Não: devagar.
Devagar, porque não sei
Onde quero ir.
Há entre mim e os meus passos
Uma divergência instintiva.
Há entre quem sou e estou
Uma diferença de verbo
Que corresponde à realidade.
Devagar…
Sim, devagar…
Quero pensar no que quer dizer
Esse devagar…
Talvez o mundo exterior tenha pressa demais.
Talvez a alma vulgar queira chegar mais cedo.
Talvez a impressão dos momentos seja muito próxima…
Talvez isso tudo…
Mas o que me preocupa é esta palavra devagar…
O que é que tem que ser devagar?
Se calhar é o universo…
A verdade manda Deus que se diga.
Mas ouviu alguém isso a Deus?
Poema de Álvaro de Campos, heterónimo de Fernando Pessoa (1883-1935)
Poema de Álvaro de Campos, heterónimo de Fernando Pessoa (1883-1935)
Sabia que (2):
"1893 - Em Julho, Joaquim de Seabra Pessoa (pai de Fernando Pessoa) morre tuberculoso em Lisboa. (...)
1894 - Em Janeiro morre o seu irmão Jorge. Neste período Fernando Pessoa cria o seu primeiro heterónimo, o Chevalier de Pas.
1895 - A sua primeira poesia, a quadra À minha querida mamã, tem a data de 26 de Julho.
Em Dezembro a mãe casa por procuração, na Igreja de São Mamede em Lisboa, com o Comandante João Miguel Rosa, Cônsul de Portugal em Durban, na colónia inglesa do Natal.
1896 - Em Janeiro parte com sua mãe e um tio-avô com destino a Durban. (...)
1897 - Faz a instrução primária na escola de freiras irlandesas da West Street (alcança a equivalência de cinco anos lectivos em apenas três). No mesmo Instituto faz a sua primeira comunhão."
("Fernando Pessoa, uma fotobiografia", de Maria José de Lancastre).
"1893 - Em Julho, Joaquim de Seabra Pessoa (pai de Fernando Pessoa) morre tuberculoso em Lisboa. (...)
1894 - Em Janeiro morre o seu irmão Jorge. Neste período Fernando Pessoa cria o seu primeiro heterónimo, o Chevalier de Pas.
1895 - A sua primeira poesia, a quadra À minha querida mamã, tem a data de 26 de Julho.
Em Dezembro a mãe casa por procuração, na Igreja de São Mamede em Lisboa, com o Comandante João Miguel Rosa, Cônsul de Portugal em Durban, na colónia inglesa do Natal.
1896 - Em Janeiro parte com sua mãe e um tio-avô com destino a Durban. (...)
1897 - Faz a instrução primária na escola de freiras irlandesas da West Street (alcança a equivalência de cinco anos lectivos em apenas três). No mesmo Instituto faz a sua primeira comunhão."
("Fernando Pessoa, uma fotobiografia", de Maria José de Lancastre).
Não sabia? Eu também não!
O que importa é que agora sabemos.
Prometo partilhar mais informações sobre a vida do poeta do desassossego.(Foto cedida por ANTÓNIO GOMES, do blogue "Existe Sempre um Lugar". Obrigada, amigo!)
Bom dia, " Devagar… Sim, devagar… Quero pensar no que quer dizer" lindo poema do enorme poeta Fernando Pessoa, devagar causa preocupação mas deve e tem que ser.
ResponderEliminarA Partilha é maravilhosa, gostei muito.
Feliz dia e fim de semana,
AG
Amigo António, a sua foto é «a cereja em cima do bolo».
EliminarMuito obrigada, por tudo.
Abraço.
Estamos sempre a aprender.
ResponderEliminarBeijo, bfds
Até morrer, não é amigo?
ResponderEliminar(Se possível de riso, digo eu...)
Beijo.
Aplausos pela foto do amigo A.Gomes, pra ti que compartilhaste! Tudo lindo! beijos, chica e feliz JUNHO!
ResponderEliminarMuito obrigada, Rejane.
