09 novembro, 2018

"Emprestadar" livros... e ingratidão!

Aos 10 anos mudei-me com pais e irmã para o "Prédio Valente", na Av. Pinheiro Chagas, em Lourenço Marques, actual Maputo, Moçambique.
Aos 12 vi chegar ao prédio a Nina, uma menina nascida em Quelimanefilha de pais goeses, que logo se tornou a minha melhor amiga. Éramos da mesma idade. Frequentávamos a mesma escola. Vivíamos no mesmo prédio e no mesmo piso. Eu sentia-me bem em casa dela (a mãe era docinha como mel), ela, introvertida, evitava a minha. Os nosso pais eram bons amigos. Nós, amigas inseparáveis!
A Nina tinha uma irmã, a Iolanda,  dez anos mais velha que nós. Naquele tempo, dez anos de diferença de idade era uma grande diferença. Ela pintava as unhas de vermelho, nós ruíamos as unhas. Ela trabalhava, nós estudávamos. Ela namorava, nós gastávamos tempo a jogar às cartas, ao ringue ou à macaca, a trocar cromos, a ver filmes, a ouvir na rádio canções meladas.  Ela lia "livros sérios", nós líamos foto-novelas. E por aí fora...
Aos 18 anos, já eu namorava o pai dos meus filhos, a Iolanda era mãe-solteira de um lindo menino loiro e vivia com ele num apartamento arrendado, na mesma rua. Éramos amigas! Eu admirava-a pela força e coragem e ouvia embevecida os seus sábios conselhos.
Sentia-me bem em casa dela. Uma casa pequena, acolhedora, confortável, que… tinha dentro muitos livros.
Na altura já eu tinha largado as foto-novelas (fui obrigada!) e lia fogosamente tudo o que me aparecia à frente. Como nas livrarias eram poucas as novidades, eu encomendava livros a livrarias da Metrópole e chegavam-me pelo correio. Era uma alegria abrir aqueles pacotes - previamente vistoriados pela polícia política - tirar de dentro os livros com cuidado, cheirá-los, desfolhá-los, assiná-los e devorá-los, literalmente, mas com alguma calma porque a próxima remessa tardaria a chegar, ou mesmo não chegar se os meus gostos literários não agradassem ao agente da PIDE que visionasse  o pacote dos meus livros. Isso acontecia mesmo! A Isabel, minha colega e amiga, foi duas vezes chamada e interrogada sobre livros que recebia de Portugal. «Meros romances», dizia ela, que nunca recuperou. Era assim, naquele tempo líamos apenas o que os esbirros do fascismo permitiam.
Voltando à Iolanda, recordo o dia em que sentada no sofá da sua sala, olhando, remirando e por vezes mexendo nos seus livros, lhe pedi emprestado "A Cidade e as Serras", de Eça de Queirós, e ela respondeu sem qualquer hesitação.
- Não! Podes ler aqui esse livro e todos os outros, levares é que não.
Emudeci estupefacta, poisei o livro e saí. Tristíssima!
Demorei a voltar a casa dela. Um livro não nos separou,  mas criou silêncios incómodos.

Muitos anos depois, já em Portugal, os livros tornaram-se os meus amigos silenciosos e disponíveis, e eu compreendi a atitude da Iolanda quando passei a assiná-los, a anotar o mês e o ano da leitura, a sublinhar frases, a fazer anotações nas margens, enfim, deixaram de ser do autor e passaram a ser meus.
O “não” da Iolanda doeu, mas nada aprendi com ele. Ainda hoje não sei dizer NÃO quando me pedem um livro emprestado e isso deixa-me furiosa.
Furiosa, porque são bastantes os livros que emprestei e não me foram devolvidos.
Sei o nome de todos eles, e são bastantes. Sei com quem estão. Sei também que nunca os conseguirei pedir de volta. Falta-me a determinação da Iolanda.
Há uns anos atrás a minha filha emprestou, sem eu saber, um livro meu a um amigo dela. Quando dei pela falta d’ “O Perfume”, de Patrick Süskind, fiz uma cena danada e exigi que ela pedisse o livro ao amigo. Passaram-se meses, passaram-se anos e ela não aparecia com o livro. «Perdi-o para sempre», pensava eu.
Ela, como eu, lamentavelmente, não conseguia pedir o livro ao amigo e, para me calar, comprou-me um livro novo. 
Calei-me, mas sempre que olho para “O Perfume” não o reconheço como meu. Falta-lhe tudo lá dentro. E deprime-me pensar que ele está em outra casa que não a minha, a ser manuseado por outras mãos que não as minhas, a ser lido segundo o fio condutor das minhas anotações.
Dói muito, “emprestadar” livros!

