18 outubro, 2013

"Pensageiro frequente" - Mia Couto


… o paraíso não é um lugar, é um breve momento que conquistamos dentro de nós.
Desafio-o a dar asas à maginação, e deixar-se levar pelos céus de Moçambique. Lá de cima poderá admirar um país feito de mosaicos coloridos, aqui pintados por quem conhece bem aquela terra e as suas gentes – Mia Couto, aquele que escreve prosa com cheirinho a poesia.
- Gosta de futebol?
No meu bairro, o futebol era a grande celebração. Preparávamo-nos para esse momento, como os crentes se vestem para o dia santo.
Soou o apito e “Fintado por um verso”, dá o pontapé de saída para a leitura de 26 interessantes crónicas, escritas para a revista de bordo das Linhas Aéreas Moçambicanas, e agora compiladas em livro.
- Quer ver baleias?
Sim, então leia “O riso das baleias” e visite-as na baía de Nacala, uma das maiores e mais belas baías do mundo.
- Sabe que ligação tem o rio Zambeze com a Amazónia?
Não, então leia “O Zambeze desaguando na Amazónia” e perca-se no ritmo do Rio de Janeiro, a cidade maravilhosa.
Diz Mia Couto…dos lugares da terra prefiro os que são feitos de água. Eu também!
- E você, nunca pensou nisso?
Inspire-se nas dez pinceladas coloridas de “As águas da terra”: Manica, Tete, Sofala, Cabo Delgado, Niassa, Gaza, Inhambane, Nampula, Maputo e Zambézia, e descubra locais onde a paisagem, de tão bela, chega a doer.
Continuemos a voar.
Não é o voarmos sobre os lugares que marca a memória. É o quanto esses lugares continuarão voando dentro de nós, escreve ele n ”Os lugares voadores”, onde nos ensina que: os lugares não se comparam. Como as pessoas, cada um deles acontece num momento único, numa única e irrepetível vida. Eu concordo!
- Sabia que a Munhava tem mais céu do que chão?
Não, então leia “Um barco no céu na Munhava” e deslumbre-se e fique a saber que ser menino é estar cheio de céu por cima.
- Acha que já vimos tudo?
Pouco do mundo teremos visto senão tivermos olhado os pássaros.
Eu olhei, em “Outras formas de voar” e descobri um amor a toda a prova pela escrita de Mia Couto e pelo meu país do coração: Moçambique.
 
Lembrei-me, agora, que tenho medo de andar de avião. Não parece, pois não?
Somos todos de algum mato.
Lindo!
 
Pensageiro frequente, de Mia Couto
Ed. Caminho, 2011
133 págs.

2 comentários:

  1. Olá, eu gostaria muito de ter acesso aos textos deste livro do Mia Couto que tratam do rio Zambeze. No entanto, achei poucos portais vendendo o livro no Brasil. Existe alguma possibilidade de você me ajudar a ter acesso aos textos?
    Grata, Gabriela.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Olá, Gabriela!
      Vou ver o que posso fazer.
      Entretanto, contacte-me pelo e-mail do blogue.
      Abraço.

      Eliminar