.
 
Dos romances de Saramago que já li, não vou dizer que este é o melhor, mas digo que é brilhante.
Ter conhecido Tertuliano Máximo Afonso, o professor encarregado, pelo director da escola, de preparar uma proposta para o Ministério, em que as matérias históricas fossem estudadas do presente para o passado em vez de o serem do passado para o presente, foi…
... o máximo!
 
O homem duplicado, de José Saramago
Ed. Caminho, 2002
318 págs.

05 dezembro, 2013

Nelson Mandela (1918-2013)

 
"Tenho lutado contra a dominação branca e contra a dominação negra. Tenho acalentado o ideal de uma sociedade democrática e livre em que todas as pessoas possam viver juntas, em harmonia e com oportunidades iguais. É um ideal para cuja concretização espero viver. Mas se for necessário, é um ideal pelo qual estou disposto a morrer."
Palavras proferidas por Nelson Mandela, no decurso do seu julgamento, em 1964.
 
"Amigos, camaradas e compatriotas sul-africanos.
Saúdo-vos em nome da paz, da democracia e da liberdade para todos.
Estou aqui, perante vós, não como um profeta mas como um humilde servo vosso, do povo. Os vossos sacrifícios incansáveis e heróicos tornaram possível a minha presença hoje aqui. Deposito, pois, os anos de vida que me restam nas vossas mãos."
Palavras dirigidas por Nelson Mandela à multidão que se concentrou na Cidade do Cabo no dia da sua libertação, em 11 de Fevereiro de 1990.
 
"Estou aqui como representante dos milhões de pessoas que ousaram insurgir-se contra um sistema social que tem na sua essência a guerra, a violência, o racismo, a opressão, a repressão e o empobrecimento de uma população inteira.
Estou também, em representação dos milhões de pessoas do movimento antiapartheid espalhados pelo mundo inteiro, dos governos e organizações que se juntaram a nós, não para combater a África do Sul enquanto país, mas sim para se opor a um sistema desumano e pôr rapidamente cobro ao crime contra a humanidade perpetrado pelo apartheid.
... A ferida de um indíviduo é de todos, e por isso eles agiram em coerência na defesa da justiça e do elementar respeito humano.
Graças à sua coragem e determinação ao longo de muitos anos, podemos mesmo, hoje, prever o dia em que a humanidade inteira se reunirá para festejar uma das mais memoráveis vitórias humanas do nosso século."
Excerto do discurso de Nelson Mandela, na cerimónia de aceitação do Prémio Nobel da Paz , em 1993.
 
Adeus Madiba!

03 dezembro, 2013

4º - Você sabe em que livro se esconde este “primeiro parágrafo"?

"Fui a Key West, Florida, e inscrevi-me na edição deste ano do tradicional concurso de duplos do escritor Ernest Hemingway. A competição teve lugar no Sloppy Joe’s, o bar favorito do escritor quando vivia em Cayo Hueso, no extremo sul da Florida. Escusado será dizer que apresentar-se nesse concurso – repleto de homens robustos, de meia-idade e com uma farta barba grisalha, todos idênticos a Hemingway, idênticos inclusive na sua vertente mais estúpida – é uma experiência única.”
 
Resposta do 3º “Primeiro parágrafo”:
Em “Sputnik meu amor”, de , Haruki Murakami, ed.Casa das Letras, 2005

01 dezembro, 2013

3º aniversário do "rol de leituras"




Nunca prestei grande atenção ao calendário, nunca comemorei datas.
Tenho para mim um relógio íntimo que marca outro compasso nisso que chamamos tempo.
Diz Mia Couto, em “Pensageiro frequente”.
Já eu... olho diariamente para o calendário, aplaudo o tempo que passa, comemoro dias, minutos e segundos, rejubilo com festas, festanças e festarolas.
Daí... não hesitar em comunicar que vou comemorar o 3º aniversário do meu rol de leituras.
Como?
Lendo, lendo muito... para esquecer tristezas, desilusões e desencantos, que teimam em perturbar o compasso do meu tempo
Obrigada a todos os meus seguidores.
Obrigada a todos os que apenas passaram por aqui.
Obrigada pelos comentários, pelas mensagens.
Abraço!

(Foto da net.)