"Quando um homem se queixa, alguma coisa lhe dói. Queixemo-nos pois desta ferocidade sem nome, e é pena que o não tenha, Que vai ser de nós hoje, só com este dinheiro, e as semanas tão atrasadas, o merceeiro não fia, de cada vez que lá vou, ameaça que nos levanta o crédito, nem um tostão mais, Mulher, vai lá experimentar, isso são palavras da boca para fora, o homem não tem nenhuma pedra no lugar do coração, Eu sozinha não vou, que já não tenho cara de entrar aquela porta, só se tu fores comigo, Então vamos os dois, mas um homem não é muito para essas coisas, o seu dever é ganhá-lo, fazê-lo render é com a mulher, além de que as mulheres estão habituadas, protestam, juram, regateiam, fazem choradeira, capazes até de se atirarem para o chão, ai um copo de água que a pobrezinha teve um ataque, e um homem vai, mas vai a tremer, porque devia ganhar e não ganha, porque devida governar a família e não governa, Senhor padre Agamedes, como posso eu cumprir o que prometi quando casei, diga-me lá.
… parece Senhor padre Agamedes, que Deus e a virgem desviaram os seus benignos olhos da terra portuguesa, olhai como andam descontentes as almas, e inquietas, decerto o maligno se apoderou dos mansos corações dos lusitanos, talvez não tenhamos rezado bastante rosário e terço, bem nos avisaram os pastorinhos…"
(Foto tirada da net)
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