PÁSCOA
Foi por línguas de fogo
que aprendi a falar.
Que digo que não digo…
o melhor é calar.
O melhor é seguir
de peito aberto aos riscos.
Quem me mandou nascer
na Ilha dos coriscos?
Agrafa-me esse lume
num caderno de nozes
que se estão em poema
são muito mais que as vozes.
O Eterno me intima:
o tempo o templo arromba.
Sou caixa de rufar
o regresso da pomba.
Veni, Creator Spiritus.
Dou a notícia ao povo.
De entre vós será Rei
o que encontrar o ovo.
Poema de Natália Correia, in "O Sol nas Noites e o Luar nos Dias II"
Ed. Círculo de Leitores, 1993
Foto tirada da net.
Belo nesta desordem de cores nos jardins
ResponderEliminarA páscoa deixa-me sem fôlego. Vale só haver uma por ano.
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