"Despedida", da poeta brasileira Cecília Meireles.
Por mim, e por vós, e por mais aquilo
que está onde as outras coisas nunca estão,
que está onde as outras coisas nunca estão,
deixo o mar bravo e o céu tranquilo:
quero solidão.
Meu caminho é sem marcos nem paisagens.
E como o conheces ? – me perguntarão.
– Por não ter palavras, por não ter imagem.
Nenhum inimigo e nenhum irmão.
Que procuras? – Tudo. Que desejas? – Nada.
Viajo sozinha com o meu coração.
Não ando perdida, mas desencontrada.
Levo o meu rumo na minha mão.
A memória voou da minha fronte.
Voou meu amor, minha imaginação …
Talvez eu morra antes do horizonte.
Memória, amor e o resto onde estarão?
Deixo aqui meu corpo, entre o sol e a terra.
(Beijo-te, corpo meu, todo desilusão !
Estandarte triste de uma estranha guerra … )
Quero solidão.
A "Despedida" é apenas e só a de Cecília Meireles.
Eu volto... amanhã. Sim, amanhã!
Fotos tiradas do Hotel Vila Galé Ericeira, Dezembro 2018.
(*) Verso do poeta português José Régio.
Linda poesia de despedida..Ela cansou ,mas tu segues,ainda bem! Linda foto! bjs, chica
ResponderEliminaré um bom hotel esse, remançoso, confortável e de bom gosto assim próximo do mar. O poema rima com esse mar sozinho.
ResponderEliminarBelíssima foto!!
ResponderEliminarNão compreendo quem procura tudo e não deseja nada. : )
Um belo poema de Cecília Meireles. Pessoalmente não gosto de despedidas. Fico sempre com a sensação de que perco algo quando me despeço de alguém.
ResponderEliminarAbraço saúde e boa semana
O essencial é não deixarmos o cansaço triunfar.
ResponderEliminarBeijo
Que maravilhoso, é tão tocante o modo como Clarice expressa a imperfeição da vida real, dos sentimentos, porque em maior ou menor grau, a vida é imperfeita.
ResponderEliminarAdorei, Teresa, abraço!