30 setembro, 2014

"O Progresso do amor" - Alice Munro

Mesmo que vivamos atormentados por problemas, que sejamos doentes e pobres e feios, temos uma alma para carregar vida fora como um tesouro numa salva. (O progresso do amor)
Pois é, voltei aos magníficos contos de Alice Munro.
Como são tantos os livros dela nas livrarias, escolhi aleatoriamente “O progresso do amor” para uma segunda deambulação pela obra da contista.
Arrebataram-me os contos desta colectânea (1986) sobre o AMOR (a natureza e os tormentos do amor), as relações familiares, a perda, a dor, o desespero, as escolhas, as memórias.
Li os onze e queria mais. Não cansa ler Alice Munro. Os seus textos são encantatórios. Tal deve-se à mestria da escrita, à sensibilidade no desnudar da natureza humana, à capacidade de conceber histórias críveis e de “montar” personagens com sentimentos. O resultado é impressionante e arrepiante.
Dos onze excelentes contos destaco dois:
- Líquen
A história começa com a chegada de David e a sua namorada Catherine (uma mulher alta e frágil, ossuda, com cabelo louro e pele delicada), à casa de Stella, uma casa onde as conversas tendem a espalhar-se… nenhuma das divisórias interiores vai até ao tecto... excepto as da casa de banho… isso favorece muito a vida familiar.
Mas Stella, (uma mulher baixa, gorda e de cabelos brancos… pele macia e bronzeada, um corte de cabelo acriançado, os olhos castanhos e grandes…. escreve para o jornal local… faz parte dum grupo de leitura teatral, de um coro da igreja, do clube de produtores de vinhos e de um grupo informal cujos membros se recebem mutuamente uma vez por mês em jantares de convívio), vive sózinha, na casa de férias construída pelo pai, junto ao lago Huron.
David e Stella foram casados vinte e um anos. Estão separados há oito. Continuam a falar de amor e a partilhar segredos.
E mais não conto…
- Miles, City, Montana
O meu pai atravessou o amplo carregando nos braços o cadáver do rapaz que se tinha afogado… O rapaz chamava-se Steve Gauley. Tinha oito anos… Levar tais notícias, tais provas, a uma família à espera, sobretudo uma mãe, bastaria para justificar o andar pesado dos membros da equipa de busca, mas naquele caso a situação ainda era pior… era o facto de não haver mãe nenhuma, mulher nenhuma – nem avó, nem tia, nem irmãs – para receber Gauley e o chorar como devia.
Bem... arrepia, ou não?
Já ando eufórica a pensar no que encontrarei no livro seguinte. Qual será? Depois se verá.
Um pingo de ódio na tua alma é o suficiente para descolorir tudo, como um pingo de tinta preta no leite. (O progresso do amor)
Leiam Alice Munro.

O progresso do amor, de Alice Munro – Prémio Nobel de Literatura, 2013
Tradução de José Miguel Silva
Ed. Relógio d’Água, 2013
305 págs.

Fartança de gralhas n' “O Progresso do amor”, de Alice Munro

- Uma vez quis pregar um susto ao papá. Parece que ela (ele) andava interessado numa rapariga que… (pág. 28)

- Collin estava a ajudar Glenna na limpeza… estava exausta, depois de ter organizado um jantar mais complexo… que ninguém senão ela saberia apreciar. Não, estava enganada. Ele apreciaria… David (Collin) apreciava… (pág. 84)

- A princípio, com as luzes e o todo o alarido… (pág. 85)

- Enquanto observava os meus pais à distância e experimentava aquele (aquela) nova e desagradável sensação… (pág. 107)

- O que acontecia é que Robert dava crédito a cada uma das essas (dessas) hipóteses… (pág. 123)

- Foi a primeira -- (vez) que eu ouvi alguém usar a palavra... (pág. 172)

Há mais. Lamentavelmente!

26 setembro, 2014

Há que divulgar...

