11 novembro, 2011

"A pomba" - Patrick Süskind

Meu Deus, meus Deus, porque me abandonaste? Porque me castigas assim? Pai nosso, que estás no céu, salva-me desta pomba. Ámen!
Quando se fala de Patrick Süskind pensamos logo no primeiro livro do autor “O perfume”, publicado em 1985.
Há alguém que ainda não tenha lido este romance de culto? Não acredito!
Dois anos depois o autor publicou uma pequena, pequenina maravilha: “A pomba”, uma novela com 89 páginas.
Só a li em 1996. Li e não mais esqueci.
Quando lhe aconteceu isto da pomba, que de um dia para o outro mudou radicalmente a sua existência, já Jonathan Noel estava com mais de cinquenta anos, havia uns bons vinte anos que levava uma vida igual e sem incidentes…pois não gostava de acontecimentos e detestava em particular aqueles que lhe abalavam o equilíbrio interior e perturbavam a ordem externa da vida.
Jonathan trabalha como guarda num banco, em Paris, e vive num quarto minúsculo sem grandes comodidades.
Aquele quartinho é o refúgio seguro onde se abriga das desagradáveis surpresas da vida, a sua ilha segura no mundo inseguro.
Jonathan partilha a sua monótona existência entre o seu quarto e o banco onde trabalha: às oito e quinze em ponto está à porta do banco;  às dezassete e trinta sai, compra o jantar e corre para o seu refúgio. É feliz.
A vida decorre sem incidentes, até que, numa sexta-feira, ao abrir a porta do quarto vê, a menos de vinte centímetros da soleira, uma pomba ferida.
Jonathan apanha um susto de morte, que  durante alguns segundos o deixa petrificado, incapaz de avançar ou retroceder.
O que fazer?
O caos instala-se, quando um simples pássaro ferido põe à mostra a miséria da sua existência.
Maravilhoso!

A Pomba, de Patrick Süskind
Presença, 1987
Tradução de Teresa Balté
89 págs.

3 comentários:

  1. O Perfume foi o meu primeiro livro.

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  2. Olá Tiago,
    Óptima escolha.
    Será que foi o aroma inebriante do texto, espectacularmente bem escrito, que motivou o seu gosto por livros?
    Nunca se sabe...

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  3. Não,

    Se comecei a ler, e a ganhar gosto pela leitura, foi o facto de ano após ano a minha prima dar-me sempre livros mesmo sabendo que não os lia. Quando comecei a ler tinha vários livros por ler na estante, assim começou o meu gosto pela leitura.

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