23 maio, 2018

Philip Roth (1933-2018)

Na sociedade humana, pensar é a maior de todas as transgressões. (“Casei com um comunista”, 1998)
Estou triste!
Philip Roth, o meu escritor preferido, morreu aos 85 anos, vítima de insuficiência cardíaca.
Considerado um dos maiores escritores norte-americanos, Philip Roth publicou mais de trinta romances e foi galardoado com diversos prémios, mas não recebeu a distinção maior, o Prémio Nobel, apesar de todos os anos constar na lista dos favoritos. Não recebeu talvez por ser judeu, talvez por polêmico. Mas devia!
Destaco alguns prémios:
Em 1997, com “Pastoal Americana” venceu o Prémio Pulitzer.
Em 1998, recebeu a Medalha Nacional de Artes da Casa Branca e em 2002, o mais alto galardão da Academia Americana de Artes e Letras, a Medalha de Ouro da Ficção.
Em 2005, ”A Conspiração contra a América” recebeu o prémio da Sociedade de Historiadores Americanos.
Em 2006, recebeu o PEN/Nabokov, pelo conjunto da obra e em 2007, o PEN/Saul Bellow de Consagração na Ficção Americana.
Em 2011, passou a ser o quarto autor distinguido com o Man Booker International Prize.
Em 2012, venceu o Prémio Príncipe das Astúrias de Literatura.
Philip Roth  foi o único escritor americano que em vida teve a obra completa e definitiva publicada pela Library of America.
… uma pessoa é tão temerária como os seus segredos, tão execrável como os seus segredos, tão solitária como os seus segredos, tão sedutora como os seus segredos, tão vazia como os seus segredos, tão perdida como os seus segredos, uma pessoa é tão humana… (“Teatro de Sabatt”, 1995)
Penso ter lido todos os romances de Philip Roth publicados em Portugal. Vinte. Não evidencio um mas sobre todos publiquei a minha opinião aqui, no “rol de leituras”.
Quando admiramos um escritor, tornamo-nos curiosos. Vamos à procura do seu segredo.(“O escritor fantasma”, 1979)
Philip Roth nasceu na cidade de Newark, New Jersey, em 19 de Março de 1933. Neto de imigrantes judeus-europeus que seguiram para os Estados Unidos na primeira parte do século XIX , foi assumidamente ateu.
Nos seus romances debruçou-se, com uma lucidez implacável, sobre os problemas de identidade dos judeus dos Estados Unidos, a política, o peso da história, o sexo, o envelhecimento, a morte.
A velhice não é uma batalha a velhice é um massacre. (“Todo-o-Mundo”, 2006)
Que descanse em paz!

14 comentários:

  1. Belo resumo de vida!Mais uma perda! Bjs,chica

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    1. Esta perda tocou-me muito.
      Ficaram os livros, muitos e bons!
      Beijo, Chica.

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  2. Tem sido uma semana de perdas terríveis.
    De todos algo fica - obra que não será esquecida.
    Beijos

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    1. É verdade, amigo Pedro.
      Primeiro o político (António Arnaut), depois o pintor (Júlio Pomar), agora o escritor (Philip Roth). Os três deixaram obra extraordinária!
      Vão-se os bons...
      Beijo.

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  3. Un homenaje-biográfico excelente y merecido, a este gran escritor norteamericano, de quien he leído un par de sus obras y ambas me gustaron.
    Un abrazo, Teresa.

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  4. É verdade ... uma geração que nos deixou um belo legado!!!
    bj

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  5. Uma irremediável perda de um grande escritor...
    beijos.
    Léah

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    1. Que pena eu tenho que não tenha ganho o Nobel.
      Tantos foram galardoados por obra nenhuma.
      Deixo uma frase dele, tirada já não sei de onde, que jamais pronunciará:
      "Quando vou para a cama à noite, sorrio e penso: vivi outro dia!"
      Beijo, minha amiga.

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    2. "Quando vou para a cama à noite, sorrio e penso: vivi outro dia!".
      Essa frase que a gente tem de pensar, mais um dia vencido entre tantas coisas que nos puxam para baixo, seja pela idade, seja pelo inevitável há tempos apontando.
      Quando se perde um grande escritor, um grande ser humano, nossa emoção, nossa alma balança. Lembro quando Pavarotti partiu...lembro de Saramago, e de todos os grandes homens.Mas eles deixaram a obra, eterna.
      Beijo, amiga!

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  6. Passei por uma livraria hoje e lembrei de você, na vitrina vários livros de Philip Roth, um deles era 'A Marca Humana', leste?

    "A velhice não é uma batalha a velhice é um massacre". Essa é forte!!!
    Beijo!!

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    1. Bom dia, amiga Tais!
      Se não conheces a obra de Philip Roth podes começar por "A Marca Humana", aqui "A Culpa Humana" (The Human Stain), um drama/thriller magnífico vivido na América dos anos 90 "onde princípios morais contraditórios e divergências ideológicas são trazidas à luz do dia através da denúncia pública e de rituais de purificação".
      Em 2003, chega aos cinemas pela mão do realizador Robert Benton e conta com interpretações, excelentes, de Anthony Hopkins e Nicole Kidman.
      (Aconselho a leitura do livro antes da visualização do filme.)
      Amiga, de Philip Roth li tudo o que aqui foi publicado - 20 romances. E tudo está aqui, no "rol e leituras". Espreita.
      Beijo.

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    2. "Rol de leituras", claro!!
      Já escrevo mal o nome do MEU blogue. Hum, algo vai mal por aqui...
      Bjs.

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    3. Nunca li nada do autor mas comprei "A mancha Humana", vou ver se o incluo nas minhas próximas leituras. Bjinhos

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    4. Olá, Landa!
      Atenção que a escrita de PhilipRoth é viciante. Prepara-te para ler tudo...
      Beijo.

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