"CRONICAS DO MAL DE AMOR" (Relógio D'Água Ed., 2016)
Não passamos de seres ocasionais.
Li há meses, pela primeira vez, a escritora que mais preza a sua privacidade, que ninguém conhece, de quem se sabe apenas que nasceu em Nápoles, é formada em Estudos Clássicos, só dá entrevistas por escrito, traduz, ensina, é mãe). Presume-se que Elena Ferrante não seja o verdadeiro nome.
Acredito que os livros, uma vez escritos, já não precisam dos seus autores. Se tiverem alguma coisa para dizer, mais cedo ou mais tarde encontram leitores; se não, não... , disse (escreveu) ela.
Este livro é um 3 em 1, pois reúne os primeiros romances da autora: "Um estranho amor" (1991), "Os dias do abandono" (2002), "A filha obscura" (2006). Três livros num só, três histórias de mulheres desesperadas, humilhadas, abandonadas: Amália, Olga, Leda.
Adorei conhecê-las. Conheça-as também.
"O PROFESSOR DE DESEJO" (Ed. D. Quixote, 2020)
Estabilização. Passagem do frenesim tórrido ao tranquilo afeto físico.Acabei de ler na semana passada, mais um livro do meu escritor estrangeiro preferido: Philip Roth.
Originalmente publicado em 1977, este romance inteligente, irónico, comovedor, caliente, hilariante - uma reflexão sobre a busca e a perda da felicidade erótica... uma sátira do eterno conflito entre os nossos instintos e as imposições da sociedade - tem por protagonista David Kepesh, um professor dividido entre os instintos, o afecto e o intelecto. A narrativa é a crónica do seu desejo desde os primeiros tempos, quando acede a ele na totalidade, até ao momento assustador em que desaparece.
Sem censura, leia!
"BREVE HISTÓRIA DA EUROPA" (Editorial Presença, 2020)
.. a arte da história não é apenas recordar, mas também saber o que esquecer. É atribuir ao tempo passado um enredo e uma narrativa.
Estou a ler muito devagar - ainda não passei da Introdução - este livro de Simon Jenkins.
Profusamente ilustrado com mapas e imagens, notem como começa bem:
«As altaneiras e áridas falésias do Cabo de São Vicente, na costa portuguesa, representam o ponto mais sudoeste da Europa. Podemos dali observar o Sol, no crepúsculo, afundando-se no Atlântico, local onde os primeiros europeus acreditavam terem chegado ao fim do mundo. Todas as noites julgavam ver a sua fonte de calor e luz extinta pelo oceano, para renascer na alvorada seguinte.(...)»
«Aquele que não conseguir falar de história ao seu semelhante nada importante tem a dizer.»
Há que ler para entender!
"TERRA ALTA" (Porto Editora, 2020)
Amanhece na Terra Alta. Um céu cor de cinza prenuncia uma manhã sem sol.
Comecei a ler esta semana, o meu primeiro livro do escritor espanhol Javier Cerca.
"Um crime terrível abala a pacata comarca da Terra Alta: os donos da sua maior empresa, as Gráficas Adell, aparecem mortos, barbaramente assassinados. Quem toma conta do caso é Melchor Marin, jovem polícia e leitor voraz que chegou de Barcelona quatro anos antes. Sobre os ombros carrega um passado obscuro que o converteu numa lenda junto das forças policia, mas...". Fico por aqui!
«É o primeiro local de um crime que Melchor vê desde que chegou à Terra alta, mas já viu muitos outros e não se lembra de nada semelhante.»
Este thriller arrebatou-me logo nas primeiras páginas. Não o largo!
Quem é o assassino, quem é? Não sei! Ainda!
(*) "Livros e solidão: eis o meu elemento."
Esta frase de Benjamim Franklin, escritor, cientista, inventor americano (1907-90), foi a primeira a chegar ao "Rol de Leituras". E nunca de cá saiu.
Esta foi a primeira foto do meu perfil (a preto e branco) no "Rol de Leituras. Tirada em 1993, em Pemba-Moçambique, a única coisa que se mantém igualzinha é o meu gosto desmesurado por óculos de sol e chapéus. Convenhamos, há gostos mais estrambólicos!
Anos depois, a querida amiga Tais Luso surpreendeu-me com uma nova imagem para o perfil feita a partir desta foto tirada no Canadá, em 1999, e publicada no Rol. Mandou-me não uma mas várias fotinhas de diferentes cores. E eu, claro, amei o miminho e corri a trocar a foto do perfil. Ainda lá está.
Memórias boas!
Livros sim, solidão não !... somente para lê-los !
ResponderEliminarAbraço Teresa
Bom dia de paz, querida amiga Teresa!
ResponderEliminarMuito interessante o pensamento do Benjamim que já postei até num livro.
Interessante o que a escritora diz sobre livros e leitores. Penso igual, se tiver leituras amém, se não tiver, também...
Gosto de pessoas gratuitas e ela me pareceu ser.
Sempre lendo bons livros.
Tenha dias abençoados!
Ah! Adorei as fotos e temos o chapéu e óculos em comum.
Adoro nosso gosto "estrambólicos"...
Com a Pandemia, quando mais escondido o rosto melhor.ibda na foto, amiga!
Tenha dias abençoados!
Bjm carinhoso e fraterno
Nem sempre a solidão é má. Os silêncios fazem bem ao ego desde que sejam bons e livres silêncios. Os livros são lindos de se ler e, no silêncio, ainda mais a leitura se torna nobre.
ResponderEliminar.
Abraço
Como sempre o Rol apresenta boas propostas de leitura, o ponto é escolher uma porque todas são boas.
ResponderEliminarBFS, Teresa.
A solidão se não for demasiada é boa para ler para escrever, para pensar, para ouvir música... As tuas sugestões de leituras são excelentes como sempre.
ResponderEliminarE que bonita estás nas fotografias, minha Amiga Teresa.
Um bom fim de semana. Cuida-te bem.
Um beijo.
E eu preciso um pouco de solidão, gosto de ficar um pouco comigo, essa solidão eu não dispenso, há outras, no entanto, que doem muito.
ResponderEliminarAdoro esse tema, gosto de livros realistas e verdadeiros, sempre nos ensinam.
Gosto das tuas duas fotos, muito lindinhas!!
Beijinho, um bom domingo!
De volta para o meu aconchego.
ResponderEliminarBeijinhos, boa semana
Ficaste muito bem nas fotografias. : )
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