158-(1918?)
“O amor perde identidade com diferença, o que é impossível já na lógica, quanto mais no mundo. O amor quer possuir, quer tornar seu o que tem de ficar fora para ele saber que se torna dele, e não é ele. Amar é entregar-se. Quanto maior a entrega, maior o amor. Mas a entrega total entrega também a consciência do outro. O amor é por isso a morte, ou o esquecimento, ou a renúncia – os amores todos que são os abominandos do amor.
O amor quer a posse, mas não sabe o que é a posse. Se eu não sou meu, como serei teu, ou tu minha? Se não possuo o meu próprio ser, como possuirei um ser alheio? Se sou já diferente daquele com quem sou idêntico, como serei idêntico daquele de quem sou diferente?"
Bonito serviço fez Fernando Pessoa! Ele que viveu duas vezes a mesma história, sendo que foram duas histórias e não uma.
ResponderEliminarE bem sabia que, nunca por nunca ser, dois são um. Nem no amor nem em coisa nenhuma. Uma comunidade, seja ela do que for, não vive da morte dos elementos. Por vezes, para que a comunidade sobreviva alguns reduzem-se. Não há comunhões perfeitas. Há humanidade e o tratar que continue a haver dentro das formas possíveis. O amor? Bem, há-de andar por todo o lugar onde se viva a comunidade ou comunhão. Que, mesmo imperfeitas, é dele que também vivem. O amor, como dizia um garoto com sete anos, "tem de haver".
Bom Dia:)
Deslumbrada!
ResponderEliminarBeijinhos Teresa
:)