07 setembro, 2012

"A vida nova" - Orhan Pamuk

Um dia li um livro e toda a minha vida mudou.
Quem o diz é Osman, um jovem universitário de Istambul, que decide tomar o futuro nas mãos, percorrendo o país em busca do amor e de uma vida nova, depois de ler um livro que parecia ter sido escrito para ele, já que contava a história da sua própria vida.
Viu pela primeira vez o livro nas mãos de uma jovem estudante desconhecida. Comprou-o de imediato e leu-o sofregamente. A luz que o livro emanava era a mesma que jorrava do rosto doce da jovem. Apaixona-se. O livro enfeitiça-o. Abandona toda a sua vida e parte. Parte em busca do amor de Janan.
Diz a sinopse, por sinal muito bem-feita:
Obcecado pelo livro mágico, que lhe parece mostrar a sua própria vida num outro universo, Osman lê-o com fervor, noite após noite, e apaixona-se por uma lindíssima jovem, Janan, que é na realidade a pessoa que lhe revelara o livro. Este envolve temas inquietantes como o da identidade, do amor e da morte, e encerra perigos para além da compreensão de Osman. Movido por um impulso incontrolável, o jovem abandona toda a sua vida, para procurar a misteriosa mulher e descobrir os segredos mais obscuros que o livro encerra. Assim, viaja incessantemente em velhos autocarros desconjuntados, até ao coração inóspito da Turquia rural, onde ainda se encontram as pequenas coisas nostalgicamente ligadas ao passado e à identidade do povo.
Osman viaja sem saber donde vinha, sem saber onde estava, sem saber para onde ia… viaja, simplesmente, em busca de Janan.
Finalmente, numa noite fria, encontra-a ferida, entre as vítimas de um acidente com dois autocarros.
Tornam-se companheiros de viagem. Vão de cidade em cidade, lado a lado nos autocarros da noite, sempre a reler o livro da luz. Vão em busca da Vida Nova. Encontrá-la-ão? E eles... encontrar-se-ão? 
O tempo é um grande ruído…
O acidente é um destino…
A vida é um livro…
Como acaba esta história mágica, contada em jeito de triller, que nos baralha e deslumbra da primeira à última página?
Será que muda, também, a nossa vida? Nunca se sabe...
O que sabemos é que a escrita de Pamuk é pura sedução.
O que é o amor?
O amor é a necessidade de abraçar com muita força alguém e de querer estar sempre a seu lado. É o desejo de esquecer o mundo exterior quando se abraça esse alguém. É o desejo de descobrir um refúgio seguro para a alma.
Deslumbrante!
 
A vida nova, de Orhan Pamuk (Prémio Nobel de Literatura 2006)
Ed. Presença, 2006
Tradução de Filipe Guerra
293 págs.

4 comentários:

  1. Ai assim fica difícil resistir! Tenho O Museu da Inocência para ler mas, confesso que o seu tamanho assusta-me!

    Beijinhos*

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    1. Olá Jojo,
      É um romance extraordinário.
      Ainda não li "O museu da inocência".
      Tenho para ler "Istambul - Memórias de uma cidade". Já visitei aquela cidade maravilhosa, logo, estou muito curiosa.
      Bjs.

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  2. Olá Teresa,

    Li este livro pouco tempo depois de ser editado. Pouco ficou dele. Em 2006 não era o leitor que sou hoje...
    Pretendo regressar ao autor...

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    1. Olá Tiago,
      Entendo-o porque eu "senti" esta leitura de uma forma diferente.
      A passagem dos anos não traz só rugas...
      Boas leituras.

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