Agustina fez 90 anos.
A bibliografia assusta, só romances são uns 40, mas entramos e descobrimos um mundo pessoalíssimo, exigente, subtil, imenso. Agustina elevou as possibilidades da literatura e da linguagem literária, em vez de as amesquinhar, ou domesticar, ou produzir tranquilidade.
…
Em Agustina, até os defeitos são virtudes, as frases arrevesadas, as personagens que desaparecem sem explicação, ninguém deve lê-la à espera de romances “bem feitos” ou da bendita “história” que agora nos dizem que é sinónimo de romance.
…
Costumo desincentivar algumas pessoas de lerem Agustina, para que não se desiludam, leitores de paciência e horizontes curtos, ou aqueles que preferem sempre uma literatura das “massas”, tanto as massas exploradas como as massas entretidas. Não procurem aqui ficção impessoal, dogmática, superficial, classificável. Agustina nunca foi regionalista, neo-realista, existencialista, vanguardista, pós-moderna, mas sempre se mostrou enraizada numa geografia local, atenta aos humildes, inquieta com a dificuldade de viver bem, ousada no estilo, irónica.
Excerto da crónica de Pedro Mexia, publicada na revista Atual, suplemento do jornal Expresso, de 20 Outubro 2012.
Vale a pena ler na íntegra.
Vale a pena ler na íntegra.
Uma grande escritora.
ResponderEliminarBeijinhos, Teresa.