26 fevereiro, 2012

socorro! estou cativa de um livro de minúsculas

Não sei como dizer, mas estou mesmo presa nas minúsculas d’ o remorso de baltazar serapião, de valter hugo mãe.
Quando iniciei a leitura do livro estranhei a selva de minúsculas, mas rapidamente entrei no ritmo da história e ignorei-as sem quaisquer problemas. Tal como a leitura de Saramago, primeiro estranha-se e depois entranha-se.
De enfiada li até à página 100, entusiasmada com a trama e completamente ambientada às letrinhas pequeninas.
Acontece que...
Uma gripe viral de “arromba” me prostrou durante uma semana, paralisada por dores terríveis em todo o corpo, particularmente na cabeça.
Agastada por tanta dor e de mãos permanentemente ocupada a assoar o nariz que pingava sem cessar, a leitura do serapião foi deixada para melhor ocasião.
Foi o mal...
Melhorzinha mas não totalmente recuperada (o virús era forte), as letrinhas pequeninas são agora mais difíceis de seguir e não consigo passar da leitura da página 101, que já repeti uma, duas, três vezes.
Resolvi, então, pedir ajuda a quem já fez esta travessia de letras pequeninas para que me indiquem o melhor método para chegar ao fim da história de serapião e de ermesinda.
Tenho para mim que valter hugo mãe pequenino, só lido de enfiada, para que as letrinhas nos baralhem uma única vez e depois consigamos levar de vencida uma escrita alucinante.
Será que é esta a fórmula mágica? Já não digo nada.
Estou cada vez mais desanimada e nem a MAIÚSCULA que, eufórica, descobri na página 58 – um D, sim um D ENORME – me consegue ajudar.
Já dizia Saramago: Este livro é um tsunami.
Socorro!

7 comentários:

  1. Nossa!

    Que entusiasmo :)

    Tenho mesmo de iniciar alguma leitura de Valter Hugo Mãe. Costumo ler as crónicas dele no Jornal das Artes. Adoro

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  2. Este, para mim, é mesmo o melhor livro de VHM. Não dá para parar, mesmo senso visualmente muito forte. É um tremendo murro no estômago. Está muito bem contado.
    O autor não deveria ter voltado às maiúsculas, pois a sua genialidade parece que se perde com esse regresso. Muito embora o último livro não seja mau, apenas não é tão bom.
    As melhoras, Teresa!

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  3. Bom, não te posso ajudar, porque tal como com Saramago este é outro escritor que me custa a ler. O livro não era este, mas sim "A Máquina de Fazer espanhóis" (ou título do género), e não consegui ler mais de meia dúzia de páginas... Desse ser daquelas "enformada" em certas formas, tipo velhinha do Restelo! :)

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  4. Depois de acabar de ler o remorso de baltazar serapião decidi-me a ler, não todos os do VHM, mas todos os prémios Saramago, já tenho o Jerusalém do Gonçalo Tavares, e aguardo Os Malaquias da brasileira Andrea del Fuego - já existe no Circulo de leitores, mas aguardo que apareça nas livrarias... o remorso é um livro lixado com 'f', desconcertante, mas muito rico na forma - elogio customeiro à obra de Cormac Mccarthy, na preservação dos diálogos e sotaques*, mas o dialecto do VHM é distorcido para parecer, e parece, arcaico... E, agora vais ter que descobrir/lembrar desta referência, sobre o direito fálico na primeira obra da literatura europeia (uma vez que o direito fálico também vem a propósito do tema deste post)...
    As melhoras (:
    *Muitas vezes me tenho interrogado sobre a influência da tradução nas obras que leio...

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  5. Olá Teresa,

    É por isso que eu gosto de ler vários livros ao mesmo tempo. Existem certos dias que não conseguimos entrar no estilo de escrita dos autores, o meu conselho é pegar noutro e depois voltar a VHM.
    As rápidas melhoras.

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  6. Olá!
    Foi necessário ficar de cama com uma bruta gripe, para confirmar como é traiçoeira a língua portuguesa e não mais duvidar da capacidade imaginativa da mente humana.
    Obrigada a todos.

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