12 junho, 2020

Curiosidades "Rol de Leituras": frases e romances de José Saramago

De José Saramago li praticamente todos os romances. Alguns, cheguei a reler para poder resumir e publicar no Rol.
Em todos sublinhei muitas, muitas frases, que também fui compartilhando.
Estas são as frases e os romances de Saramago, mais visualizados no Rol de Leituras:

Frases sublinhadas no romance "Levantado do Chão":
"O que há mais na terra, é paisagem. Por muito que do resto lhe falte, a paisagem sempre sobrou, abundância que só por milagre infatigável se explica, porquanto a paisagem é sem dúvida anterior ao homem, e apesar disso, de tanto existir, não se acabou ainda.

Não faltam cores a esta paisagem. Porém, nem só de cores. Há dias tão duros como o frio deles, outros em que se não sabe de ar para tanto calor: o mundo nunca está contente, se o estará alguma vez, tão certa tem a morte.

Tanta paisagem. Um homem pode andar por cá uma vida toda e nunca se achar, se nasceu perdido."

(Ler mais...)

Os três romances mais «espreitados»:
"História do Cerco de Lisboa"
Os primeiros capítulos deste livro de José Saramago são difíceis de compreender. Que raio de enredo é este que entrelaça o passado com o presente?
Sem resposta, apetece largar o livro e esquecer de vez o revisor Raimundo Silva.
Não faça isso. Continue a ler e rapidamente vai entender que num só livro estão contadas duas histórias. É isso possível? Sim, com Saramago tudo é possível.
A história começa com Raimundo Silva, solteiro, com mais de cinquenta anos, revisor de profissão, a rever um tratado de história, com quatrocentas e trinta e sete páginas, intitulado “História do Cerco de Lisboa” – corria o ano de 1147 quando os portugueses, ajudados por cruzados, tomaram a cidade aos mouros.
No final da revisão, lê vezes sem conta a linha que afirma que os cruzados auxiliarão os portugueses a tomar Lisboa e eis que, pela primeira vez em tantos anos de profissão, infringe o código deontológico dos revisores, ao introduzir deliberadamente no texto um NÃO que altera toda a verdade histórica. (Ler mais...)

"Ensaio sobre a Lucidez"
Disse José Saramago: Este é um livro francamente terrível com o qual eu quero que o leitor sofra tanto como eu sofri ao escrevê-lo. Nele se descreve uma longa tortura. É um livro brutal e violento e é simultaneamente uma das experiências mais dolorosas da minha vida. São 300 páginas de constante aflição. Através da escrita, tentei dizer que não somos bons e que é preciso que tenhamos coragem para reconhecer isso.
Ora bem, eu não sofri tanto assim. Até sorri, diversas vezes, com a crítica mordaz que ele faz ao poder político. Uma crítica cáustica, como só ele sabe fazer. A primeira parte do livro é, verdadeiramente risível. A segunda parte, bem, é muito mais séria.
A trama é interessante: Num país qualquer é dia de eleições municipais. Na capital chove torrencialmente e durante a manhã poucos eleitores comparecem para votar. Numa determinada mesa eleitoral o presidente e os delegados dos partidos representados temem uma alta abstenção. (Ler mais...)

 "O ano da morte de Ricardo Reis"
Aqui o mar acaba e a terra principia. Chove sobre a cidade pálida, as águas do rio correm turvas de barro, há cheias nas lezírias.
Assim começa esta narrativa sobre os últimos nove meses de vida do médico Ricardo Reis, o heterónimo mais conhecido de Fernando Pessoa.
Na sua biografia consta que nasceu no Porto, em 1887 e nada é dito sobre o ano da sua morte. Saramago decide, então, criar a sua versão da história, entrelaçando factos oficiais com factos imaginados, e pôr um ponto final na vida do médico monárquico. Ricardo Reis morrerá em 1936, ano do início do longo tormento português.
Sou o ano de mil novecentos e trinta e seis, venham ser felizes comigo. (Ler mais...)


Se não leu nenhum dos romances de José Saramago, não sabe o que perdeu. 
A sua escrita inteligente e única, estranha-se primeiro mas depois... «devora-se» compulsivamente!
Confira, lendo-o!
(Conselho meu: não escolha "Memorial do Convento" para começar a ler Saramago. Escolha outro romance. Outro qualquer. Indico três: "A Caverna", "Caim", "As Intermitências da Morte".) 

(fotos da net)

9 comentários:

  1. Um enorme escritor da língua portuguesa, e não só, sem dúvida alguma

    Deixando uma 🌹

    ResponderEliminar
  2. É um nobel, escreve muitíssimo bem, honra a língua portuguesa e a nós todos. Não costumo lê-lo, comecei vários romances e, que me lembre, não terminei nenhum. Mal meu e não do escritor.

    ResponderEliminar
  3. Também eu li praticamente todos os romances de José Saramago. Um dos meus preferidos é "História do Cerco de Lisboa". No Círculo Literário lemos "Caim", o qual levantou grandes polémicas entre os membros do Círculo. Comprei e li "As Intermitências da Morte", quando a minha mãe morreu.

    Abração literário da amiga de longe.

    ResponderEliminar
  4. Também li tudo do Saramago e alguns livros mais que uma vez. Já nem sei dizer qual gosto mais, mas aquele que me fez sofrer mais foi o "Ensaio sobre a lucidez. E o que me feriu cá bem por dentro foi "Levantado do chão". Mas todos se lêem como dizes compulsivamente, porque Saramago é um autor brilhante. inteligente, sensível e imaginativo como nenhum outro.
    Um bom fim de semana, minha Amiga Teresa.
    Um beijo.

    ResponderEliminar
  5. De todos os que assinalou só li "Levantado do Chão" que adorei. Também li "Memorial do Convento" "A Jangada de Pedra" "A maior flor do mundo" "Os poemas possíveis"
    Abraço, saúde e bom fim de semana

    ResponderEliminar
  6. Eu e o Saramago não dá mesmo.
    Não gostava do homem, não consigo gostar dos livros.
    Beijo, boa semana

    ResponderEliminar
  7. Teresa,
    Adorei ler e consegui
    perceber que preciso
    ler mais títulos dele.
    Vou fazer minha lista
    orientando-me por aqui
    por seu blog.
    Saudades de você,
    tenho novas flores no jardim
    quer as imagens?
    Bjins de boa nova semana
    CatiahoAlc.

    ResponderEliminar
  8. Está a fazer 10 anos que morreu, um dos nossos melhores escritores, Saramago.
    Não o único que deveria ter recebido o Nobel da Literatura !

    ResponderEliminar
  9. E no entanto eu comecei pelo Memorial do Convento... e nunca mais parei de lê-lo: foi mesmo amor à primeira leitura :)
    🌻

    ResponderEliminar