Quem tem menos medo de sofrer, tem maiores possibilidades de ser feliz.
Com a leitura deste romance descobri Valter Hugo Mãe, portanto, não conheço a sua fase das minúsculas.
Sem saber, comecei pelo “novo ciclo na sua criação literária” e pelo primeiro de três livros que o autor irá dedicar à família e aos afectos, temas que me agradam sobremaneira.
Para ser feliz é preciso aceitar ser o que se pode, nunca deixando de acreditar que é possível estar e ser sempre melhor.
São várias as personagens - fortes e credíveis – deste quinto romance (ou história de encantar?) do autor, que buscam a felicidade.
No centro da trama está Crisóstomo, pescador, sozinho, que “chegou aos quarenta anos e assumiu a tristeza de não ter um filho”. Um dia saiu à rua e disse a toda a gente que era um pai à procura de um filho.
Esse filho apareceu. Era um rapaz de catorze anos, “carregado de ausências e silêncios”, e chamava-se Camilo.
Camilo é filho de uma anã (gostei particularmente do capítulo dedicado a esta personagem) que morreu assim que o menino nasceu. O nome do pai é um mistério.
Isaura, uma camponesa “enganada” por um vizinho, que faz um casamento de faz-de-conta com um homem maricas, chamado Antonino.
Crisóstomo, “que ganhava amor pelas pessoas por grandeza”, apaixona-se por Isaura, “uma mulher enjeitada e diminuída”, e tem a certeza de que os dois vão ser felizes para sempre.
Antonino disse à mulher “que amasse pelos dois o pescador, que dele cuidasse como quem cuidava do importante destino do mundo”.
Depois há Matilde, a mãe que rejeita o homem maricas, Maria, a alterada mãe de Isaura, e Rosinha, a caseira de Matilde, que casa com um velho que tem uma galinha gigante.
Apesar do final feliz e da sensibilidade da escrita, este romance não me entusiasmou.
De qualquer modo, vou voltar a este autor.
O filho de mil homens, de Valter Hugo Mãe
Alfaguara, 2011
258 págs.
O filho de mil homens, de Valter Hugo Mãe
Alfaguara, 2011
258 págs.
De Valter hugo Mãe apenas li, o remorso de baltazar serapião que adorei, irei com certeza ler livro também, embora a grande maioria das críticas não abonem muito a seu favor. gostei bastante de ler este artigo.
ResponderEliminarNuno Chaves
Olá Nuno,
ResponderEliminarSeja bem-vindo.
Espreitei o seu cantinho e achei-o espectacular.
Vou lá voltar.
Vale tanto a pena regressar a Valter Hugo Mãe... :)
ResponderEliminarOlá Caetana,
ResponderEliminarEspreitei o seu blog e gostei da sobriedade, da seriedade e da comicidade. Tudo o que eu gosto. Vou alugar...
Olá Teresa,
ResponderEliminarAdorei as passagens que colocou. Fiquei com vontade de colocar o livro na lista dos próximos a ler
Olá HP,
ResponderEliminarForça! Aproveite a época de Natal e ofereça-o a si própria.
Vai gostar. Muito!
Tal como disse quando acabei de ler o livro, por vezes, precisamos de tempo para perceber a profundidade de uma obra.
ResponderEliminarO inverso também acontece, se quando acabei disse que dava nota 8, mas que com o passar do tempo poderia rever para 9, agora mantenho a nota, mas admito estar mais próximo do 7 do que do 9.
Não gosto muito de dar notas aos livros que vou lendo mas neste caso, e sem qualquer hesitação, eu dou um 7.
ResponderEliminarDe qualquer modo vou voltar a este autor.
Dos que li do autor, este é o mais suave na escrita. Não deixando de ter uma boa história. Só ficou a faltar algo... Na volta foi o facto de ter feito as pazes com as maiúsculas! ;)
ResponderEliminarNada como "o remorso de baltazar serapião" ou "a máquina de fazer espanhóis".
Vou começar a ler "o remorso de baltazar serapião", e estou expectante.
ResponderEliminarEspero que o autor me cative desta vez.