“… a morte decidiu ir à cidade. Despiu o lençol, que era toda a roupa que levava em cima, dobrou-o cuidadosamente e pendurou-o nas costas da cadeira onde a temos visto sentar-se. Exceptuando esta cadeira e a mesa, exceptuando também os ficheiros e a ganha, não há mais nada na sala, salvo aquela porta estreita que não sabemos para onde vai dar. Sendo aparentemente a única saída, seria lógico pensar que por ali é que a morte irá à cidade, porém não será assim. Sem o lençol, a morte perdeu outra vez altura, terá, quando muito, em medidas humanas, um metro e sessenta e seis ou sessenta e sete, e, estando nua, sem um fio de roupa em cima, ainda mais pequena nos parece, quase um esqueletozinho de adolescente. (…) Realmente, não há nada no mundo mais nu que um esqueleto.”
Se já leu, é fácil chegar lá. Vire as páginas. Releia. Deslumbre-se.
Se acertar, ganhará... um enorme aplauso!
O título do livro nº 6 é:
“O homem duplicado”, Editorial Caminho, 2002
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