A vida é tudo menos sábia.
Numa “sessão” de arrumação das estantes cá de casa (onde já não cabem mais livros – socorro!) encontrei este livro de Susana Tamaro, comprado em 1997, guardado sem o ter lido. Estranho porque, por norma, eu só coloco os livros na estante depois de lidos. Até lá andam à deriva no sofá, na mesa-de-cabeceira e até em torres inestéticas, mas estáveis, que crescem por todo o lado. Este escapou à norma.
Curiosa, abri-o de imediato e deparei-me com um conjunto de contos (eu que gosto tanto de livros de contos deixei escapar este), cinco no total, e que contos…
Diz a sinopse: São histórias de crianças solitárias, ultrajadas, tristes; de criaturas expostas, denunciadoras de um mal-estar contemporâneo que transparece nas palavras dos seus diários, dos seus diálogos.
E são mesmo!
São histórias belíssimas mas terríveis sobre a vulnerabilidade e o sofrimento infantil, temas que muitos continuam a ignorar.
São histórias brutais que arrepiam a alma, nos afligem o coração e nos inquietam os sentidos.
São histórias que podem passar-se na nossa casa, na casa de familiares, na casa de amigos, na casa de um vizinho, e que nós ou não vemos ou não queremos ver.
São histórias contadas por uma escritora sensível e inteligente que nos encaminha, com subtileza, pelas profundezas da alma humana.
Dizem que os papões já não existem, mas os papões ainda existem. O meu pai de dia é advogado e de noite é um papão. Quando estou a dormir e tenho medo que a porta se abra, agarro-me ao Teddy. O Teddy é o meu urso, há muito tempo que somos amigos.
Aconselho este livro a todas as mães, ou melhor, a todas as mulheres, ou melhor ainda, a toda a gente.
Comprem, leiam, deslumbrem-se… e desculpem a noite de insónias.
Seja como for, amanhã é um novo dia.
Para uma voz só, de Susanna Tamaro
Editorial Presença, 1997
Tradução de Maria Jorge Vilar de Figueiredo
157 págs.
De vez em quando também dou com livros em casa que nunca li...
ResponderEliminarTeresa, tem um bom fim de semana.
Beijo.