Apesar do ainda estar longe o lançamento do novo romance de Ana Gil Campos - 24 de Outubro – fica já aqui a capa e a sinopse:

“Sara, uma mulher determinada e ambiciosa, no pico da sua carreira como arquitecta sente um grande vazio interior, uma frustração que a consome apesar de ter uma vida aparentemente perfeita. Assim, desloca-se perturbada a Vieira do Minho, a sua terra natal no norte de Portugal, para procurar ajuda da única pessoa que a pode ajudar, a sua alma gémea. A Sara quer desaparecer da sua vida sem que ninguém perceba! De regresso a Lisboa, vê-se nos meandros da maçonaria feminina onde ser apercebe, em pânico, estar envolvida num caso de corrupção com uma ministra do governo português. O seu casamento também se encontra em crise pois vive de aparências. O casal vive como dois estranhos dentro de casa, completamente desligados um do outro, onde a tensão é constante. O Pedro, o seu marido que também é arquitecto, aceita o compromisso de trabalhar em São Paulo e faz-lhe um ultimato: ou vai viver com ele para o Brasil ou o casamento está definitivamente terminado. Desesperada e sem saber o que fazer relativamente à maçonaria, ao seu envolvimento no caso de corrupção e ao próprio casamento, resolve fugir para Barcelona, onde se refugia na casa do seu amigo Barden, alto membro da maçonaria espanhola. Durante estas semanas em Barcelona vai descobrir o verdadeiro segredo maçónico e tomar as decisões mais importantes e determinantes da sua vida.“

Gosto do enredo. Vou ficar de olho.
Muito sucesso, Ana Gil Campos.

23 setembro, 2014

"A verdade sobre o caso Harry Quebert" - Joël Dicker

- Gostaria de o ensinar a escrever, Marcus, não para que saiba escrever, mas para vir a ser escritor. Porque escrever livros não vale nada: toda a gente sabe escrever, mas nem todos são escritores.
- E como sabemos que somos escritores, Harry?
- Ninguém sabe se é escritor. São os outros que lho dizem.
Aurora- New Hampshire - 30 de Agosto de 1975 (noite)
Na pequena e pacata cidade à beira-mar, junto à fronteira com Massachusetts, Deborah Cooper, ao olhar pela janela da cozinha, vê uma jovem a ser perseguida por um homem na floresta. Avisa imediatamente a polícia. Deborah é assassinada minutos depois do telefonema.
Nessa mesma noite, Nola Kellergan, uma jovem de quinze anos, desaparece misteriosamente da cidade. Não é encontrada. As investigações policiais não conduzem a nada. O processo é arquivado.
Nova Iorque – início de 2008
Marcus Goldman tinha vinte e oito anos de idade quando publicou o seu primeiro romance. O sucesso foi imediato e retumbante. Vendeu dois milhões de exemplares e assinou com a editora um contrato para o lançamento de cinco livros.
Um ano depois, Marcus, a nova coqueluche das letras americanas, não tinha ainda escrita uma única linha do segundo romance. A inspiração desaparecera.
Em 2008, o seu agente passou da advertência à pressão: Está a fazer-nos perder dinheiro! Apresente uma boa obra, escreva um bom livro e salve a sua honra. Dou-lhe seis meses…
Marcus Goldman liga, então, para a única pessoa que o pode ajudar a vencer o abismo da página em branco – Harry Quebert, o seu antigo professor na universidade, o Mestre, o grande amigo, o escritor de sucesso. 
Uma semana mais tarde Marcus chega a casa de Harry, em Aurora, casa que já conhecia bem, de estadias anteriores.
- Por vezes os escritores têm falhas, faz parte dos ossos do ofício… Lance- se ao trabalho, verá que isso se desbloqueará sozinho… vou ajudá-lo a reencontrar a inspiração… Que pensava, Marcus? Que ia escrever um segundo romance como quem põe um ovo? Uma carreira constrói-se, meu caro.
Um dia, sozinho em casa, Marcus descobre numa caixa de madeira, recortes de jornal sobre o desaparecimento de Nola Kellergan, em 1975, e uma série de fotografias de Harry com a jovem.
- Quem é Nola?
- Não me pergunte quem é Nola… amei-a, Marcus, amei-a muito… foi a mulher da minha vida.
Aurora – New Hampshire- 12 de Junho de 2008 (manhã bem cedo)
Nos arredores de Aurora, no jardim duma propriedade em Goose Cove, com vista para o mar e acesso directo à praia, a empresa de jardinagem contratada para plantar hortênsias num canteiro junto à casa construída em pedra e madeira, ao revolver a terra, encontra ossadas humanas a um metro de profundidade. Chama a polícia.
A casa é de Harry Quebert, sessenta e sete anos, um homem só, sem família, professor universitário, escritor de sucesso, autor do premiadíssimo romance “As Origens do Mal”, publicado em 1976.
Os restos mortais enterrados no seu quintal são de Nola Kellergan, a adolescente desaparecida há trinta e três anos. Enterrado junto dela os investigadores encontram o manuscrito do livro "As Origens do Mal" - a história de um homem e de uma mulher que se amavam sem na verdade, terem o direito de se amar.

