24 janeiro, 2011

"O poder e a glória" - Graham Greene

Comprei este romance no verão de 2010.
Porquê só agora? Não interessa. O que interessa é que o descobri e o li. Nunca é tarde…
Publicado pela primeira vez em 1940, numa modesta edição de 3500 exemplares, foi o livro, em língua inglesa, mais lido no séc. XX e considerado a obra-prima de Graham Greene.
O romance foi escrito após uma viagem do autor ao México, em 1938, nomeadamente às províncias de Tabasco e Chiapas, onde nos anos vinte ocorreu uma das mais ferozes perseguições religiosas.
Outras obras do autor: O Cônsul Honorário, O Americano Tranquilo, Assassino a Soldo, O Nosso Agente em Havana, O Terceiro Homem.

Sinopse: “O livro descreve as peripécias e os dramas do único sacerdote católico que continuava a exercer, clandestinamente, o seu ministério. Perseguido pela polícia, carregava consigo as cicatrizes do tempo: os gestos denunciavam um passado diferente e um temor em relação ao futuro. Não era nem herói nem santo, vivia como fugitivo, cheio de medos, com a consciência de ser um pecador, com o remorso de ter uma filha e, embora debilitado pela bebida, dizia zombeteiramente que com um pouco de conhaque era capaz de desafiar o demónio.
Era um mau sacerdote e sabia disso. Queria fugir, porém, era escravo do seu povo. Era considerado um traidor e qualquer um que o protegesse tornava-se traidor como ele.”

Romance comovente, sobre a perseguição / peregrinação de um padre católico, fraco, cobarde, alcoólico, que foge da polícia e dos fiéis, que tem um segredo, que tem medo da morte, que é humilhado, “que se supunha salvar almas, o que outrora lhe parecera uma coisa muito simples… mas agora parecia um mistério…. tinha consciência da sua própria e desesperada inadequação”, que já não encontra significado na oração, mas continua a exercer o seu ministério.
Genial!

O poder e a glória, de Graham Greene
Casa das Letras, 2010
Tradução de Manuel Cordeiro
247 págs.

2 comentários:

  1. Cara Teresa,
    Peço desculpa pelo tempo que demorei a responder a pergunta que fez no meu blog, mas a realidade é que além de gostar de ler e de trocar opiniões nos blogs, o nosso trabalho está primeiro, e a verdade é que o tempo tem sido pouco.
    Reparo que está a ler Gonçalo M. Tavares, é um dos escritores que vou ler de seguida, já comprei um livro dele e tudo. Gostava de saber a sua opinião sobre essa grande promessa nacional? (ok, ele já é segunda a critica uma certeza, mas quando digo promessa estou a referir-me ao Nobel.)

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  2. Olá Tiago,
    Não tem de pedir desculpa. A demora nos comentários não interessa, interessa é ir comentando.
    Sobre o Gonçalo M. Tavares, veja o meu comentário sobre o livro "Matteo perdeu o emprego".
    Para já não consigo ter opinião sobre a "grande promessa nacional".
    Vou ler outras obras dele.

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