Para os chineses o limão é o símbolo da morte.
Acabei de ler onze histórias maravilhosas sobre o envelhecimento. Onze pequenas mas profundas histórias sobre a velhice e a morte, histórias enternecedoras, histórias belas, histórias tristes e divertidas, histórias de amores e desamores, histórias de subversão, de arrependimento e resignação, muito bem contadas pelo grande Julian Barnes.
A sua leitura foi puro deleite. No final … queria mais e mais.
Gostei das onze histórias mas gostei um pouco mais das seguintes:
- Breve História do Penteado
Curto atrás e aos lados e em cima um bocado menos, disse a mãe ao barbeiro, na primeira vez que Gregory foi à barbearia.
A história conta essa primeira ida ao barbeiro e duas outras, em idades diferentes, sempre com o medo aterrador da “cadeira da tortura”. Humor e terror conjugados na perfeição.
- A História de Mats Israelson
Anders e Barbro são os protagonistas de uma relação de amor não consumada, porque durante vinte e três anos não encontraram o "tom" certo para falar sobre ela.
- As coisas que tu sabes
Há já três anos que Merrill e Janice, ambas viúvas, tomam o pequeno-almoço no hotel Harborviez, na primeira terça-feira de cada mês.
Serão amigas?
O que têm elas em comum, para além dos sapatos rasos de camurça, com sola anti-derrapante?
- Reviver
Ele tem sessenta anos e quer fazer a sua última viagem, a viagem do coração.
Para ele, todo o amor é simbolicamente uma viagem, e essa viagem precisa de se concretizar.
Para ele, todo o amor é simbolicamente uma viagem, e essa viagem precisa de se concretizar.
Ela tem vinte e cinco.
Ele viajou. Ela viajou. Mas eles não viajaram.
Podiam ter viajado. Se…
- Saber francês
Caro Dr. Barnes (Eu, mulher idosa, a caminho dos oitenta e um):
Bom, leio OBRAS sérias mas, para uma leitura mais ligeira à noite, que ficção se pode arranjar numa Casa de Velhos?
Sylvia, a mulher idosa, solteira, francófona, bilingue, dona de uma excelente memória e considerada a vida e alma do lar de idosos “Pilcher House”, remete, durante três anos, cartas a Julian Barnes. Nelas, fala com entusiasmo da língua francesa, do seu passado e do dia-a-dia na Casa de Velhos - um lugar onde não há ninguém com quem falar da morte.
- Apetite
Ele tem setenta e cinco anos, perdeu a memória, tornou-se malcriado e gosta que a mulher lhe leia livros de culinária.
- A gaiola da fruta
O amor tardio.
Porquê supor que o coração se atrofia como os órgãos genitais?
Gostei!
Aconselho, como leitura "fresca" de verão.
A mesa limão, de Julian Barnes
Tradução de Helena Cardoso
Ed. ASA, 2008
200 págs.
Julian Barnes é um autor que irei voltar... Gostei bastante do Sentido do Fim.
ResponderEliminarInteressante
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