Regressei a Portugal em 1975. Encontrei a Iolanda  cerca de 10 anos depois. Eu vivia num apartamento confortável e quase cheio de livros, ela numa tenda, no Jamor, cheia de "retornados" alojados pelo IARN. Estarrecida, logo lhe ofereci ajuda e  ela começou a passar comigo os sábados, para lavar roupa na máquina, tomar um duche quente e decente, comer comida caseira, "botar" conversa. Nunca falávamos de livros, nunca me pediu emprestado um que fosse.
Muitos meses passaram até ao sábado em que ela não apareceu. Estranhei! Ela tinha o número do meu telefone fixo (não havia móveis, na altura). Aguardei!
Vários anos depois cruzámo-nos nas escadas rolantes de um Centro Comercial. Consegui ouvi-la dizer, enquanto eu subia e ela descia, que vivia em Sintra, em casa própria. Emudeci estupefacta (de novo com a Iolanda) e nem mais uma palavra ouvi, e nem uma só emiti. Na escada rolante, logo ali decidi que não seria um livro mas uma palavra a separar-nos: INGRADITÃO!

Av. Pinheiro Chagas, a mais larga  avenida de Lourenço Marques, anos 70.

"Prémio Valente - 5 pisos, 13 apartamentos por piso", no cruzamento da Av. Pinheiro Chagas com a Av. General Machado (o mesmo cruzamento da foto anterior).  Foto tirada após a independência. 

(Fotos da net.)

35 comentários:

  1. PUXA, QUE COISA ESSA RESPOSTA DELA! ingratidão MESMO! EMPRESTAdar É FOOOOOOOOGO! BEIJOS, CHICA

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    1. Doeu muito, Chica, porque tudo o que fiz foi de coração.
      Beijo, amiga.

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  2. Bom dia, querida amiga Teresa!
    Emocionou-me ler seu texto tão bem escrito e com uma sensibilidade de poucos, amiga.
    Deu um 'tapa de luva de pelica' sem querer... a vida dá retornos, uns sãosurpreendentes e outros, tristssimos, como o final do seu post.
    Gostei muito de pasar por aqui e compartilhar do seu emprestadar... aconteceu ano passado comigo um que emprestedei... e foi a um primo... Não o peço.
    Tenha dias venturosos e aconchegantes!
    Bjm fraterno e carinhoso de paz e bem

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    1. Amiga Roselia, agradeço as suas palavras simpáticas.
      A vida prega-nos rasteiras, querida amiga. A vida e as amigas da onça!
      Já passou e perdoei, mas não esqueci. Não esqueci porque doeu demais.
      Beijo e uma noite abençoada.

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  3. Que postagem ótima, amiga!!
    Olha, dói sim, emprestar livros, pois muitas pessoas não devolvem, e isso é muito desagradável, pode causar um afastamento, sem dúvida. Já perdi alguns livros.
    Minha avó tinha na prateleira dela, com portas de vidro, um bilhetinho:
    "Se és meu amigo, não me peças livros emprestado!"
    Era um baque, mas estava escrito, ela não precisava falar...
    A velhinha era fogo. Estavam lá todos os livros do meu avô - já falecido na época. Mas eu entendia. Nunca pedi nada. E ela adorava o café dos domingos na casa dela para a família. Doava-se em quitutes deliciosos.'Vá entender isso'...
    Mas o pior dessa tua história, foi a ingratidão, essa não tem perdão! Odeio ingratidão! Nossa, se 'mandar' sem uma palavra? Não aguento isso!
    Belas fotos!Gostei muito de ver.
    Amiga, adorei, adorei. Quero mais histórias!
    Beijo!

