19 abril, 2013

"A incrível e triste história da cândida Eréndira e da sua avó desalmada" - Gabriel García Márquez

Voltei aos contos.
Voltei à escrita encantatória de Gabriel García Márquez.
Este pequeno livrinho é composto por sete contos.
Sete contos de um realismo mágico, escritos por um escritor extraordinário, que utiliza a prosa como pura poesia.
Sete histórias sobre o quotidiano de personagens inesquecíveis, alguns já nossos conhecidos de outras obras do autor.
Apenas um conto é anterior à fase de plena maturidade de GGM, alcançada com “Cem anos de solidão”, a história mágica que publicou em 1967 e que deslumbrou milhões de leitores por todo o mundo.
Eis os sete
. Um senhor muito velho com umas asas enormes (1968)
A história do anjo cativo, procurado pelos doentes mais infelizes das Caraíbas: uma pobre mulher que desde menina contava os baques do coração e já não lhe chegavam os números, um jamaicano que não podia dormir atormentado pelo ruído das estrelas, um sonâmbulo que se levantava de noite para desfazer adormecido as coisas que fizera acordado…
. O mar do tempo perdido (1961)
. O afogado mais bonito do mundo (1968)
. Morte constante para além do amor (1970)
Faltavam – lhe seis meses e onze dias para morrer quando o senhor Onésimo Sánchez encontrou a mulher da sua vida…Fora os médicos, ninguém sabia que estava condenado a prazo fixo, pois tinha decidido padecer a sós o seu segredo, sem qualquer mudança de vida, e não por soberba, mas por pudor.
. A última viagem do navio fantasma (1968)
Agora vão ver quem sou, disse para si mesmo, com o seu novo vozeirão de homem.
Começa assim esta história, contada em sete páginas, num único parágrafo.Ufa!
. Blacamán o bom, vendedor de milagres (1968)
. A incrível e triste história da cândida Eréndira e da sua avó desalmada (1972)
Eréndira tem catorze anos e vive com a avó. Uma noite, cansada do trabalho árduo do dia, recolhe ao seu quarto, poisa o candelabro na mesinha de cabeceira, adormece rapidamente e… ao amanhecer, gotas de chuva grossa apagavam as últimas brasas do incêndio que destruiu a casa da avó.
Minha pobre filha… a vida não te vai chegar para me pagares este percalço.
Começou a pagá-lo nesse mesmo dia… quando a avó a "ofereceu" ao tendeiro da aldeia, um viúvo esquálido…
E, quando na aldeia já todos os homens tinham pago pelo amor de Eréndira, avó e neta partem para terras distantes.
Tinham decorrido seis meses desde o incêndio quando a avó conseguiu ter uma visão completa do negócio.
- Se as coisas continuarem assim – disse ela a Eréndira -, pagas-me a dívida dentro de oito anos, sete meses e onze dias.
Tudo muda quando aparece Ulisses, filho de um contrabandista de laranjas. Sim, laranjas perfumadas e... pesadas. Mudará?
Como acaba esta história de amor, perversão, inocência e maldade?
Eu sei...
 
A incrível e triste história da cândida Eréndira e da sua avó desalmada, de Gabriel García Márquez
Quetzal Editores, 1992
Tradução de Pedro Tamen
135 págs.

5 comentários:

  1. Li na 1ºed da Dom Quixote, 2010. Gosto muito de García Márquez.

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  2. Ora também eu. Preparo-me para reler "Ninguém escreve ao coronel", uma história pequenina publicada em 1961.

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  3. Acabei de ler este há menos de uma semana, e nas semanas anteriores li os Cem anos de Solidão e O Amor nos tempos de Cólera. Já lera há um bom par de anos o "Memórias das minhas putas tristes" e tinha ficado pouco impressionada. Mas agora, rendida, em definitivo rendida!

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    1. Olá Maria João,
      Acabei de reler "Ninguém escreve ao coronel". São 103 páginas de pura magia. Lindo, lindo.
      Bjs.

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