“Beijámo-nos como dois adultos que muito bem sabem o que é o beijo. Beijámo-nos sabendo cada qual como dispor os lábios confortavelmente, como preparar o primeiro encontro das línguas, como dominar a respiração. E ambos soubemos em que preciso momento do beijo eu deveria inclinar-me sobre ela e ela deixar-se dobrar por mim, até nos encontrarmos semideitados no divã, de posse da nova intimidade que era a dos corpos apertando-se um contra o outro, enquanto as bocas prosseguiam o seu trabalho de provocação longínqua dos sexos já estimulados. O mais difícil é aquele em que as bocas se separam: a mínima palavra pode aí ser excessiva.”
Boa memória
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