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    1. Obrigada, querida, sabes que prezo muito a tua opinião.
      A estratégia da tua avó é óptima. Vou pensar no assunto.
      Eu não me importo de emprestar livros. Sou do género de dar ou aconselhar tudo do que gosto: livros, filmes, discos, viagens... eu gosto e logo acho que todos têm de ler, ver, ouvir, ir... Sou assim e já não mudo, amiga!
      Repara bem, viajei para Viena (Áustria) e gostei tanto, mas tanto que dei por mim a pensar «se eu pudesse oferecia a todos os portugueses uma viagens a Viena». Achas normal?
      O que doeu no caso da Iolanda foi o seu silêncio. Um telefonema a avisar-me que deixava de ir a minha casa aos sábados (foram muitos sábados) porque já tinha a sua casinha (que feliz eu fiquei) bastava. Enfim, já passou!
      Tais, dizes querer mais histórias, pois o "Prédio Valente" está cheio delas. Talvez te conte algumas. Foi lá que vivi dos 10 aos 19 anos. Foi de lá que saí vestida de noiva. Foram muitos anos a viver, ver e escutar histórias hilariantes, sérias, feias, lindas, inesperadas, de amor, ódio, amizade, tristeza, alegria, partilha, etc...
      Beijo, minha amiga.

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    2. Sabes, Teresa, apesar de minha avó não ter precisado dizer a ninguém que não gostava de emprestar livros, e eu nunca disse nada a ninguém sobre o tal cartão na porta da das estantes, nunca pedi nada, mas eu não teria a coragem de escrever aquilo, pois muitos parentes também frequentavam sua casa. Quando li, foi igual a um soco no estômago... Mas a situação devia ter sido difícil pra ela. Não acuso e nem aplaudo. Deixo assim. Acho que é uma situação que se torna difícil pra todos. Mas é aquela coisa... as pessoas são diferentes, algumas dá para emprestar, outras desaparecem. umas pagam pelas outras, é a única verdade.
      Beijo, querida.

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    3. Eu tenho é azar, Tais, todos os livros que emprestei... perdi para sempre.
      Sei quais são, sei quem os tem e até sei há quanto tempo... só não consigo pedi-los de volta.
      O primeiro livro que "emprestadei" (e sei a quem) foi "A Amizade", de Francesco Alberoni. Estranho, não?! Nem os muitos sublinhados e anotações o trouxeram de volta para a minha estante...
      Beijo, amiga.

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  4. Que história!
    Como a gente se engana com as pessoas...mas é bem assim. As vezes uma pessoa é politicamente correta em quase tudo, e de repente...escorrega rs rs!
    Também já perdi alguns livros da mesma forma, o último foi "O Leitor", de Bernhard Schlink. Sofro de saudade do meu livrinho...
    Mas o pior que achei da sua amiga Yolanda foi mesmo a ingratidão, sumir assim sem uma palavra depois do tanto que a ajudou, foi triste. Fiquei imaginando a cena do brevíssimo diálogo nas escadas rolantes. digo, monólogo!
    Um abraço e ótima noite!
    Beijo.

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    1. Isso, Sandra, nas escadas rolantes houve um monólogo pois eu fiquei calada e só não parei estarrecida porque a escada não parou de subir...
      Nunca me arrependi do que fiz à Iolanda. Nunca!
      Sandra, se vivesse aqui ao lado eu emprestava-lhe o meu exemplar de "O leitor", que li e vi no cinema. Nunca postei no Rol. Talvez o faça agora.
      Beijo.

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  5. Uma história perfeitamente compreensível !!!
    Em tempos emprestava e queria_os de volta e hoje faço desapego sem exigir retorno!
    A vida ensinou_me que os livros deveriam circular na esperança de que haja mais gente a ler!!!
    Bj

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    1. Gracinha, de livros eu não desapego NUNCA!
      Nem dos que emprestei e não me foram devolvidos. Continuo pensando neles. Pedir de volta... falha minha, NÃO CONSIGO!
      Beijo, amiga.

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  6. Não empresto livros, discos, etc., etc., !... não é verdade ! .... empresto, mas não a toda a gente ! :)))

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    1. Já eu, estupidamente, empresto livros a quem pede. Depois, não consigo pedir de volta e... «adeus, livro meu»!
      Abraço.

