09 fevereiro, 2016

Surripiei daqui... "Em teu ventre", de José Luís Peixoto


“(Não te peço os exageros de Deus a falar da sua mãe, mas seria tão bom se tivesses alguma coisa agradável para dizer sobre mim. Não seria preciso que mo dissesses cara a cara, bastava que escrevesses. Depois, quando lesse essas palavras, podia imaginá-las na tua voz.)”

“(Na hora em que nasceste, também eu nasci. O teu olhar trouxe-me oportunidade de abandonar o peso dos erros, memórias inúteis. Descobri tarde que, afinal, sem esses erros, eu era outra pessoa.)”

“(Os teus olhos apenas veem o que são capazes de ver. É sempre assim. É tua obrigação desconfiar do que vês, questioná-lo até ao último resto de sombra.)”

“(... quando não me achares na tua cabeça, será porque tu próprio não estás lá. Sou a tua mãe, sou o universo. Acredita: nunca me conseguirás manter entre parêntesis.)”


“Quando choras, mãe, o mundo inteiro chora contigo.”


Não foi por mal!

(Fotos da net)

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