O destino escolhido, desta vez apenas por mim (a aniversariante teve direito a escolher…), foi Ibiza, uma ilha do arquipélago das Ilhas Baleares, no mar Mediterrâneo.
A viagem foi curtinha mas mexidinha. Em números, foram mais as tremelicadas do avião do que os noventa minutos de voo. Nem a escrita de Mário Vargas Llosa acalmou o meu nervoso miudinho.
Porquê Ibiza, se já lá estive em Agosto de 2003? Pela internacionalmente famosa vida nocturna, em festas e discotecas apinhadas até manhã adentro?
Nada disso! Apenas porque nunca esqueci aquele mar de águas paradas, quentes e cristalinas. Porque o desejo de lá voltar aumentava de ano para ano. Porque quanto mais o Carlos se decidia por outros destinos mais eu lembrava e falava, e falava, e falava de Ibiza.
Quinze anos depois voltei(ámos) a Ibiza. E desta vez, o bom de ter voltado foi… o NUNCA mais querer voltar.
O hotel foi outro, a localização na ilha outra, a praia outra, esta de areal sujo e água quase fria. Foram vários os dias em que grandes nuvens escuras, que teimosamente apareciam de manhã, ou à tarde, encobriam o desejado sol. E uma vez por outra, caíam bátegas de chuva fria.
O hotel foi outro, a localização na ilha outra, a praia outra, esta de areal sujo e água quase fria. Foram vários os dias em que grandes nuvens escuras, que teimosamente apareciam de manhã, ou à tarde, encobriam o desejado sol. E uma vez por outra, caíam bátegas de chuva fria.
Diziam os simpáticos funcionários para nos animar: «Setembro é altura de muitas “tormentas”, mas o sol vai brilhar».
No hotel a animação não podia ser pior. À noite, esganiçados cantores mais pimbas do que o maior pimba português “assassinavam” velhíssimas/belíssimas canções inglesas, num palco montado próximo da piscina. O barulho até dentro do quarto era insuportável.
Na verdade, foi uma tormenta esta semana em Ibiza. Valeu pelos muitos banhos na piscina, e por um (único) banho no mar de água quente e cristalina de uma prainha de areia branca em Formentera, uma pequena ilha acessível por ferry. Devido ao meu medo de andar de barco pusemos de parte a viagem de 40 minutos à ilha. Acabámos por fazê-la na véspera do nosso regresso a casa, convencidos por um jovem casal brasileiro que já lá tinha ido e se preparava para voltar. Ainda bem que nos cruzámos com eles. Ainda bem que eles se dirigiram a nós quando nos ouviram falar português. Estivemos apenas uma tarde em Formentera mas o gostoso e demorado banho de mar deu um sabor diferente à semana de férias.
Enquanto lia à beira da piscina, o pensamento voava teimosamente para as praias maravilhosas do meu Portugal.
As praias algarvias, algumas das mais belas do mundo, tantas que conheço e amo. As praias da costa alentejana, que lamentavelmente conheço mal. As praias da linha de Cascais, aqui a dois passos de casa. Das praias do norte fujo devido à água gelada mas conheço algumas lindíssimas. As encantadoras praias fluviais espalhadas de norte a sul do país, cada vez mais reconhecidas internacionalmente.
Então, o que me leva a procurar praias fora de Portugal quando tenho tantas e belas cá dentro?
O gosto da descoberta (há tanto para descobrir cá dentro); o prazer de um mergulho em águas cristalinas e quentes (entro facilmente em águas mornas/frias); as mordomias de um hotel (é grande a oferta hoteleira); o deleite das viagens (há roteiros fabulosos para fazer de automóvel).
Desta viagem trouxe comigo uma certeza: Portugal, o meu país, é LINDO!
(Fotos tiradas minutos antes da saída do hotel para rumar ao aeroporto.)
Lamento saber que as férias - escolhidas a contento - não foram o que sonhava e nem repetiram o passado.
ResponderEliminarPortugal é bonito e terá para cada português inúmeros encantos por descobrir. Acho as nossas praias uma maravilha. Mas há praias estrangeiras de um azul que não é o nosso. Mas não sei mesmo se vale a pena meter-me num avião para ter alguma coisa de semelhante ao que teria com viagem de alguns quilómetros.
Contudo, uma das coisas que mais gosto é partir a conhecer mundo. Não precisa ser um mundo distante demais, mas há certo fascínio em surpreender lugares onde a língua é outra e a vida corre em ruas diferentes das que conhecemos. Lá, até nós somos diferentes:).
Deve ter siso bem boa, ainda que tenha chacoalhado bastante na viagem... E por vezes essa experiência se faz necessária pra sabermos que não mais queremos voltar! Lindas fotos !" beijos, tudo de bom,chica
ResponderEliminarTais brincando, amiga!!!! Estava esperando um entusiasmo, a minha querida amiga muito 'viajada' (como dizemos aqui), renovada em planos e projetos após umas férias deliciosas etc. etc!?
