HORA DE NATAL
É a hora em que os mármores
no silêncio das criptas
de repente se abraçam
e se tornam de argila
É a hora em que as máscaras
se desfazem no íntimo
de quem se acostumara
a trazê-las consigo
já não mais necessitam
de manter-se crispadas
ante visões iníquas
É a hora em que as lágrimas
incendeiam os livros
que sem as suas asas
haviam sido escritos
É a hora em que as lápides
sucumbem ao delírio
de não lembrar massacres
nem celebrar suplícios
É a hora em que as pávidas
madrugadas se exilam
em que as noites e as tardes
são manhãs definidas
É a hora em que as pátrias
já não têm limites
É a hora em que as grades
de ser grades desistem
É a hora em que as almas
entre si comunicam
É a hora que falta
no relógio da vida
Poema de David Mourão-Ferreira, in "Obra poética 1948-1988", Ed. Presença, 1988
(Fotos da net.)
Que fotos maravilhosas. Lisboa a mais bela cidade da Europa!!! E o seu poeta distinto!
ResponderEliminarQuerida,
ResponderEliminarEssa é uma é´poca linda.
Encantada com sua postagem.
Amo vir aqui com calma e em paz
como estou nesse momento.
Bjins
CatiahoAlc.
Esqueci de convida-la para conhecer meu blog
Eliminarde frases, por isso voltei
https://frasesemreflexos.blogspot.com/
Lindo poema, muito bem trazido! Bjs chica
ResponderEliminarLindo este poema, lindas as iluminações nas cidades, muito mais lindos os corações dos homens nesta época do ano. Famalicão esta um encanto e por todo o lado se vê rostinhos felizes com os trenzinhos do pai natal, passeando-os pela cidade. Pena que todo este encanto passe , logo que as luzinhas se apaguem; como num passe de mágica, o coração dos homens se endurece, o sorriso se apaga dos rostinho das crianças e a triste realidade volta a trisre realidade volta à vida de todos nós. Para muitos, Teresa, o Natal é uma época muito triste, porque na mesa já começa a haver lugares vazios que nunca serão ocupados, mesmo que a familia tenha crescido; este ano a minha mesa vai estar incompleta, a ceia vai ser mais triste apesar da vida ter-me dado um presente maravilhoso. É assim...umas luzinhas se acendem, enquanto outras se apagam e temos de aceitar esse facto da melhor maneira possivel para que alguma alegria esteja presente nesse dia tão especial. Amiga, que o Natal de Lisboa te ajude a suportar as ausências, pois há quem precise muito da tua alegria. Vou fazer o mesmo, podes crer. Sei que a minha mãe vai ter quem a ajude a suportar a falta do companheiro de uma vida, pois o meu filho e netos vão passar o Natal com ela e eu, sabendo-a feliz fico muito contente com a atitude dele e da minha nora. Eu fico bem,com a familia do meu marido e curtindo o primeiro natal da Beatriz, Espero que tenhas as tuas pricesinhas contigo, pois o Natal sem as ccrianças não tem a mesma magia. Um abraço bem apertadinho e obrigada pela partilha deste belo poema que não conhecia. Boa noite, amiga!
ResponderEliminarEmilia
Querida Emília!
EliminarMais uma vez me emocionaste, amiga.
Recordar os Natais mágicos passados com TODA a família, sara saudades.
Fico feliz sabendo-te feliz junto da Beatriz.
Este ano aqui tudo será menos feliz: a minha filha estará muito longe, as minhas princezinhas, que este ano passariam aqui comigo o fim de ano, não virão devido a afazeres dos papás. Por isto tudo, a tristeza me tolhe e me faz recusar até convites para sair da minha casa.
Em 2019 tudo será melhor... se Deus assim quiser!
Beijo, querida amiga.
A tua postagem ficou esplêndida... quer visual, quer espiritualmente.
ResponderEliminarA iluminação do Terreiro do Paço costuma inspirar-me, mas desta vez, parti para o Vaticano.
Dias de paz e emoção num espírito de Natal bem vivido.
Abraço cordial, Teresa.
~~~
Entrou no meu coração o poema do David. "É a hora em que as lágrimas
ResponderEliminarincendeiam os livros"... Porque também choramos com saudades dos poetas…
Excelente, Lisboa, assim iluminada. Uma maravilha! É a hora de entramos dentro de nós para encontrarmos os outros…
Um grande beijo, Teresa minha Amiga.
Maravilhoso este poema. Não conhecia o autor e vi que morreu cedo, aos 40 anos... É escreveu tão bem sobre o silêncio e a libertação que a morte traz. Belas imagens Teresa!
ResponderEliminarO Natal, o meu dia favorito do ano inteiro. Espero por ele com mais ânsia que as crianças! Sou a primeira a fazer a árvore, em Outubro já começo a pensar nos presentes que vou fazer...sim, fazê-los! Compro alguns miminhos (nada muito dispendioso e sempre com muito cuidado para que espelhe exatamente a pessoa a quem pretendo dar um bocadinho de amor) mas gosto especialmente de dedicar tempo a fazer presentes... porque o Natal acho que é isso.. tempo... uma altura de pararmos para agradecer e dedicar tempo aos nossos... tempo à mesa, tempo na cozinha, tempo para vermos o circo, tempo para passearmos pela cidade a ver as luzes e a registar o momento para a posteridade... E que bonitas ficam as nossas cidades assim iluminadas! Não há nada que me deixe mais comovida que a luz do Natal, sobretudo a que emana das pessoas! Belas fotos e belo poema :)
ResponderEliminarBeijinhos,
Daniela
Poema gostoso de ler e pensar, e as fotos lindas, pena que quando conheci Lisboa era um tempo longe do Natal.
ResponderEliminarQuase chegando a data que mais amo durante o ano.
Por aqui em casa é sempre muito alegre, com a família e alguns amigos.
Desejo que seu natal seja pleno de paz, saúde e alegria.
Beijinhos querida amiga.
Léah
As decorações são muito bonitas.
ResponderEliminarPor aqui também.
Beijos, boa semana
O viajar natalino! É uma festa mágica, maravilhosa que nos reporta à infância, à família de origem, sempre. É um pedacinho de paraíso que ameniza as agruras da vida. Um descanso necessário para a alma e para os olhos.
ResponderEliminarBelíssimas fotos, amiga!
beijinho.