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  7. Querida Teresa, aqui estå a prova de que és uma boa cronista; tenho duas grandes AMIGAS com essa capacidade e são brilhantes, então, para quê uma terceira?. Não há necessidade! Quanto aos livros emprestadados, também já fui vitima disso e não gostei. Tenho a impressão que te contei o caso de uma pessoa que se dizia minha GRANDE AMIGA , mas que um dia me negou um abraço que lhe pedi, para que ela esquecesse umas " fofocas " e voltassemos a ser amigas; ela tinha-se zangado comigo por causa de umas fofocas e nunca quis ouvir a minha parte ; disse-lhe que uma amizade valia muito mais que esses " falatorios ", mas não adiantou...o abraço foi-me negado; pois a essa senhora tinha emprestado o livro " a menina que roubava livros " e, ainda eramos " amigas " e o livro não chegava às mingas maos, ora por um motivo, ora por outro e depois do acontecido claro ficou " dado ". Sempre emprestei livros e só este ficou, ou melhor, quando eu estudava no Porto, emprestei um a uma colega que nunca mais mo devolveu; Imagina, tinha 20 anos e ainda lembro o nome do livro, As vinhas da Ira de John Steinbeck ( surgiu agora uma duvidazinha na escrita do nome..). Quanto à ingratidão, Teresa, o teu caso foi mesmo de
    doer, mas não penses que és a única; teria alguns parecidos para te contar, mas, não vale a pena. Doem muito essas atitudes e isso tu sabes muito bem. Amiga, o tempo tem estado horrivel, com chuva e ventos fortes e, como sabes, não me agrada nada; mas...ha que aguentar xem gemer. Deixo-te um abraço bem apedtadinho e que tenhas uma noite serena, " apesar dos pesares "como se costuma dizer.
    Emilia

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    1. Querida Emília, como sempre as tuas palavras me emocionam e encantam.
      Comentarei o que comentas (!)... em outro sítio.
      Abraço apertadinho, amiguinha.

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  8. Olá, boa tarde, historia de vida real que guarda com recordação como se ainda a vivesse, quem é que emprestou livros que não passassem a ser empresta-dados?.
    Fiquei curioso em saber o que foi feito da Iolanda, se continua a ter contacto com ela e com a Nina?.
    Votos de feliz fim de semana e semana,
    AG

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    1. Olá, António!
      Satisfaço já a sua curiosidade: depois do encontro nas ditas escadas rolantes não voltei a ver/ouvir a Iolanda; a Nina, a amiga inseparável da minha adolescência, vi-a uma única vez na baixa de Lisboa, nos anos 90. Foi um estranho encontro de duas amigas... estranhas.
      Fiquei feliz por vê-la e logo lhe dei o meu telefone. Nunca a Nina me ligou. Restam memórias de muitos bons momentos vividos em Moçambique.
      Beijo e bom domingo, meu amigo.

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  9. Imagina eu a escrever uma crónica com os erritos que acabei de ver no meu comentário...
    Tenho de aprender a ler antes de comentar. A tua amiga n aprende!!! Bjo
    Emilia

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    1. O que interessa é o conteúdo, querida Emília, e nesse tu acertas sempre!
      Beijo.

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  10. Oi querida amiga, aqui estou para ler e admirar o lindo texto! És uma "Pena de Ouro" com escritora já consagrada na arte literária! Parabéns, Amiga! Grande abraço! Laerte.

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    1. Obrigada, querido Laerte. Emocionada, nada mais consigo responder, a não ser, OBRIGADA!
      Beijo, poeta!

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  11. Foram momentos muito agradáveis de leitura.
    A chegada das ex-colónias foi um momento muito especial, confuso, tocante e traumatizante, porém, tens razão a ingratidão magoa e é imperdoável.
    Quem não passou pelo desgosto de ficar sem um livro que apreciava?
    Enfim, cenas das difíceis e complicadas relações humanas.
    Tem um excelente domingo, Amiga.
    Abraço grande.
    ~~~

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    1. Amiga Majo, para mim o trauma maior foi a separação dos meus pais e irmã, que continuaram em Moçambique.
      Eu fui obrigada a fugir (sim fugir!) do país onde cresci, estudei, namorei, casei, para o país de onde saí com 6 anos.
      Em Lisboa, conheci no aeroporto a família do meu marido, e com ela vivi nos primeiros meses. Nesse período complicado "salvou-me" o filho que crescia dentro de mim e nasceu cinco meses depois de aqui chegar. Foi um período de muitas lágrimas escondidas, mas de forte crescimento interior. Os meus pais e irmã regressaram dois anos depois, e eu voltei a sorrir todos os dias.
      Eu fui uma retornada sortuda, sem dúvida! Em Lisboa esperava-me uma família harmoniosa, positiva, de enorme coração. A minha gratidão é para a vida toda!
      Beijo, querida amiga, e bom domingo (chuvoso).

