Se eu pudesse trincar a terra toda
E sentir-lhe um paladar,
Seria mais feliz um momento…
Mas eu nem sempre quero ser feliz.
É preciso ser de vez em quando infeliz
Para se poder ser natural…
Nem tudo é dias de sol,
E a chuva, quando falta muito, pede-se
Por isso tomo a infelicidade com a felicidade
Naturalmente, como quem não estranha
Que haja montanhas e planícies
E que haja rochedos e erva…
O que é preciso é ser-se natural e calmo
Na felicidade ou na infelicidade,
Sentir como quem olha,
Pensar como quem anda,
E quando se vai morrer, lembrar-se de que o dia morre,
E que o poente é belo e é bela a noite que fica…
Assim é e assim seja…
Poema de Alberto Caeiro, heterónimo de Fernando Pessoa (1888-1935)
Sabia que (6):
“1908 - Começa a trabalhar nos escritórios de várias firmas comerciais como correspondente estrangeiro.
Escreve os primeiros fragmentos do Fausto.
1910 - Escreve poesia e prosa em português, inglês e francês.
1911 - Aceita traduzir para português uma Antologia de Autores Universais dirigida por um editor americano e destinada a ser publicada no Brasil.
1912 – Estreia literária como crítico.
1913 – Intensa actividade criadora, crítica e de polemista: colabora no semanário «Teatro» de Boavida Portugal e m «A Águia»; escreve Epithalamium, Hora Absurda, O Marinheiro. É também um período intenso de discussão e de tertúlia com os jovens artistas da sua geração.”
("Fernando Pessoa, uma fotobiografia", de Maria José de Lancastre).
Não sabia? Eu também não!
O que importa é que agora sabemos.
Prometo partilhar mais informações sobre a vida do poeta do desassossego.
(Foto da net)
Gostei da foto, do poe3ma e de mais saber sobre esse grande poeta! beijos, chica e lindo dia!
ResponderEliminarAinda bem que gostou, Chica!
EliminarBeijo e um fim-de-semana com céu muito azul.
Fernando Pessoa é incontornável.
ResponderEliminarUma excelente escolha poética.
Teresa, um bom fim de semana e um Natal muito Feliz.
Beijo.
Retribuo, meu amigo Jaime, os votos de Feliz Natal.
EliminarMuito obrigada!
Beijo e bom fim-de-semana.
Bom dia, Teresa!
ResponderEliminarTão grande escritor, e poeta português, tão grande que não cabia todo em apenas Fernando, foi preciso se multiplicar em heterônimos.
Feliz Natal e Boas Festas a você e sua família.
Abraços brasileiros.
É verdade mesmo! Fernando Pessoa é Grande!
EliminarSandra, agradeço e retribuo os votos de Boas Festas.
Ainda passarei pelo seu cantinho antes do Natal.
Beijo e bom fim-de-semana.
Vá...seja uma boa menina e partilhe. Partilhe lá que a gente gosta e sempre aprende. Por mim, tenho sérias dúvidas se alguma coisa fica, mas enfim, pelo menos enquanto leio, nesse momento exacto, aprendo. Se logo de seguida desaprender, paciência.
ResponderEliminarPessoa era uma mente formidável. Digo-o um prodígio. E não apenas pela poesia e mais seus heterónimos.
Bea, prometo continuar a partilhar. Até 1935 (ano da morte do poeta), ainda faltam uns aninhos...
EliminarBeijo e feliz fim-de-semana.
Olá Amiga Teresa: Gosto que me enrosco de poesias, gosto de Fernando Pessoa, gostei de sua postagem e de saber sobre ele.
ResponderEliminarEnfim gostei muito deste poema, que nos leva a entender que não se pode mudar a ordem natural da vida, ela é assim, e ponto final.
O importante para mim é aproveitar a felicidade sempre que ela dê as caras.
Beijinhos, Léah
Tem razão querida amiga Léah, temos de viver intensamente os momentos de felicidade desta nossa curta e única vida.
EliminarJá dizia Voltaire “O maior problema e o único que nos deve preocupar é vivermos felizes.”
Beijo e bom fim-de-semana.
Excelente partilha, belíssimo poema de Fernando Pessoa ainda não conhecia.
ResponderEliminarPenso que o importante é vivermos o presente como se talvez não houvesse amanhã, ou seja, aproveitarmos e apreciarmos ao máximo, cada bom momento que a vida nos vai oferecendo.
Bom fim de semana
Beijinhos
Maria
Divagar Sobre Tudo um Pouco
Maria, devemos apreciar intensamente cada momento da vida e só depende de nós transformar os maus em bons.
EliminarBeijo e bom fim-de-semana.
