16 setembro, 2011

"A noite do oráculo" - Paul Auster

Um marido sai para pôr uma carta no marco do correio e não volta a casa. O que é que a sua mulher vai pensar?
Sidney Orr, escritor, casado com Grace, 34 anos, a recuperar de uma doença quase fatal, é o protagonista e narrador desta viagem pelo labirinto da imaginação.
No dia 18 de Setembro de 1982, um sábado cinzento, durante o seu passeio matinal pelas ruas de Brooklyn, chega à papelaria “Paper Palace”. Nunca a tinha visto antes.
Decidido a voltar ao trabalho, entra para se abastecer de material e eis que descobre quatro daqueles cadernos portugueses que tanto o fascinam: capas duras, linhas quadriculadas, sólidos, imunes a todo o tipo de borrões. Compra o único caderno de cor azul.
Regressa a casa e abre o caderno na primeira página mas não sabe o que escrever. Não se preocupa porque o objectivo não é escrever nada de especial mas sim provar que ainda é capaz de escrever.
Recorda a conversa que teve com um amigo acerca de um homem que abandona a vida que leva e desaparece, e eis que a história para o seu romance surge e as palavras começam a ser alinhadas no caderno azul: Nick Bowen, um jovem assistente editorial numa grande editora de Nova Iorque, vive momentos de insatisfação no trabalho e no casamento.
Um dia chega à editora um pacote com o manuscrito de um romance com o sugestivo título de "A Noite do Oráculo", supostamente escrito por Sylvia Maxwell, uma popular autora falecida há cerca de duas décadas. A seguir conhece Rosa Leightman, a neta da autora. É uma mulher interessante, que o deixa perturbado.
Certa noite em que Nick sai para colocar umas cartas no marco do correio, a cabeça de uma gárgula de pedra cai de um décimo primeiro andar e despenha-se a escassos centímetros da sua cabeça. Aturdido, desorientado, cheio de medo, decide abandonar o seu passado e… desaparecer.
Mas há outra história para escrever - “A Noite do Oráculo”. Sidney Orr, tinha de urdir toda a intriga, mas sabia que seria um breve romance filosófico em torno da predição do futuro, uma fábula sobre o tempo.
Li este romance pela primeira vez em 2004. Na altura estranhei a ligação das três histórias. Desconcentrava-me. Como seguir a leitura? Complicado. Não me entusiasmou.
Agora, entendi melhor a sequência das histórias, mas… voltei a estranhar e a não me entusiasmar.
As boas pessoas fazem coisas más.

A noite do oráculo, de Paul Auster
Edições ASA, 2004
Tradução de José Vieira de Lima
201 págs.

8 comentários:

  1. Li este livro há cerca de 4/5 anos e gostei muito do livro, mas eu sou suspeito porque do Paul Auster gostei de tudo. Vale a pena ler; o último que li foi excelente e aconselho "MR VERTIGO"

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  2. Olá!
    Li "Mr. Vertigo" em 2008 e recordo-me de o achar mágico.
    Um dia destes publicarei um comentário.

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  3. O nome de Paul Auster tem sido apontado como um dos possíveis prémios Nobel.
    Apenas li Invisível, por isso a minha opinião pode não ser a melhor, mas além de ter gostado do livro, nunca diria que aquele livro é de um autor que pode vir a ser Nobel.

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  4. Concordo consigo a 100%.
    Paul Auster é um escritor interessante, nada mais. Pelo menos para mim, claro!

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  5. No próximo dia 1 de Outubro já posso publicar a minha sugestão sobre A Humilhação de Philip Roth, depois gostava de trocar opiniões consigo sobre a obra.

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  6. Aguardo.
    Já agora, iniciei hoje um novo blog. Espreite e deixe a sua opinião.

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  7. Li dois livros conhecidos do Paulo Austero e não gostei muito "o caderno vermelho e inventor da solidão" nem vou ler esse.

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  8. Olá!
    Leia "As loucuras de Brooklyn". É um romance maravilhoso. Tenho a certeza de que irá gostar. Muito!

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