Em Nova Iorque Marcus Goldman fica a saber, ao mesmo tempo que toda a América, que o professor Harry Quebert é suspeito da morte de Deborah Cooper e do rapto e assassínio de Nola Kellergan. Estupefacto, pega no livro “As Origens do Mal” e lê uma vez mais, a dedicatória do Mestre:
Para Marcus, o meu mais brilhante aluno.
Com toda a amizade
H.L. Quebert, Maio de 1999
Que mal seria esse? O amor entre um homem adulto e uma adolescente?
Convencido da inocência de Harry, Marcus volta a Aurora para investigar os acontecimentos ocorridos no verão de 1975, que conduziram ao desaparecimento e assassinato da jovem Nola e... escrever o seu segundo romance “A verdade sobre o caso Harry Quebert”, um relato minucioso do caso, tendo por base a sua própria investigação.
- O primeiro capítulo Marcus, é essencial. Se os leitores não gostarem, não lerão o resto do livro. Como tenciona começar o seu?
- Não sei Harry. Pensa que algum dia conseguirei?
- Conseguirá o quê?
- Escrever um livro.
- Tenho a certeza.
Bem, bem, o livro foi escrito, eu li-o (sem saltar nenhuma das quase setecentas páginas) e fiquei a saber - quem matou Nola Kellergan. Mas não foi uma leitura fácil, não. A história, bem escrita, não me empolgou. Só não desisti de querer saber o nome do assassino, porque encontrei o entusiasmo necessário para continuar a virar as páginas, nos conselhos do Mestre ao jovem escritor Marcus, sobre escritores, livros e amor. Fabulosos!
- Alimente o amor, Marcus. Faça dele a sua mais bela conquista, a sua única ambição. Atrás dos homens, outros homens virão. Atrás dos livros, outros livros. Atrás da glória, outras glórias. Atrás do dinheiro, mais dinheiro. Mas atrás do amor, Marcus, atrás do amor, só lágrimas salgadas.
Enfim!

A verdade sobre o caso Harry Quebert, de Joël Dicker
Tradução de Isabel St. Aubyn
Ed. Alfaguara, 2013
684 págs.