EliminarBeijo e um feliz Junho também para si.
A foto é linda sendo azul (céu) sobre ouro (areia)!
ResponderEliminarDesconhecia algumas das partilhas!
Gosto do poema e DEVAGAR SIM para saborearmos o que o TEMPO nos oferece!!!
bj
Gracinha, não sabias tu nem eu, mas ficámos a saber.
EliminarOportunamente partilharei outros dados da vida do poeta.
Beijo e bom fim-de-semana.
Casamento perfeito do belo poema de Fernando Pessoa (digo Álvaro de Campos) com a foto mansa, tranquila de A.Gomes!
ResponderEliminarBeijo, querida amiga!
Tais, pouco contribui para este casamento perfeito: o poema copiei e a foto pedinchei.
EliminarDe mim, apenas aqui está o gosto pela poesia e pela fotografia e o enorme prazer em partilhar. Ah, e o gosto de gostar de amigos.
Beijo, querida.
Bom dia Teresa.
ResponderEliminarEssa poesia retrata um pouco do meu modo de viver
hoje rumo aos 56 anos,; já tive pressa, muita pressa.
Pressa de realizar coisas, pressa em atender as
pessoas e muita pressa em não decepciona-las.
Um dia como no poema, parei de correr assim
e passei a saborear a vida calmamente...
Tem dado certo.
Quanto as informações compartilhadas
são ricas, por isso sou grata a você.
Nesse link do Youtube há uma
canção linda com o tema.
Bjins
CatiahoAlc.
Olá, Catiaho!
EliminarTambém eu já tive pressa, já corri...
Agora, não corro mais. Correr para a morte? Nem pensar!
Agora, a vida é um presente que vou abrindo com calma, muita calma!
Vou espreitar o link.
Beijo, amiga.
Tanto el poema como esa tranquila playa, te invitan a pasear, ahora bien, despacito, como debe de ser.
ResponderEliminarUna entrada muy bonita y completa, con esos detalles biográficos.
Un abrazo.
Muchas gracias, Manuel.
EliminarUn abrazo para ti tambien.
Olá Teresa!
ResponderEliminarA poesia de mestre Fernando Pessoa não deixa indiferente a quem gosta de poesia, Os seus poemas dão-nos lições de vida, de amor vivido, de amor perdido, de solidão e inquietação. Fernando Pessoa é um norte para os poetas.
Ótimo domingo Teresa!
Bjs.
Pedro
Olá Pedro!
EliminarFernando Pessoa, o mestre como lhe chamas, é um norte para quem ama escrever prosa ou poesia, para quem simplesmente ama ler.
Certo dia, li numa entrevista um escritor estrangeiro dizer que o “Livro do desassossego” de Pessoa, era seu livro de cabeceira. (Não recordo agora o nome do escritor, mas tenho a entrevista guardada …)
Pois eu, que de escritora ou poeta nada tenho mas adoro ler, não passo um dia sem o abrir para me perder em tamanha beleza. E se acontece ler o que já antes li e sublinhei, encontro novos encantos nas palavras escritas.
Para o mal e para o bem, confesso-me viciada em Pessoa. Nos seus poemas, no desassossego da sua prosa.
Nunca, jamais, algo igual me aconteceu.
Gostei muito deste teu comentário, Pedro. Poeta é assim, fala (escreve) lindo!
Bom domingo para ti e Tais.
Beijo para os dois.
Belo poema e linda foto do amigo A.Gomes.
ResponderEliminarBeijinhos
Maria
Divagar Sobre Tudo um Pouco
Álvaro de Campos. Andei a relê-lo há pouco tempo. Encontro sempre várias formas de o abordar… Que bom encontrá-lo aqui, minha Amiga. A fotografia é lindíssima.
ResponderEliminarUma boa semana.
Um beijo.
Eu até já sabia isso, mas sem as datas precisas. De todo o modo, cá espero o resto na volta do correio :); pode que o não saiba e fique sabendo.
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