… posso duvidar da realidade de tudo, mas não da realidade da minha dúvida.
“Les faux-monnayeurs”, de André Gide, publicado em 1925, é um acutilante retrato da crise de valores da burguesia intelectual parisiense dos anos vinte, um romance sobre os tormentos e tentações da adolescência, sobre a perversão e a marginalidade.
É um romance que “puxa” pela nossa imaginação, uma história sobre a amizade, o amor e muito ciúme, entre dois jovens candidatos a escritores e dois romancistas rivais:
Bernard Profitendieu, jovem candidato a escritor, muito audacioso e ambicioso, de carácter decidido, no início do romance descobre ser filho bastardo e abandona a família. Aproxima-se da família Molinier.
Olivier Molinier, candidato a escritor, terno e imaturo, é o maior amigo de Bernard.
Édouard, romancista, tio de Olivier, o seu sobrinho preferido. Édouard termina um romance, a que chama “Os Moedeiros Falsos” (o livro dentro do livro, onde a ficção se mistura com a realidade) e escreve um diário, onde guarda confidências sobre as personagens do romance. Bernard, o seu secretário, apanha o diário e passa o seu conteúdo para nós, leitores.
Robert de Passavant, o romancista vaidoso, hipócrita, egoísta, que lança a revista literária “Avant-Garde” e convida Olivier para redactor-chefe. Este aceita, para grande desgosto e muito ciúme do tio.
Vincent Molinier, irmão de Olivier, cobarde e desastrado, amante do jogo e de Laura Douviers.
Confuso?
Talvez esteja, mas, atenção… não se pode julgar a vida dos outros pelo exterior.
E quem são, afinal, os moedeiros falsos, do livro de André Gide (ou será de Édouard )?
Estará a resposta no "assunto profundo" do livro de Édouard? Confirme.
... a rivalidade entre o mundo real e a representação que dele fazemos. A forma como o mundo das aparências se nos impõe e como tentamos impor ao mundo exterior a nossa interpretação particular, constitui o drama da nossa vida.
Ufa!
Ufa!
Não foi fácil ler este romance.
A trama é interessante, apesar de complexa, as personagens geniais, a escrita brilhante, mas a acção… é parada - muito parada - paradíssima.
Não foi o drama da minha vida, mas quase.
Já lhes aconteceu terem na mão uma moeda falsa?
Pensem bem, antes de responder.
Já lhes aconteceu terem na mão uma moeda falsa?
Pensem bem, antes de responder.
Os moedeiros falsos, de André Gide (Prémio Nobel de Literatura 1947)
Ed. Ambar, 2004
Tradução de Carlos Correia Monteiro de Oliveira
422 págs.
Boa tarde
ResponderEliminarAndo á procura Deste Livro "Os Moedeiros Falsos" e de outros da Colecção Cântico Final da Ambar, estaria interessado em vender?
O meu contacto é: almeidinha1974@gmail.com
Atentamente.
Jorge Almeida
Olá Jorge,
EliminarLamento mas não vendo o livro.
Avisarei se o descobrir em alguma das livrarias que frequento.
Boas leituras.