18 setembro, 2020

"Uma Biblioteca da Literatura Universal" - Hermann Hesse

A leitura sem amor, o saber reverência e a cultura sem coração estão entre os piores pecados que se podem cometer contra o espírito.
Onze pequenos ensaios, sobre a importância dos livros e da leitura, estão reunidos neste livro de Hermann Hesse (1877-1962), escritor culto e leitor sôfrego, galardoado com o Prémio Nobel de Literatura em 1946.
São eles:
1. Uma Biblioteca da Literatura Universal (1929)
“Para uma relação viva do leitor com a literatura universal é, sobretudo, importante que ele se conheça a si próprio e, consequentemente, que conheça as obras que agem sobre ele de um modo particular, evitando seguir um qualquer esquema ou programa cultural. A via que ele tem de percorrer é aquela do amor, não aquela do dever. O facto de nos obrigarmos a ler uma obra-prima só porque é celebérrima e nos envergonhamos de ainda não a conhecermos seria um grave erro. (…)
Sem qualquer ideal erudito, sem qualquer pretensão de completar seja o que for mas seguindo na substância a minha pessoalíssima experiência de homem e leitor, tentarei descrever nestas páginas uma pequena biblioteca ideal da literatura universal.(…)"
2. Da relação com os livros (1907)
“Um elenco de livros cuja leitura seja absolutamente necessária e sem os quais não há saúde nem cultura não existe. Em vez disso, há para cada homem um notável número de livros nos quais precisamente ele, o indivíduo, pode encontrar satisfação e prazer. Descobrir gradualmente estes livros (…) constitui uma tarefa específica e pessoal para cada indivíduo. (…)
3. De ler e de possuir livros (1908)
“Não existem cem ou mil «livros mais belos», há, para cada indivíduo, uma escolha particular baseada naquilo que lhe é afim e compreensível, caro e precioso. Por isso, é impossível constituir uma boa biblioteca sob encomenda; cada um de nós deve seguir as suas próprias exigências e preferências, e criar, pouco a pouco, uma colecção de livros, da mesma forma que se criam as amizades.(…)"
4. Do escritor (1909)
5. O jovem poeta – uma carta para muitos (1910)
6. Sobre a leitura (1911)
“ A maior parte dos homens não sabe ler e a maioria não sabe bem porque é que lê. (…)
Não devemos ler para nos esquecermos de nós próprios e da nossa vida quotidiana, mas sim, ao invés, para que nos seja possível retomar nas mãos, com maior consciência, firmeza e maturidade, a nossa existência. (…)"
7. Serão com o autor (1912)
8. De ler livros (1920
9. Em que é que o poeta crê (1929)
10. Magia do livro (1930)
“Sem a palavra, sem a escrita e sem os livros não há história, não existe a ideia de humanidade.(…)"
11. A minha leitura preferida (1945)
“Colocaram-me infinitas vezes a pergunta: «O que é que prefere ler?»
É uma pergunta à qual, para um amigo da literatura universal, é difícil responder. Eu terei lido cerca de dez mil livros, vários deles várias vezes, alguns deles muitas vezes e, por princípio, sou contrário a excluir qualquer literatura, escola ou autor do raio da minha simpatia ou mesmo, tão-só, do meu alcance. Mas a pergunta justifica-se e, numa certa medida, pode encontrar resposta. (…)"
A literatura mundial corre um perigo, proveniente das novas edições mal e apressadamente alinhavadas, que é pouco menor do que o da guerra e das suas consequências.

Livro com pouco mais de uma centena de páginas, actualíssimo e fundamental para quem pretender: iniciar ou aprofundar o seu conhecimento na arte subtil da leitura; organizar uma biblioteca própria; sugestões de leituras; conselhos sobre o uso dos livros.
Recomendadíssimo!

Uma Biblioteca da Literatura Universal, de Hermann Hesse
Tradução de Virgilio Tenreiro Viseu
Ed. Cavalo de Ferro, 2018
109 págs.
Livraria Lello - Porto (foto net)

5 comentários:

  1. A Livraria Lello é a filigrabna das livrarias portuguesas. Ponto.
    E aprecio um imenso Hermann Hesse, tudo que li dele vale a pena, mas não tenho este livro.
    Bom fim de semana, Teresa.

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  2. Sugestão anotada. :))
    Bom domingo, Teresa.

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  3. A Lello, mais que uma livraria, é um monumento.
    Beijo, boa semana

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  4. Adoro a Lello, quando estagiei no Porto ia com frequência, ainda não se pagava entrada. Agora estou muito longe, mas continua a ser a livraria mais bonita para mim!

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  5. Excelente sugestão. Hermann Hesse é sempre um motivo de boa leitura.
    Uma boa semana com muita saúde, minha Amiga Teresa.
    Um beijo.

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