12 setembro, 2014

"A Irmã" - Sándor Márai

O que sabemos sobre a vida? Nada que seja real.
Este romance de Sándor Márai – o último que escreveu antes do exílio - divide-se em duas partes.
Na primeira parte, um escritor (narrador do romance) relata a sua estadia numa albergaria isolada nas montanhas da Transilvânia, e o reencontro com Z., o famoso Z., o célebre e laureado pianista e compositor húngaro que uma doença rara afastou dos palcos.
O mau tempo de meados de Dezembro, com avalanches de neve, uma chuva misturada com granizo e muito nevoeiro, “aprisionava” na albergaria os poucos hóspedes, apenas sete, o dono e a mulher, duas criadas e um pastor, que no inverno ajudava como criado.
Os hóspedes esperavam e desesperavam, naquele castigo forçado. Passavam o dia na sala escura e húmida a fumar, conversar, jogar às cartas, ouvir no rádio de pilhas as notícias sobre a guerra, as cidades destruídas, os milhares de mortos.
… já não havia paciência e a boa vontade também parecia esgotar-se.
Aquele isolamento, terminará no dia de Natal, o terceiro desde que começara a Segunda Guerra, depois de um casal de amantes, de meia-idade, ambos casados, com filhos, cumprir, no melhor quarto da albergaria, o triste desejo de arrumar a desordem da vida. São encontrados deitados na cama, lado a lado, serenos, ele morto, ela ainda consciente. Não resistirá.
Dias depois, já no exterior da albergaria, o escritor cruza-se com Z.. Falam sobre a estranha doença, diagnosticada no início da guerra, que o afastou dos palcos: Nunca mais vou dar consertos… Simplesmente, não posso voltar a tocar. Nunca mais.
Passados alguns meses, o escritor lê num jornal a notícia do falecimento de Z., na Suíça. Três semanas depois, recebe um envelope com o espólio de Z.. Dentro está o relato detalhado e comovente da dolorosa doença que o impediu de voltar a tocar, do longo internamento no hospital de Florença, e da sua relação com E., uma mulher casada que ambos conhecem.
A reprodução integral do manuscrito, onde Z. reflecte sobre as questões da vida e da morte, sobre as grandes emoções que movem o homem, como a fé, o amor e a paixão, é a segunda parte deste romance.
No auge da sua carreira de pianista e compositor, Z. é convidado pelo governo italiano para visitar e tocar em Florença. O convite é feito através do embaixador do país, um homem estranho que ele conhecia da casa de E, uma das casas do círculo fechado e hermético da “alta sociedade”, que ambos frequentavam. Há bastantes anos que Z. mantinha uma estranha relação com E. e o marido. Muitos viam ali um triângulo amoroso – um artista célebre, uma mulher formosa e culta e um marido diplomata, já um pouco velho. Pensaria o mesmo o embaixador e daí o convite e o encorajamento a viajar e a dar concertos?
Z. aceita o convite - depois de se aconselhar com E. e o marido - e parte.
A guerra está longe. Os jornais noticiam a queda de Varsóvia. O comboio aproxima-se da fronteira italiana e Z. é acordado às quatro horas da manhã. Senta-se no beliche. Sente uma tristeza profunda.
Já em Florença, onde é recebido com honras de convidado do estado, sozinho no quarto do hotel, como se estivesse definitivamente só no universo, continua sem perceber o que lhe aconteceu no comboio.
À noite, no concerto, não sabia se tocava bem ou não… estava no palco pela última vez, como quem morre e volta a nascer…
No final da actuação diz sentir dores atrozes. É levado ao hospital.
- Qual é a minha doença? - Vou ficar paralisado?
- A doença que tem não é nada comum mas, de certeza, um dia ficará curado…esta doença é uma prova de paciência.
Seguem-se três meses de internamento, e de contacto diário com profissionais conhecedores da sua estranha enfermidade: o médico (o professor), o médico assistente e quatro irmãs-enfermeiras.
Com o médico Z. terá intensos e interessantes diálogos:
- O senhor ... teve durante quarenta anos, uma relação extremamente íntima com a música. Nem os deuses conseguiriam aguentar isso.
- Mas o que me sugere para substituir a música?
- Vire-se para a vida…
Certa noite, no torpor de mais uma injecção de morfina, Z. escuta, ao lado da cama, uma voz feminina sussurar: “Não quero que morra”.
- Porque é que não quer que morra?
Seguiu-se um silêncio longo… um silêncio que o ajudou a entender o passado e a repensar o futuro, já que finalmente percebeu que não era completamente inocente em relação à doença….
Mattutina, Cherubina, Charissima, Dolorissa,  as ajudantes silenciosas, os anjos celestes, uma delas é a Irmã do título deste romance.
Descubra qual é e “perca-se” numa história extraordinária sobre o mistério da vida.
A vida é um veneno, quando apenas serve para a vaidade, a ambição e a inveja…
Fabuloso!

A irmã” – Sándor Márai
Tradução de Piroska Felkai
Ed. D. Quixote, 2013
213 págs.

