04 junho, 2013

Desafio nº 18 – Este romance é um cântico de esperança na luta pela justiça social. A heroína é uma velha mulher do povo. Quem o escreveu?

Diariamente, entre o fumo e o cheiro de óleo do bairro operário, situado no arrabalde, a sereia da fábrica apitava e vibrava. Das casas escuras saíam à pressa, como baratas assustadas, pessoas tristes, de músculos ainda entorpecidos. Ao ar frio da manhã, caminhavam pelas ruas mal pavimentadas para a alta gaiola de pedra que, serena e indiferente, as esperava com os seus numerosos olhos quadrados e viscosos. A lama estalava sob os seus passos. Exclamações roucas de vozes sonolentas vinham ao seu encontro, injúrias e pragas rasgavam o ar. Ouviam-se agora outros sons: o ruído surdo das máquinas, o grunhido do vapor. Escuras e rebarbativas, as altas chaminés negras perfilavam-se, dominando o bairro como grandes varapaus.
No bairro falava-se dos socialistas que difundiam por toda a parte folhetos escritos a tinta azul. Esses folhetos denunciavam com energia o que se passava na fábrica…
A mãe compreendia que toda essa agitação era obra do filho. Via as pessoas juntarem-se à volta dele, e os receios pelo seu futuro misturavam-se com o orgulho de ter um tal filho.

Ajuda se eu disser que a vida de quem o escreveu foi marcada pela miséria e pela violência?
Ajuda se eu disser que é um clássico da literatura soviética?
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Resposta do Desafio nº 17:
Foi fácil este desafio. Ou melhor, foi facílimo.
Claro que é “Amor de Perdição”, do grande Camilo Castelo Branco, publicado em 1862.
Parabéns para quem acertou.

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