"A Humanidade divide-se entre aqueles que gostam de se meter na cama à noite e aqueles a quem ir dormir desassossega. Os primeiros consideram que os seus leitos são ninhos protectores, enquanto os segundos sentem que a nudez de dormitar é um perigo. Para uns, o momento de se deitar implica a suspensão das preocupações; aos outros, pelo contrário, as trevas provocam um alvoroço de pensamentos daninhos e, se fosse por eles, dormiriam de dia, como os vampiros. Sentiste alguma vez o terror das noites, a angústia dos pesadelos, a escuridão a sussurrar-te na nuca o seu hálito frio que, embora não saibas o tempo que te resta, não passas de um condenado à morte? E no entanto, na manhã seguinte a vida volta a explodir com a sua alegre mentira de eternidade."
15 outubro, 2019
Sentiste alguma vez o terror das noites...?
"A Humanidade divide-se entre aqueles que gostam de se meter na cama à noite e aqueles a quem ir dormir desassossega. Os primeiros consideram que os seus leitos são ninhos protectores, enquanto os segundos sentem que a nudez de dormitar é um perigo. Para uns, o momento de se deitar implica a suspensão das preocupações; aos outros, pelo contrário, as trevas provocam um alvoroço de pensamentos daninhos e, se fosse por eles, dormiriam de dia, como os vampiros. Sentiste alguma vez o terror das noites, a angústia dos pesadelos, a escuridão a sussurrar-te na nuca o seu hálito frio que, embora não saibas o tempo que te resta, não passas de um condenado à morte? E no entanto, na manhã seguinte a vida volta a explodir com a sua alegre mentira de eternidade."
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Linda foto e quem não teve noites em terror,seja em pesadelos, seja em insônias? Danado! beijos, ótimo dia! chica
ResponderEliminarÉ sempre bom ler Rosa Montero.
ResponderEliminarA noite. A noite apressadamente negra assustava-me quando era criança. Agora não. Não sou notívaga e, embora nem sempre durma a noite inteira, não tenho medo. Espero sempre ansiosa a luz do dia…
Um beijo, minha querida Amiga Teresa.
Confesso que pertenço por opção aos primeiros mas muitas vezes me sujeito aos segundos. Porque, ao invés de Rosa Montero - escritora de que gosto -, penso que não se pertence aos segundos senão por natureza, não há fuga. Que ninguém se deita para ficar desasssossegado. As noites, idealmente, são para isso mesmo: sossegar, suspender, criar vontade e força para o dia. Mas nem sempre acontece.
ResponderEliminarE o hálito frio da noite a incidir-me na nuca ainda não experimentei :).
Quem verdadeiramente vive já passou por todos esses momentos de certeza.
ResponderEliminarBeijo
Quando por motivo qualquer me ataca a insónia, desisto da cama e enterro-me no sofá na companhia de um livro. É um momento bom, o sossego do meio da noite, sem som, tirando o meu próprio respirar. No dia seguinte vem o segundo momento bom, caso possa - dormitar por volta das 17 horas.
ResponderEliminarQue escrito fantástico, verdadeiro! Ir dormir a noite me é mais um desassossego, sempre levo uma desconfiança de não dormir ou dormir apenas um pouco, o que já criou o legítimo desassossego.
ResponderEliminarSão fases da vida, espero que passe em breve. Mas não penso muito, pego um livro ou escrevo uma crônica, pois estou acordada demais. Mas não desejo isso pra ninguém, a tão conhecida insônia.
Darei uma olhada nesse livro, 'Rosa Montero', na minha próxima saída, deve ser muito interessante! Outras coisas deve conter, acredito.
Ótima postagem, querida Teresa, aplausos!
Beijinho, querida.
E quem não passou por todos estes estados, gostei e é sempre um prazer ler e reler Rosa Montero, aproveito para desejar a continuação de uma boa semana.
ResponderEliminarAndarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros
Sempre dormi poucas horas desde criança, mas em determinada época da minha vida, bem jovem ainda deixei de dormir por medo de um pesadelo que se repetia todas as noites cada vez que fechava os olhos. Nem os soporíferos me faziam dormir. Quando comecei a não saber o que dizia ou fazia, fui internada onde me puseram a dormir 8 dias. Depois passei para a psiquiatria onde o médico precisou de apenas três sessões para descobrir o que provocava o pesadelo. Curioso foi que descoberta a origem foi fácil acabar com ele.
ResponderEliminarAbraço
Bons sonos e sonhos, amiga Elvira.
EliminarBeijo.
Em algum momento todos acabamos por sentir o terror da noite...ainda que seja uma vez na vida...
ResponderEliminarIsabel Sá
Brilhos da Moda
Mas há, ainda, os que oscilam entre esses dois estados...
ResponderEliminarUm texto interessante, obrigado pela partilha.
Querida amiga Teresa, tem um bom fim de semana.
Beijo.
Tenho vários livros de Rosa Montero, oferecidos por alguém que como portuguesa leio sem dificuldade o espanhol. Até hoje, não tive vontade de os ler‼
ResponderEliminarEu, a "rainha da noite" não tenho pesadelos nem desassossegos‼
O texto despertou a minha curiosidade de ler a obra da autora espanhola‼
São as noites traiçoeiras amiga.
ResponderEliminarA foto diz muito na ilustração.
Todos vivemos estas noites infinitas.
Beijo