Sozinho, quando me apetecia chorar, chorava, e nunca me apeteceu tanto fazê-lo como quando retirei do envelope a série de imagens do seu cérebro … aquilo que o levava a pensar do modo rude como pensava, a falar do modo enfático como falava, a raciocinar de modo emotivo como raciocinava, a decidir de modo impulsivo como decidia.
“Património” é a recriação dos últimos anos de vida de Herman Roth, 86 anos, após a morte súbita da mulher e de lhe ter sido diagnosticado um tumor cerebral.
É uma história verdadeira, crua, repleta de amor, medo e dor, onde transparece a admiração do autor pelo pai, judeu teimoso, que trava uma luta desigual com o tumor que o irá matar.
Mas é, também, um poderoso livro de boas e más memórias, de partilha, de preparação para a terrível perda de um progenitor.
Este texto não é ficção e como tal a sua leitura nem sempre é fácil.
Apesar disso gostei MUITO!
Património, de Philip Roth
Dom Quixote, 2008
Tradução de Fernanda Pinto Rodrigues
214 págs.
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