… o planeta é feminino e apenas por ser assim se mantém em ordem.
Esta é a história de Halla, uma menina diferente, que cresceu demasiado depressa, e transporta dentro dela toda a dor do mundo.
Uma história assombrosa, dura e perturbadora, sobre o amor, a família, o sofrimento, a solidão, a morte. Uma história também sobre livros – as pessoas que não leem apagam-se do mapa de deus, sobre poesia, sobre a cultura islandesa.
Halla vive numa aldeia nos fiordes islandeses, um lugar desumanizado, onde se queimam páginas arrancadas a livros para sobreviver ao frio.
Aos onze anos, apareceram-lhe as flores de sangue e passou a ser mulher.
Aos doze anos, tudo em seu redor se dividiu por metade, com a morte de Sigridur, a irmã gémea.
Halldora, a menos morta, tem de lidar com tamanha dor e, ainda, com a doença da mãe, que antes tocava piano e agora despedaça animais e corta os braços com lâminas por não ter sabido salvar uma filha, e com a tristeza do pai, pescador, pensador e fantasioso, que escreve poemas para descobrir aquilo que não sabe.
É deitada sobre a campa da irmã que encontra conforto. É nos braços de Einar, o tolo da aldeia, que encontra carinho.
Halla fica grávida sem maldade, numa idade criminosa para a maternidade, mas.. um dia cai da cama, a barriga “estala” e o filho morto é atirado para a boca de deus.
Halla fica grávida sem maldade, numa idade criminosa para a maternidade, mas.. um dia cai da cama, a barriga “estala” e o filho morto é atirado para a boca de deus.
Aos treze anos, sai de casa dos pais e vai viver com Einar para a igreja da aldeia. Ele, tolo e apaixonado, diz que juntos encontrarão a felicidade. Ela, sente apenas compaixão e tristeza. Aprenderá a amá-lo.
Esta é a primeira parte da história. Propositadamente não “falei” de outras personagens da trama.
Propositadamente, também, não vou “falar” sobre a segunda parte da história. Há por lá segredos, e segredos não são para desvendar.
Estive para abandonar a leitura deste romance, logo nas primeiras páginas. Disso dei conta no meu rol.
Ainda bem que não o fiz, pois acabei por gostar de ouvir a voz desta menina, parecida com uma mulher, que “encontrei” nos fiordes islandeses, para onde me levou VHM e o seu grande amor pela Islândia.
Quando for grande, quero ser de outra maneira. Quero ser longe.
Maravilha!
A desumanização, de Valter Hugo Mãe
Porto Editora, 2013
238 págs.
Gostei muito de ler esta tua opinião, Teresa! Espelha bem este último livro de VHM, que tem tanto de amor, como de dor.
ResponderEliminarBoas leituras para o fim de semana!
Acabei por gostar muito deste romance.
EliminarRecomendo vivamente, a quem gosta de poesia. Estranho?!
Bjs.
Bom, pela breve (e propositadamente incompleta) sinopse suponho que deixo este livro para outras núpcias: parece-me pesado demais, à partida. De momento não estou com apetência para livros desses... ;)
ResponderEliminarBeijinhos!
Teté,
EliminarAcredito que não estejas com apetência para histórias pesadas mas, em minha opinião, não é o caso. Esta é uma belíssima história de amor. Diferente... mas belíssima.
Fica bem. Bjs.
estou a ler o livro e revejo-me bastante na tua análise, Teresa. Mesmo assim esperava um pouco mais de VHM...
ResponderEliminarOlá Manuel,
EliminarEu não consigo dizer se esperava mais de VHM.
Consigo é dizer que vou ler a tua opinião e me vou encantar, como sempre.
Bjs.