05 setembro, 2014

"Felizes os felizes" - Yasmina Reza

“Felizes os amados e os amantes e os que podem prescindir do amor.
Felizes os felizes.”
(Jorge Luis Borges)
Um casal é a coisa mais impenetrável do mundo. Não conseguimos compreender um casal, nem mesmo quando fazemos parte dele.
Quem o diz é Jean Erhenfried, um dos dezoito personagens-narradores deste romance, ou melhor, deste rendilhado de momentos íntimos, estranhos, angustiantes e hilariantes, da vida a dois.
São vinte e um capítulos. São vinte e uma histórias fascinantes, sobre o amor, a amizade, a tristeza, a dor, a mentira, a hipocrisia e a fragilidade das relações humanas. Histórias que mostram que os sentimentos são mutáveis e mortais. Como todas as coisas na Terra.
De início tomei-as por histórias independentes, mas logo percebi que as personagens “saltitavam” de história em história, como familiares, amigos, colegas, amantes, ou  apenas conhecidos dos outros narradores.
O painel de personagens-narradores, que tudo contam sobre si mesmos, é brilhante - "... elas são atormentadas, cheias de raiva, histéricas, coladas a um quotidiano que já não controlam; eles, obcecados por um futuro que não conseguem imaginar, um futuro de desejos gorados, doenças e crises… “.
Interessante é irmos percebendo que o retrato que cada um "pinta" de si mesmo, vai sendo retocado pela visão dos outros. Para melhor ou para pior, nada escapa.
Odile Toscano, convive mal com os silêncios de Robert , o marido.
Devia um dia estudar-se este silêncio noturno, típico das viagens de carro nos regressos a casa, após se ter exibido a felicidade à frente do público, um misto de arregimentação e de mentira autoinfligida.
- Philip Chemla, o médico homossexual que pergunta aos jovens amantes: esbofeteias-me?
O que realmente desejo não pode ser enunciado. Ser esbofeteado, oferecer a face aos golpes, pôr à disposição os meus lábios, os meus dentes, os meus olhos, e depois subitamente ser acariciado quando não estou à espera, e de novo esbofeteado a bom ritmo...
- Ernest Blot, o idoso hesitante sobre o lugar onde deverão deitar as suas cinzas.
… gostaria de me fundir numa corrente…. Ou então no mar. Mas o mar é demasiado grande (e tenho medo dos tubarões). Digo a Jeannette, queria que tu lançasses as minhas cinzas num curso de água mas ainda não escolhi qual… Não posso ter uma conversa séria com a minha mulher... no interior de um casamento onde tudo vira tribunal.
- Jeannette Blot, a complicada mulher de Ernest Blot.
Ernest Blot, o meu marido, é parecido com aquelas sombras da noite. Pérfido, mentiroso, desprovido de piedade. Eu própria devo ser retorcida para ter querido ser amada por aquele homem... Deixei passar quarenta anos. Vivemos na ilusão da repetição, como o dia que se levanta e se deita.
É sério, divertido, diferente e delicioso este romance de Yasmina Reza. E muitíssimo bem escrito.
Aconselho vivamente!

Para ou Pára?
Abomino o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.
"- Nada me enerva mais do que estes atritos súbitos em que tudo para, e que tudo petrifica.
- … quando ela para a meio dos condimentos com um ar apalermado de ofendida e infeliz.
- O carro empina, bate e raspa na barreira branca. Depois para.
- Marguerite para defronte de uma casa baixa com janelas emolduradas por tijolos vermelhos."
Que confusão!

Felizes os felizes, de Yasmina Reza
Tradução de Ana Cristina Leonardo
Ed. Quetzal, 2014
144 págs.

02 setembro, 2014

1º - Está num livro de José Saramago. Sabe qual é?


"Levantou-se Blimunda do mocho onde estava sentada, ergueu a tampa da arca e lá de dentro tirou o frasco de vidro, quantas vontades ali haveria, talvez umas cem, quase nada para as necessidades, e mesmo assim fora uma longa e custosa caçada, muito jejum, às vezes perdida num labirinto, onde está a vontade que a não vejo, só vísceras e ossos, a rede agónica dos nervos, o mar de sangue, a comida pastosa no estômago, o excremento final, Irás, perguntou o padre, Irei, responde ela, Mas não sozinha, disse Baltazar."

O nome destas duas personagens é uma grande ajuda, logo, decidi elevar o grau de dificuldade com outra pergunta:
Como se chama o padre?
Se não identifica o livro, depois eu direi qual é.
Se já leu, é fácil chegar lá. Vire as páginas. Releia. Deslumbre-se.
Se acertar, ganhará... um enorme aplauso!

01 setembro, 2014

Volto ao meu "rol de leituras" com a resposta do 12º Primeiro parágrafo

Fácil, fácil, fácil!
Claro que é de "Equador", o magnífico primeiro romance de Miguel Sousa Tavares.
Foi publicado pela Ed. Oficina do Livro, em 2003.
Eu li-o numa semana, em Ibiza, há uns anitos atrás. É viciante.
Se você ainda não o leu... não sabe o que perde. A sério!
Vou voltar a este romance. Um dia destes.
Ao meu "rol de leituras" voltarei já amanhã, com um desafio relacionado com a obra do nosso Nobel.

Que saudades eu já tinha deste cantinho...
Um ENORME abraço (feito de livros, muitos livros) a todos os que passaram por aqui no mês de Agosto.