15 abril, 2016

"Adivinhas de Pedro e Inês" - Agustina Bessa-LuÍs


A História é uma ficção controlada. 
“Adivinhas de Pedro e Inês” é um romance histórico feito de muita investigação e imaginação, que relata a história do amor trágico de D. Pedro e Inês de Castro.
A “voz” que tudo desvenda sobre os mais conhecidos amantes portugueses, é de uma mulher que visita lugares míticos, levanta e questiona dados biográficos, reflecte sobre a verdade histórica arrumada em arquivos, “lê” as pétalas interiores e exteriores da rosácea da cabeceira do túmulo de D. Pedro, consagradas respectivamente aos amores idílicos e aos amores punidos, desmonta mitos.
A narrativa começa assim:
Visitei há muitos anos a Quinta das Lágrimas, onde se diz que Inês foi morta. Lembro-me que se transpunha o rio atravessando uma ponte de madeira cujas tábuas gemiam e baloiçavam (…)
Depois da morte de Inês, acontecida nesses famosos lugares, andou sete meses dementado o Infante, queimando e destroçando aldeias e semeaduras; tais flagelos sangravam do seu coração (...)
E termina assim:
Porque teve Inês, na sua maturidade, um intuito tão manifesto de ser rainha? A ambição resulta da felicidade ignorada. Possivelmente ela nunca amou D. Pedro, e a sua vontade de poder era uma forma de suspirar (…)
Lido e relido, este romance não me cativou.
Nem o aviso: as adivinhas de Pedro e Inês ficam entregues à imaginação do público, dos leitores... me fez gostar duma narrativa enfadonha e repetitiva.
Lamento!

Adivinhas de Pedro e Inês, de Agustina Bessa-Luís
Guimarães & Cª Ed., 1983
239 págs.

2 comentários:

  1. Pois. Não li. Desconheço a Quinta das Lágrimas e como qualquer português normal gosto da história de Pedro e Inês. Mas não desgostei dos excertos. Ainda que Agostina não me faça o paladar reconheço muita qualidade na sua escrita. É original. Sempre original.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Não questiono a qualidade da escrita de Agustina e aplaudo o intenso trabalho de investigação, simplesmente, ler este romance foi um desconsolo.

      Eliminar