"Um clínico geral já idoso consultou-me certa vez por causa de uma depressão grave. Na conseguia superar a perda da mulher, que tinha amado mais que tudo e que falecera dois anos antes. Perante isso, como podia eu ajudá-lo? O que deveria dizer-lhe? Bom, evitei dizer fosse o que fosse e em vez disso confrontei-o com a questão: «O que teria acontecido, doutor, se tivesse sido o senhor a morrer primeiro e a sua mulher tivesse de sobreviver sem si?» «Oh», disse ele, «para ela isso teria sido terrível; como teria sofrido!» E nessa altura retorqui: «Está a ver, doutor, esse sofrimento foi-lhe poupado e foi o senhor quem lho poupou - a dizer a verdade, fê-lo ao elevado preço de ter agora de lhe sobreviver e de a chorar.» Não disse uma palavra mas apertou-me a mão e deixou calmamente o meu consultório. De certa forma, o sofrimento deixa de o ser no momento em que se lhe descobre um sentido, tal como o sentido de um sacrifício."
Palavras de Viktor E. Frankl, psiquiatra austríaco (1905-97), in "O homem em busca de um sentido", Ed. Lua de Papel, 2012.
Foto da net.
Aconselho vivamente a leitura deste livro, impressionante relato do período que o autor passou no campo de concentração de Auschwitz.
Escrevi sobre ele aqui.
Aconselho vivamente a leitura deste livro, impressionante relato do período que o autor passou no campo de concentração de Auschwitz.
Escrevi sobre ele aqui.
E tudo muda quando alguém troca de posição com o morto... a ideia é brilhante, e deve ajudar mesmo quem está nessa situação.
ResponderEliminarTeresa, um bom fim de semana.
Beijo.
Por isso eu escolhi este trecho, de um livro/testemunho tocante...
EliminarBeijo, Jaime, e um excelente fim de semana.
Bom dia, querida amiga Teresa!
ResponderEliminarComo está claro que a dor da alma é pessoal e só quem a passa e que sabe a intensidade.
Dar pitacos a fim de não dar um ombro amigo no silêncio é em vão e só aumenta a baica estima em quem sofre.
Ouvir com amor é o melhor remédio.
Colocar-se no lugar do outro é de bom tom.
Tem tambem muitos de nós que apreciamos que adorem nossa dor... como se nossa dor fosse a maior do mundo... umbigados ...
Não foi o caso desse homem que bem sabemos que o luto de quem amamos é o mais difícil de se superar.
Só Deus e o tempo, amiga.
Gostei muito de meditar sobre 'calçar o sapato do outro' ...
Tenha dias felizes e abençoados!
Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem
Gostei que tivesse gostado, amiga Roselia.
EliminarSe tiver oportunidade leia o livro.
Beijo e fim de semana abençoado.
(«calçar o sapato do outro»?!... sempre a aprender...)
Uma leitura que na certa faz bem. Gostei da am0ostrinha! beijos, chica
ResponderEliminarChica, se gostou da amostrinha avance para a leitura do livro.
EliminarBeijo e bom fim-de-semana.
Um tipo de leitura que ajuda o nosso viver e eu ando a ler algo do género! Bj
ResponderEliminarPartilha , Gracinha... o que andas tu a ler?!
EliminarBeijo.
Pela amostra parece ser muito interessante. Compreender o sentido do sofrimento, seja ele qual for, é meio caminho andado para deixar de sofrer. Passei por isso há quase 50 anos.
ResponderEliminarAbraço e bom fim-de-semana
Nada como a voz da experiência... Obrigada, Elvira!
EliminarAbraço e excelente fim-de-semana.
Agradeço muito a sugestão porque, caso contrário, não me seduziria...
ResponderEliminarDos meus 20 aos 40 anos li tanta literatura sobre a II Guerra Mundial, que chegou para fartar.
Gostei do título e da sugestão. Grata, Teresa.
Beijinho
~~~~
Uau! Gostei de saber que posso perguntar o que quiser, que tu a tudo irás responder...
EliminarMajo, este livro/testemunho é inspirador. Lê!
Beijo e bom fim-de-semana.
Nossa!! quantas vezes escutei que a 'fulana' queria ir antes do seu marido! Penso que isso seja mais comum do que se pensa, ainda mais quando começamos a refletir sobre o sentido da vida... vi tão de perto isso, minha mãe após o falecimento do meu pai, perdeu-se na tristeza. Profunda.
ResponderEliminarBeijo, querida.
Tristeza porque a sua vida deixou de ter sentido... e uma vida sem sentido perde-se num atroz sofrimento.
EliminarTema complicado este...
Beijo, amiga.
Deste excerto gostei e muito. Muitas vezes precisamos de ouvir palavras ditas pela boca de um profissional que nos ajudarão a lidar com situações penosas, das quais não conseguiríamos sair sem ajuda.
ResponderEliminarDo livro acerca dos tormentos passados pelos judeus em Auschwitz, não sei se, neste momento, teria capacidade e disponibilidade emocional de voltar a essa época sobre a qual já tanto li.
Obrigada pela sugestão e pela partilha do excelente texto, Teresa!
Beijo e boa semana.
Janita, lamento não ter conseguido convencer-te a ler este livro - relato dos momentos de maior sofrimento do autor e da estratégia que usou para enfrentar o horror e manter-se vivo: a evocação da imagem da mulher, que estava grávida e, tal como ele, condenada a Auschwitz.
