18 abril, 2017

Recordando... Florbela Espanca


PARA QUÊ?!
Tudo é vaidade neste mundo vão…
Tudo é tristeza, tudo é pó, é nada!
E mal desponta em nós a madrugada,
Vem logo a noite encher o coração!

Até o amor nos mente essa canção
Que o nosso peito ri à gargalhada,
Flor que é nascida e logo desfolhada,
Pétalas que se pisam pelo chão!...

Beijos de amor! Pra quê?!... Tristes vaidades!
Sonhos que logo são realidades,
Que nos deixam a alma como morta!

Só neles acredita quem é louca!
Beijos de amor que vão de boca em boca,
Como pobres que vão de porta em porta!...

“A minha dor é um convento”, Florbela Espanca (1894-1930)

3 comentários:

  1. Um dos poemas mais lindos! É triste, é dor, é lamento, é desconfiança.
    Que bom que voltou a postar...
    Beijo, querida.

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  2. Eis a poetisa excelente
    Que se ombreia como igual
    Aos grandes de Portugal
    Qual Bocage e de repente

    A Camões, porque se sente
    Ser ela de universal
    Talento e tão genial
    Que morreu precocemente.

    Florbela foi grande e creio
    Ser poetisa que veio
    Para se ombrear a qualquer

    Poeta desse seu meio
    Que ante ao maior não faz feio,
    O seu esplendor de mulher.

    Lindíssimo soneto. Amo Florbela. Parabéns. Laerte.

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  3. É sempre bom encontrar um soneto da Florbela Espanca. Obrigada por partilhar.
    Uma boa semana.
    Um beijo.

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