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  12. Da recusa dela em emprestar livros eu até entendo, da imensa ingratidão que mostrou depois é que só posso lamentar.

    Infelizmente, tenho um caso muito semelhante na minha vida....

    Quanto a livros emprestadados cheguei a ficar sem livros (alguns relativos à minha profissão ) que ainda não lera.

    Abraço e bom Verão de S. Martinho

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    1. Olá, São!
      Essa de "emprestadar" livros que ainda não lera nunca me aconteceu... Livros meus, primeiro leio eu!!
      Este ano o S. Martinho é chuvoso e frio. Tudo mau... até as castanhas!
      Abraço.
      O S.Martinho este ano veio

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  13. Olá Teresa:
    Não gosto de emprestar, já até doei alguns livros para uma biblioteca publica quando me mudei de casa. Mas quando me pedem emprestado algum livro que sinto como se fosse um braço meu, digo que ainda o estou lendo, junto com outros, dou sempre uma desculpa qualquer. Porque já perdi também livros assim, foram e nunca acharam o caminho de volta, é muito ruim.
    Beijinhos

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    1. Olá, querida amiga Léah!
      A minha filha faz isso também, doa a bibliotecas.
      Eu não consigo. Sublinho muito os livro e anoto e coloco sinais nas margens. Quando volto a um livro eu sei onde está tudo o que procuro.
      Quanto à ingratidão, em mim o tempo apaga a mágoa mas nem sempre
      aprendo a lição.
      Ainda bem que voltou, Léah, os seus textos são sempre inspiradores. E as pinturas... lindas!
      Beijo, amiga.

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  14. Mas por falar em ingratidão, dói muito não é? No meu caso (já sofri algumas), com o tempo, bendito tempo, a mágoa passa e fica a lição.
    Amei ler seu poste, a energia deu um pique, e voltei.
    Beijinhos renovados.
    Léah

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  15. Aconteceu-me mais que uma vez.
    Colecções que ficaram para sempre decapitadas porque emprestei livros que nunca me foram devolvidos.
    E precisamente com essa léria.
    O amigo emprestou a outro amigo que não sabe onde está...
    Colecções que demoraram anos a completar!
    Beijos, boa semana

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    1. Eu "aprendi" a não pedir livros emprestados. Nem nunca aceito quando mos querem emprestar.
      Eu leio sempre de lápis na mão. Sem lápis não leio. Ora, só posso sublinhar e anotar os livros meus.
      Essa que contas de "emprestadar" volumes de colecções, me arrepia...
      Beijo, Pedro, e boa semana.

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  16. Gostei desta reflexão, Teresa. A quantidade de livros que emprestei e nunca mais os vi… Agora como pouca gente lê não me pedem emprestados. Também gosto de os sublinhar e a lápis…
    Uma boa semana.
    Um beijo minha Amiga.

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    1. Obrigada, poeta!
      Afinal, amiga, também já passaste por isto de "emprestadar" livros...
      Graça, não achas estranho haver menos leitores e cada vez mais novidades literárias nas livrarias? É para reflectir!
      Beijo e uma semana luminosa (o sol voltou!).

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  17. Ahh Teresa, como as suas histórias são encantadoras, estou mesmo rendida!
    E conheço bem essa sensação de posse e protecção para com os nossos livros. Há uns dias lançámos o debate no nosso instagram sobre escrever ou não nos livros e achei interessante termos o mesmo ponto de vista: para mim os livros são para serem usados, moldados à nossa imagem. São repositórios das nossas visões do mundo e companheiros silenciosos...mas não precisam de ser tão silenciosos assim. As anotações dão-lhes vida e enriquecem as narrativas. De repente o livro também é nosso, e passa a ser uma conversa entre o escritor e o leitor...
    Bela história, bela reflexão. Obrigada!

    Beijinhos,

    Daniela

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  18. A propósito de ingratidão-alguém me saberá recomendar um livro sobre o tema?

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