EliminarEle sobreviveu, ela não.
Beijo.
Sabes, Teresa, este livro, ou melhor, o pouco que aqui dele descreves, e uma grande verdade e eu testemunhei isso con a minha mãe; ela sempre foi muito habilidosa em trabalhos de crochet, bordados, tricot etc, etc, . Imagina que fez as carpetes da casa dela e vários tapetes em arraiolos mas já há muito os tinhavtirado paravo meu pai nāo tropeçar. Quando foi a mudança para o apartamento pequenino veio o problema: pensei eu : "como vai ser agora ? " preparei-me para uma reacção brusca, pois eram a alegria dela. Também fez para o ap aqui de Portugal e tambem para mim: embalou-os e quando veio cá trouxe tudo. Pois bem, a dor pela perda do companheiro era imensa e eu não quetia causar-lhe mais sofrimento; também era verdade que as carpetes não cabiam na nova moradia, havendo só a hipotese de as guardar no quarto de arrumos do meu irmão ou de algum dos netos, mas não fou preciso. Comecei por lhe falar da importância que foi para ela ter feito aquelas maravikhas, do tempo em que elas enfeitaram a casa: depois falei do tanto que elas prejudicavam os passos débeis do pai e também agora os dela; acabei por lhe falar " mãe, tudo acaba, até as pessoas; se o pai se foi, por que não irão as carpetes ? Agora tem de pensar no que lhe causa menos sofrimento e elas vão recordar coisas que a mãe faz questao de esquecer: o que interessa agora é o seu bem estar e não objectos inuteis " Teresa, ela olhou para mim, disse que tinha razao e imediatamente chamou a enfermeira que estava nesse dia, a empregada e deu-lhes as carpetes. Ficaram outros trabalhinhos feitos por ela, agora fez casaquinhos para a bisneta e lá vai, atenuando o sofrimento com outras coisas que ainda e capaz de fazer, mas que não a recordam tempos e momentos que, por mais que queira ela sabe que não voltam
ResponderEliminarMuitas vezes também confortava a minha ma fazendo-lhe ver que foi melhor melhor o meu pai partir primeiro, pois ele não aguentaria a ausência dela: ele nāo saberia como ocupar o tempo e sem a " Bia " ele perder-se-ia naquela casa; nāo aceitaria mudar-se para um apartamento pequeno e deixar a cachorrinha, coisas que ela fez de boa vontade. Assim, entendendo os desiginios da vida, ela vai aceitando que tudo decorreu da melhor formam já que tudo muda, tudo se transforma e...tudo acaba, inclusive o ser humano. Teresa, esse livro com certeza me agradará muito. Procuramos todos, mas em vão, um sentido para o sofrimento, principalmente quando é causado pelas perdas e aquele que é dado a tantas crianças neste nosso mundo. Querida amiga, desejo-te uma noite serena e deixo-te um abraço carregadinho de carinho
Emília
Querida Emília, gostei muito, MUITO, do que li.
EliminarO falecimento do companheiro(a) de uma vida deve provocar um sofrimento terrível mas é como disseste à tua mãe «tudo acaba, até as pessoas». Não nos convencemos disso e depois... sofremos! Mas não estão "vida e sofrimento" interligados?
Amiga, tenho a certeza de que gostarás de ler este livro.
Um abraço (dos nossos) e boa noite.
Às vezes é preciso alguém para nos fazer ver que devemos tentar ver as coisas pelas duas perspectivas possíveis !
ResponderEliminarO pior é quando não há alguém por perto ou quando não procuramos alguém...
EliminarPartiu ontem um grande amigo que tinha visto partir a esposa há pouco tempo.
ResponderEliminarE que foi desistindo de viver.
Beijos, boa semana
(Tenho a certeza de que respondi a este teu comentário. Estranho!)
EliminarPedro, o teu amigo deixou de ter uma razão para viver... Grande amor esse!
Beijo.
Deve ser um livro fantástico. Afinal todos buscamos um sentido para a vida. Às vezes precisamos mesmo de nos colocarmos no lugar do outro para entendermos o caminho a seguir.
ResponderEliminarUma boa semana, minha Amiga Teresa.
Um beijo.
É um fantástico grande pequeno livro de 159 páginas.
EliminarRecomendo e empresto...
Beijo e boa semana, querida amiga.
Muito interessante este texto, meus parabéns.
ResponderEliminarArthur Claro
http://www.arthur-claro.blogspot.com
Obrigada!
EliminarRecomendo a leitura do livro.
Boa tarde, Pelo excerto que li, certamente que a sugestão de leitura é perfeita.
ResponderEliminarFeliz semana,
AG
E não é que é mesmo perfeita...
EliminarBoa semana, António.
Olá Teresa,
ResponderEliminarAcho que nunca tinha isto uma opinião sobre este livro. Obrigada! Gostei muito.
Boas leituras
Olá Isaura!
EliminarSe gostou deste excerto e do que escrevi sobre o livro em Janeiro de 2013, avance para a leitura das 159 páginas sobre a experiência do autor em Auschwitz e como miraculosamente sobreviveu.
Este é um daqueles (poucos) livros que lemos e jamais esquecemos.
Abraço.