“Só me ficaram com metade do carregamento, dizem que passou a haver menos compradores para o barro, que apareceram à venda uma louças de plástico a imitar e que é isso que os clientes preferem, Não é nada que não devêssemos esperar, mais tarde ou mais cedo teria de suceder, o barro racha-se, esboicela-se, parte-se ao menor golpe, ao passo que o plástico resiste a tudo e não se queixa, A diferença está em que o barro é como as pessoas, precisa que o tratem bem, O plástico também, mas é certo que menos, E o pior é terem-me dito que não lhes leve mais louça enquanto não a encomendarem, Então vamos parar de trabalhar, Parar não (…)Não queiras desanimar-me, Só procuro ver as coisas como são, foi o pai quem disse, ainda agora, que três gerações de oleiros na família é mais do que suficiente, Não chegarás a ver a quarta geração, irás viver para o Centro com o teu marido, Deverei ir, sim, mas o pai irá comigo, Já te disse que nunca me hás-de ver a viver no Centro…”
Se já leu, é fácil chegar lá. Vire as páginas. Releia. Deslumbre-se.
Se acertar, ganhará... um enorme aplauso!
O título do livro nº 8 é:
“Caim”, Editorial Caminho, 2009
Não consigo ler Saramago, mas o livro está na net, pelo que é fácil saber qual é... :)
ResponderEliminarBeijinhos
Não reconheci a citação, por isso só posso dizer que este não li. Agora vamos lá ver se não li mesmo ou se estou a precisar de voltar a lê-lo! :)
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