Foi por mera curiosidade que comprei e li "Três mulheres poderosas" no verão passado, depois de saber que estava a ser um fenómeno literário em França e do prémio que havia conquistado. Não conhecia nada da obra da autora.
Não me arrependi, pois deliciei-me com um retrato riquíssimo, impecável, duro, doce, de comportamentos, sentimentos e relações humanas.
“Três mulheres poderosas”, Prémio Goncourt 2009, pela primeira vez atribuído a uma escritora negra, conta a história de três mulheres – Norah, Fanta e Khady Demba, que para preservarem a dignidade face às humilhações que a vida lhes inflige, tiveram de aprender a dizer NÃO.
A ligá-las: a África, a França, o drama das migrações e a difícil integração.
A primeira história, a que mais me tocou, é o relato da resposta de Norah, 38 anos, ao chamamento do pai “…muito me honrarias e dar-me-ias um insigne prazer se não te importasses, e se as tuas forças te permitirem, de te separar da tua família durante um período mais ou menos longo, para vires a minha casa, a casa do teu pai, pois tenho de te falar de coisas graves e importantes…”
Mesmo pensando “não faz sentido e não há qualquer interesse em ter como pai um homem com o qual não é literalmente possível entender-se e cujo afecto foi sempre improvável”… ela foi ter com aquele pai que abandonara, em França, a mulher e duas filhas, com 8 e 9 anos, e fugira para África com o filho Sony.
Mas “aquele homem terrível, intratável” agora sozinho, dobrado sobre o peso da idade, da doença e do desgosto, era o seu pai. O que se passou para a chamar?
A terceira história, a que mais me abalou, relata o drama da jovem Khady, que depois da morte inesperada do marido foi desprezada e abandonada pela família dele. A partir daí, começou o seu inferno.
Três mulheres poderosas, de Marie Ndiaye
Teorema, 2010
Tradução de Carlos Correia Monteiro de Oliveira
296 págs.
A ligá-las: a África, a França, o drama das migrações e a difícil integração.
A primeira história, a que mais me tocou, é o relato da resposta de Norah, 38 anos, ao chamamento do pai “…muito me honrarias e dar-me-ias um insigne prazer se não te importasses, e se as tuas forças te permitirem, de te separar da tua família durante um período mais ou menos longo, para vires a minha casa, a casa do teu pai, pois tenho de te falar de coisas graves e importantes…”
Mesmo pensando “não faz sentido e não há qualquer interesse em ter como pai um homem com o qual não é literalmente possível entender-se e cujo afecto foi sempre improvável”… ela foi ter com aquele pai que abandonara, em França, a mulher e duas filhas, com 8 e 9 anos, e fugira para África com o filho Sony.
Mas “aquele homem terrível, intratável” agora sozinho, dobrado sobre o peso da idade, da doença e do desgosto, era o seu pai. O que se passou para a chamar?
A terceira história, a que mais me abalou, relata o drama da jovem Khady, que depois da morte inesperada do marido foi desprezada e abandonada pela família dele. A partir daí, começou o seu inferno.
Três mulheres poderosas, de Marie Ndiaye
Teorema, 2010
Tradução de Carlos Correia Monteiro de Oliveira
296 págs.
Sem comentários:
Enviar um comentário