Fernando Pessoa tinha a obsessão com a doença... São escritos profundos, mas que revelam fases de grande depressão.
ResponderEliminarNão sabia não, Teresa, confesso, mas Pessoa foi tão plural, que tudo lhe assenta e nada estranho vindo dele.
ResponderEliminarJá conhecia este poema, que acho tão "ajuizado" -rs! A vida é mesmo assim, A noite sucede ao dia, ao inverno a Primavera e por aí adiante.
Assim foi, é e julgo que será.
FELIZ NATAL E BOM ANO NOVO!
Beijinhos e dias mto felizes, sempre!
Minha querida Teresa, o valor de um Fernando Pessoa é justamente porque seus poemas são, por vezes sofridos, verdadeiros e intensos, mas nunca piegas! Ele colocava no papel o que realmente somos. E a humanidade não muda, o que muda é a tecnologia, as ciências, a cultura de um povo, mas os sentimentos são iguais, por isso sempre atual. Sei que hoje posso estar triste, como amanhã feliz; sei que a vida é muito curta e não cabe nela todos nossos sonhos e, para sentirmos o que é felicidade, temos de saber o que é tristeza. É preciso esse parâmetro. A vida, é feita de caminhos tortuosos, de nossas experiências que se multiplicam e alcançam outras culturas, e esse poeta, alcança a todos. Tua escolha para essa data caiu como luva de pelica (a pelica é tão leve que contorna os dedos sem tolher nossos movimentos). Com isso quero dizer que esse poema cabe em qualquer espírito nessa data, estejam as pessoas tristes ou alegres.
ResponderEliminarBeijo, querida. Sabes o quanto te desejo Boas Festas!
Ainda bem que gostaste, Tais!
EliminarO encanto do poema está na sua simplicidade.
Como diz o poeta: «o que é preciso é ser-se natural e calmo».
Beijo e Boas Festa, querida amiga.
Ah, Teresa! Eis um poema que me invade constantemente o pensamento e digo-o e declamo-o sempre em encantamento. Um dia alguém me disse: Mas isso de trincar a terra toda não me parece algo de prático e, muito menos, mágico. Mas eu, não é assim que o entendo. É mais no sentido de envolver a terra toda, Planeta Terra, num abraço imenso e ser "cidadã do mundo", parafraseando outro dos Grandes Pensadores.
ResponderEliminarTem um bom fim de semana, minha amiga.
Beijinhos
Olinda
Pois eu, Olinda, não conhecia o poema. Descobri-o quando procurava versos do poeta para colocar no Rol.
EliminarClaro que logo após a primeira leitura fiz dele "amigo para sempre".
(Gostava de te ouvir declamá-lo!)
Beijo.
Minha querida Amiga Teresa, arranjaste uma imagem maravilhosa para ilustrar o poema do nosso Fernando Pessoa que tinha tanto de talento quanto de lucidez, de irónico e de provocador.
ResponderEliminar" O que é preciso é ser-se natural e calmo
Na felicidade ou na infelicidade,
Sentir como quem olha,
Pensar como quem anda,
E quando se vai morrer, lembrar-se de que o dia morre,
E que o poente é belo e é bela a noite que fica…
Assim é e assim seja…"
Quem mais poderia dizer assim?
Um grande beijo.
Graça, desta vez eu tinha a foto (vi na net, achei-a brutal, guardei) e procurei um poema. Não foi nada, nada fácil... mas lá apareceu este poema igualmente BRUTAL!
EliminarBeijo, querida amiga!
Um hipocondríaco que tinha tanto de perturbado quanto de genial.
ResponderEliminarBeijos, boa semana
Vertiginosamente genial!!!
EliminarO que importa é que nos deixou uma obra excepcional!
Beijo e boa semana.
Que os bons momentos sejam eternos. Feliz Natal!
ResponderEliminarAG
Muito obrigada, querido amigo.
EliminarFeliz Natal também para si e família.
Beijo.
Esse poema é maravilhoso. Aliás, Alberto Caeiro é dos meus preferidos. Gostei do que a Sandra escreveu, é verdade, ele era tão grande que não cabia todo só em Pessoa, teve que se multiplicar em heterônimos. Uma vez em uma entrevista a cantora Bethânia (que costuma recitar os poemas do Pessoa em seus shows) disse que admirava o Pessoa por causa da "multiplicidade de personalidades" dentro de uma só mente. Ele escrevia algo incrível através do Caeiro e também algo de sentido completamente oposto através do Álvaro de Campos, por exemplo. Espero que estejas bem, Teresa, que tenhas um ótimo final de semana e de ano, retribuo teu carinho e te desejo também um bom Natal, um abraço daqui do Brasil.
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