“Metade da coisa" foi-me oferecido pelo autor, na passada noite de São João, no Porto.
É um pequenino livro de poemas – encantadores - que se devora num ápice.
Um livro feito de uma capa negra e páginas (ou telas?) onde os versos escritos mais parecem pintados.
Gostei de conhecer o poeta-pintor Manuel de Sousa Falcão.
E gostei de conhecer a família dele. Linda!
Fico à espera de outros livros. E de mais sardinhadas... e balões...
Leiam / admirem este poema:
Esse dia
Que contava com tudo
Fiquei (só) só
Na grande cidade.
Eu sabia (então e os sinais anteriores?) e enganava-me.
Previsível
Geometria
Essa disciplina!
Que-estudei-usei-ensinei
Que-custou-em-qualquer-dos-lados
Que gostei,
Tanto quanto a dificuldade
Em trabalhar
O rigor (apaixona-me o rigor!).
Mas atrai-me (atrai-me! Sabes? Atrai (s) -me)
Mais
Tomar-me o espanto!
E fui.
Mas só eu a seguir.
Observei (-me / -te e) tudo a passar,
Tudo a mudar,
Tudo a acabar.
E depois
Outra-vez-e-outra-e-ainda-outra-e-o-mesmo
(Outra-vez-e-outra-e-ainda-outra-e-o-mesmo-!)
E este:
Eu tento
Misturo
Escondo
Evidencio
Invento
Experimento
Construo
Desfaço
Recomeço
Eu tento
Ai eu tento
Não sei de onde me vem o alento.
E mais este:
Releio tudo o escrito,
Talvez com o mesmo empenho-e-pasmo
Do investigador,
Curtos escritos que não prometem o meu sonho,
Curtos escritos que não dão origem a.
Mas com o toque da fazenda adornada
E o belo que ela pode ocultar
Levantada-afinal-nada-,
E por outro caminho?
Então voltar a cada sítio
(Onde o que veio a seguir,
foi a decisão de ir) e:
vazio-, -agora só-, -sorrio-.
Vale-a-pena continuar-?
Então relembrar os diálogos:
De que são feitos?
(De que são feitos os diálogos?)
Não consigo saber.
Gostava de morar ai.
Demorar-me ai.
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