“Há quem confunda a alegria com a felicidade. A alegria não se parece com a felicidade, a não ser na medida em que um mar agitado se parece com um mar plácido. A água é a mesma, apenas isso. A alegria resulta de um entorpecimento do espírito, a felicidade de uma iluminação momentânea. O álcool pode levar-nos à alegria – ou um cigarro de liamba, ou um novo amor – porque nos obscurece temporariamente a inteligência. A alegria, pois, tende a ser burra. A felicidade é outra coisa. Não ri às gargalhadas. Não se anuncia com fogo-de-artifício. Não faz estremecer estádios. Raras são as vezes em que nos apercebemos da felicidade no instante em que somos felizes.”
JOSÉ EDUARDO AGUALUSA, escritor angolano (1960), in “Barroco Tropical”, Ed. Quetzal, 2018
(Foto da net.)
Bem colocadas e certeiras essas palavras dessa sutil diferença...beijos, chica
ResponderEliminarNão seria capaz de definir tão bem as duas coisas !
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ResponderEliminarSei que li alguns livros (poucos) de Agualusa e sei que gostei. Apenas, de momento, não me recordo dos títulos dos mesmos.
Discordo totalmente de que a alegria seja “um entorpecimento do espírito”. O álcool não leva a um estado de alegria, mas sim de euforia que não é a mesma coisa.
Também não concordo quando ele afirma que “raras são as vezes em que nos apercebemos da felicidade no instante em que somos felizes.” Não faz sentido, na minha opinião.
Felicidade, esse estado ilusório para alguns, é, para outros, um estado de bem estar, uma forma de viver uma boa vida, um contentamento profundo suficientemente duradoiro para que as pessoas se apercebam do que sentem.
Pessoalmente, inclino-me para momentos de grande contentamento, quiçá passageiros, que poderão dar lugar a um estado (mais duradoiro) de bem estar.
Concordo completamente! Felicidade é sempre muito discreta, leve, pois permanece dentro.
ResponderEliminarhttps://anabailuneenglish.blogspot.com/2019/09/outrunning-karma.html
Bom dia de paz, querida amiga Teresa!
ResponderEliminarCompreendo a mensagem muito bem, pois, no momento, não estou alegre, mas estou feliz... é bem mais profundo. Alegria perene com filho adoentado fica difícil, mas felicidade tem motivos nobres, está em nós... alegria é um estado de espíriot, assim vejo também.
Muito bom esse artigo. O mundo anda cheio de pessoas alegres, sorridentes, mas não felizes.
Os suicídios comprovam isso, perfeitamente e as depressões andam à solta pelo mundo, com pessoas super sorridentes e 'alegres'.
Temos que nos cuidar da feliz-idade a cada época de nossa vida.
Vou lhe conta um segredo, querida: eu choro... de felicidade...
Tenha dias felizes, amiga!
Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem
Não concordo nem um pouco com esta afirmação de Agualusa o que não significa que não goste de lê-lo. Penso, ao invés, que a alegria é mais genuína e possível que a felicidade. E não acho nada que seja um embotamento do espírito. E também é certo que sempre que me senti feliz estava alegre. E que um estado de alegria não fictícia ou conseguida à custa da ingestão de substâncias que dão ao sujeito a sua ilusão, esse estado de graça, digo eu, não só não embota o espírito como ajuda a olhar a vida de forma mais amável. Portanto, a alegria é um bem desejável.
ResponderEliminarBonita foto com um texto que nos deixa bem a pensar bjs
ResponderEliminarTeresa,
ResponderEliminarGostei do tema.
Maravilhosa matéria,
Se desejar passa no meu
novo espaço.
Bjins
CatiahoAlc.
felicidade e espalhafato.
ResponderEliminarComo eu entendo o Agualusa.
Beijinhos
"Raras são as vezes em que nos apercebemos da felicidade no instante em que somos felizes.” Como podemos discordar de José Eduardo Agualusa? No entanto, sem se confundir com felicidade, a alegria existe. Às vezes contida, às vezes discreta, mas sempre regozijando o coração…
ResponderEliminarUm grande beijo minha Amiga Teresa.
PARABÉNS POR ESSA DATA TÃO LINDA, QUERIDA AMIGA! HOJE É O DIA DO TEU ANIVERSÁRIO, BEIJO E TODO MEU CARINHO!
ResponderEliminarAgora vamos ao texto:
A alegria pede para termos, enquanto a felicidade pede para sermos. Mas nossa sociedade gosta de viver de aparências, curte os excessos. Somos seres vaidosos, adoramos umas purpurinas grudando no ego... E não é bem assim o que a vida ensina. Ela é feita de momentos, uma colcha de retalhos feita de alegrias, tristezas, frustrações, decepções, renúncias e muitos desencontros.
Volta logo, saudades!
Esperei para comentar hoje, dia 12!
Muitas vezes só descobrimos que éramos felizes, quando deixamos de o ser.
ResponderEliminarAbraço e bom fim-de-semana
É mesmo assim, há uma diferença técnica ou linguística no uso das palavras.
ResponderEliminarUm belo texto, uma melhor escolha, a imagem e a prosa acabam em "poesia".
Abraço
Olá, Sam!
EliminarBem-vindo ao meu Rol de Leituras.
Nos livros de Agualusa encontro muitas e belas pérolas.
Abraço.