28 novembro, 2015

7º - Excertos do "Livro do desassossego", de Fernando Pessoa

53-(1914?)
“Tenho as opiniões mais desencontradas, as crenças mais diversas. É que nunca penso, nem falo, nem ajo... Pensa, fala, age por mim sempre um sonho qualquer meu, em que me encarno de momento. Vou a falar e falo eu-outro. De meu, só sinto uma incapacidade enorme, um vácuo imenso, uma incompetência ante tudo quanto é a vida. Não sei os gestos a ato nenhum real.
Nunca aprendi a existir.
Tudo que quero consigo, logo que seja dentro de mim.

Se me perguntardes se sou feliz, responder-vos-ei que o não sou. (Intervalo Doloroso)

Quero que a leitura deste livro vos deixe a impressão de terdes atravessado um pesadelo voluptuoso."

Leia (tudo) e… deslumbre-se!


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