10 dezembro, 2013

"Olhos de cão azul" - Gabriel García Márquez

Sonho sempre com um homem que me diz: olhos de cão azul… preciso de encontrar o homem que em sonhos me diz isso mesmo.
Eu não sonhei com estes contos, mas gostava de encontrar quem os escreveu. Oh! Se gostava.
Como seria estar ao lado de um dos meus escritores preferidos? Um enorme prazer... e um susto!
Um susto, mas um grande susto mesmo,  senti ao ler estas onze histórias mórbidas, melancólicas, pessimistas, amargas. Ou não fosse a MORTE o tema central de todas elas.
Tudo o que me assusta e entristece está nestas  histórias, escritas entre 1947-1945. (“Cem anos de solidão” foi publicado em 1967), críveis pela escrita mágica de GGM.
Eu acreditei logo na primeira, sobre um rapaz que passou a infância morto - “A terceira resignação” (1947)  
- Minha senhora, o seu filho tem uma doença grave: está morto.
… a mãe mandou-lhe fazer um caixão pequeno, de madeira nova; um caixão de criança, mas o médico mandou que lhe fizessem uma caixa maior, uma caixa para um adulto normal, pois aquela, pequena, poderia atrofiar o crescimento e viria a ser um morto disforme ou um vivo anormal.
… a mãe mandou fazer um caixão grande, para um cadáver adulto… depressa começou a crescer dentro da caixa.
Acreditei mesmo?!
Que importância tem... os meus olhos são castanhos… e leais (a GGM).
Olhos de cão azul, de Gabriel García Márquez
Ed. Quetzal, 1993
Tradução de Maria da Piedade Ferreira
158 págs.Oh! Se gostava.

2 comentários:

  1. Há pássaros que voam com os pés no chão

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  2. ... e há pássaros que voam mesmo depois de perderem as asas...
    Bjs.

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