05 junho, 2012

Desafio nº 7: Um observou e discursou... outro publicou. De que livro se trata?

Suponhamos, com efeito, que um Branco tem vontade de fazer qualquer coisa e que o seu coração arde de desejo por isso: que por exemplo, lhe apetece ir deitar-se ao sol, ou andar de canoa no rio, ou ir ver a sua bem-amada. Que faz ele então? Na maior parte das vezes estraga o prazer com esta ideia fixa: «não tenho tempo de ser feliz». Mesmo dispondo de todo o tempo que queira, nem com a melhor boa vontade o reconhece. Acusa mil e uma coisas de lhe tomarem o tempo e, de mau grado e resmungando, debruça-se sobre o trabalho que não tem vontade nenhuma de fazer, que não lhe dá qualquer prazer e que ninguém, a não ser ele próprio, o obriga a fazer.
Nunca fui capaz de entender isto, julgo que se trata de uma doença grave. «O tempo escapa-se-me por entre os dedos!», «O tempo corre mais veloz do que um cavalo!», «Dá-me um pouco mais de tempo!» - tais são os queixumes do homem branco.

Ajuda se eu disser que o livro, publicado pela primeira vez em 1920, fez um sucesso estrondoso por todo o mundo?
Ajuda se eu disser que em Portugal foi publicado pela editora Antígona, em 1989?

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Resposta do Desafio nº 6:
Ora bem, claro que é “Cem anos de solidão”, do GRANDE Gabriel García Márquez, vencedor do Nobel da Literatura 1982.
Disse ele: Propus-me escrever Cem anos de solidão para dar uma saída literária, integral, a todas as experiências que de uma maneira ou de outra me marcaram na infância. Eu não faço sair os meus livros do nada mas da realidade da América Latina.
Ainda bem, digo eu.
Parabéns para quem acertou.

4 comentários:

  1. Este e com estas dicas não chego lá! :)

    Beijocas!

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  2. Olá Teresa

    Adoro os seus desafios. Pois só pode ser o célebre livro "Papalagui" que infelizmente caiu no esquecimento o que é pena já que é uma lição e todos o deveríamos ler. Discursos de um chefe de tribo, Tuiavii, recolhidos por Scheurmann. Tenho uma edição de 1999 e estou agora com o livro junto de mim, aliás, assim que li o desafio fui logo ao meu sotão onde tenho o que chamo a minha livraria e quase fiquei em "pânico" porque não o encontrava. Que alívio quando o vi.
    Gosto particularmente do discurso "O Papalagui (homem branco) tornou Deus mais pobre" que começa assim:
    "O Papalagui tem uma maneira de pensar particularmente confusa. Está sempre a ver como é que isto ou aquilo lhe poderá ser útil ou dar-lhe certos direitos. Não se preocupa em pensar com os homens em geral, mas apenas num, o qual acaba sempre por ser ele próprio". O que dizer sobre a a actualidade e a verdade desta afirmação vinda de um homem que nunca leu nada e nunca teve acesso a nada daquilo que a que o homem branco sempre teve.
    Esta é só uma frase, um pensamento, de um livro que sem exagero deveria ser de leitura obrigatória pela profundidade, pelos príncipios e pela ética.

    Um abraço
    MariaJB

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  3. Desta vez não cheguei lá sem a ajuda da pesquisa, porque ainda não li o livro em questão. Mas por acaso é um livro que faz tempo que quero ler! ;)
    Bom feriado!

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  4. Ora aí está outro que anda na minha mesa-de-cabeceira há meses, à espera de ser lido. Tinha-o fotocopiado há anos, pelo de uma amiga. Nem sei onde pára a fotocópia. Caiu no esquecimento.
    Há meses um irmão meu comprou-me uma edição da Antígona de 1989, num alfarrabista, e ofereceu-mo. Cá está à espera de vez...
    Diz quem leu, que é um livro inesquecível.
    Esteve esgotado durante anos (por isso o fotocopiei), mas há pouco tempo vi-o numa edição nova, numa livraria.
    Um abraço

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