ResponderEliminarAmiga, falando sério, como te compreendi, como sei dessa volta ao teu país! Eu vivi o mesmo há muitos anos, ainda na flor dos meus vinte anos, lá no século passado quando passei 2 meses na Alemanha para um curso. Eu escrevi sobre isso, um dia reposto. E olha, que país maravilhoso é a Alemanha, você conhece. Mas... outras coisas me tocaram, pra mim foi muito tempo.
Fico feliz sabes com quê? Com a tua volta e por ver você feliz em 'casa', valorizando o que teu país tem de lindo.
Falaremos.
Beijo, amiga!
Boa noite, Teresa! Vê-se por esta tua bela crônica o quanto é decepcionante uma viagem como essa que vocês fizeram, tentando encontrar o mesmo lugar de há mais de 10 anos. Mas o lucro está na valorização maior das praias do teu país, como bem narras. Às vezes temos de pagar algum preço para vermos o que temos ao nosso lado e, nesse caso, se sai ganhando.
ResponderEliminarUm ótimo fim de semana
Beijo
Pedro
Temos uma mania tremenda de denegrir o nosso País.
ResponderEliminarQue sim, é LINDO!
Bjs, bfds
A ver pelo belo olhar... e pelo registo vem aí muita novidade !!! Bj
ResponderEliminarLindo relato, Teresa! Relato franco, lúcido e emocionante por teu amor a Portugal! Dizia meu avô - uma poeta nato, que o melhor da romaria é a volta para casa. Muitos poucos tem a coragem da franqueza de confessar decepções desse gênero: todos dizem que a viagem foi maravilhosa... É como diz Fernando Pessoa: ainda não conheci alguém que tenha levado porrada. Só eu! Todos são príncipes... Ah Teresa, o que há de bom no mundo, está dentro de nós mesmos. Observemos o que nos rodeias com atenção renovada e redobrada, e seremos felizes! Grande abraço, querida amiga! Aprendi contigo! Tudo de bom! Laerte.
ResponderEliminarDiverte-te Teresa.
ResponderEliminarAbraço grande no Dia da Paz.
~~~~~~~~~~
Pois é minha amiga muitas vezes só damos valor ao que temos cá dentro quando estamos fora.
ResponderEliminarUm abraço e bom fim-de-semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados
Olá, querida Teresa!
ResponderEliminarMto grata pela tua visita e tão efusivo comentário, mas há pessoas e situações, k nunca mais esqueceremos.
Ibiza e similares, lá perto, já deram, o k tinham a dar. Há 10/15 anos estavam no auge e toda a gente ia pra lá, incluindo eu, k não gosto de praia, mas adoro dançar.
De facto, foi uma semana para a aniversariante esquecer (Parabéns, mta vida e saúde), mas vai pra fora, cá dentro, slogan, k há uns tempos se ouvia por aqui. Esquece o facto e para o ano, Portugal, nosso amado país, is the number one.
Beijos, um abraço e bfds.
Sabe Teresa,
ResponderEliminarAdorei sua postagem em me vi,
pois
Eu viajo (adoro), me divirto
mas mantenho minha
mente na volta a meu canto.
Feliz passeio.
Bjins
CatiahoAlc./ReflexodAlma
do Blog Espelhando
Sem dúvida, que Portugal é lindo! Mas também não me importava de dar umas voltinhas por Ibiza!
ResponderEliminarIsabel Sá
Brilhos da Moda
Todos têm essa vontade e muitas vezes até mesmo a necessidade de desbravar outros mares, mas de fato há sempre tanto para conhecer, e reconhecer, dentro do seu próprio país, que, no meu caso, é o Brasil. Um abraço, Teresa, e espero que estejas bem.
ResponderEliminarBom dia, nem sempre as coisas acontecem com desejamos, por vezes imaginamos, planeamos, acabam por acontecer o muito melhor do que pensávamos, outras vezes é ao contrario, não significa que um dia mude de opinião e queira regressar a Ibiza, concordo com a beleza das praias portuguesas, costumo dizer, "em Portugal não temos a beleza, temos o paraíso" e é mesmo amiga, um dia se tiver oportunidade venha conhecer as ilhas Barreiras entre a Quinta do Lago e a Ilha da Fabrica, são 62 e dois quilómetros de ilhas selvagens ou quase, ilhas (excepto a Ilha de Faro) não existe o automóvel, pode-se desfrutar do lado da costa ou da ria.
ResponderEliminarFeliz semana,
AG
Também tenho essa sensação muitas vezes quando viajo: saudades daqui. Gostei do texto.
ResponderEliminarUma boa semana.
Um beijo.
Adoro passear dentro e fora do país.
ResponderEliminarCada viagem é sempre uma nova aventura e tento capturar em fotos, o máximo do que vejo, para mais tarde recordar.
Ibiza ainda não conheço.
Lindas fotografias.
Beijinhos
Maria
Divagar Sobre Tudo um Pouco